Era uma vez um garoto cheio de vida, brincalhão, simples e que conquistava amigos com uma facilidade incrível. Onde estivesse aquele sorriso tímido, mas contagiante, alí estava Joaquim Afonso.
A primeira vez que o vi, fiquei meio desconfiado, sem saber como o tratava. Afinal, ali estava diante de mim um menino filho de pessoas importantes. E nem parecia ser. Era a imagem de um menino igual aos demais.
O tempo foi passando e a minha admiração pelo garoto Joaquim Afonso cada vez mais se concretizava. Eu era feliz por ter conquistado a sua amizade. Era um privilegiado por ser amigo de sua mãe Darticlea Pereira Lima, uma professora muito querida e amada por todos em Araripina.
À proporção que os anos passavam, aquele menino crescia em estatura e em inteligência. Mas o nome da família não fizera dele uma pessoa vaidosa, arrogante ou egoísta. Joaquim Afonso crescia em caráter e personalidade.
Os anos passavam e eu me identificava cada vez mais com aquela família que servia de referência para outras ali residentes e para as que ali chegavam. Era motivo de orgulho pela integridade moral que se refletia em cada filho gerado.
Em Araripina, meu primeiro contato foi com a professora Maria Darticlea Pereira Lima, então Diretora da Escola da Independência, para onde fui por ela convidado para comandar aquele colégio no desfile de 7 de Setembro de 1986.
Hoje, eu que tantas vezes prestei homenagens àquela família em momentos deslumbrantes, aqui estou para fazer o que jamais desejaria. Criar, mesmo vencido pela emoção, uma homenagem fúnebre. A missão é espinhosa e constrangedora.
Descrever a figura de JOAQUIM AFONSO LIMA MODESTO, um extraordinário profissional na Medicina Veterinária, em um momento tão desesperador como este não é uma tarefa fácil. Com certeza ninguém desejaria ocupar o lugar em que estou.
Com o coração acelerado pela emoção e mais ainda pela comoção, tento com muito esforço coordenar as palavras, na tentativa de levar a esta família tão querida e amada, a quem empresto todo o meu carinho e a minha admiração, palavras de fortalecimento e de consolação.
Sei que não é um momento oportuno para aliviar uma dor que maltrata a alma e tortura o coração de quem perde uma pessoa tão querida e amada. É impossível definir a angústia que circula entre os familiares e amigos do nosso querido e agora saudoso Joaquim Afonso.
A dimensão da minha dor não reflete o tamanho da saudade que vai perdurar, não sei por quanto tempo, dentro de mim. A alegria de Joaquim Afonso, a sua humildade e a maneira simples de sorrir para os amigos, tudo será transformado em eternas saudades que ocuparão eternamente as nossas lembranças.
Sei que o que tenho para oferecer neste momento é muito pouco, mas prefiro limitar-me em deixar registrados aqui a todos os familiares do eterno amigo JOAQUIM AFONSO, os meus sinceros e profundos sentimentos.
Confesso: Meu coração está partido e uma angústia incontida toma conta de um amigo que compartilha e sente a mesma dor de todos que vivenciam todo este momento de despedidas e saudades.
- Por Adalberto Pereira -
Reprodução: Facebook
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