Lateral-esquerdo Igor Cariús teve celular, notebook e CNH apreendidos. Mandado de busca e apreensão foi expedido pela Justiça de Goiás e cumprido pelo MPPE.
Por g1 PE e ge PE*
Um jogador do Sport foi um dos alvos da Operação Penalidade Máxima II, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás para investigar suspeitas de manipulação de resultados de partidas de futebol (entenda mais abaixo). O lateral-esquerdo Igor Cariús, de 29 anos, teve a carteira nacional de habilitação, celular e notebook apreendidos.
Expedido pela Justiça de Goiás na manhã desta terça (18), o mandado de busca e apreensão foi cumprido pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Os objetos do jogador, nascido no interior do Ceará, foram apreendidos pelo Grupo de Atuação Especializada de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco).
No ano passado, Igor Cariús jogou pelo Cuiabá, disputando 32 partidas. Na carreira, ele também atuou pelos seguintes times: Iguatu, Barbalha, Quixadá, Coruripe, ASA, Paraná, CRB e Atlético-GO.
Igor Cariús compareceu ao treino do time na manhã desta terça e segue viagem com a delegação rubro-negra rumo a Fortaleza, para enfrentar o Ceará, na quarta (19), no jogo de ida da final da Copa do Nordeste.
O lateral-esquerdo procura um advogado particular para tratar do caso. Embora tenha sido procurada, a assessoria de imprensa do jogador não se posicionou sobre o caso, até a última atualização desta reportagem.
O que diz o Sport
O Sport se posicionou oficialmente e saiu em defesa de Igor Cariús, sem citar o nome do jogador. Por meio de nota, o clube declarou que:
· "vem a público reforçar sua posição integralmente oposta a qualquer tipo de situação que envolva esquema ou manipulação de resultados de partidas de quaisquer esportes";
· "tais condutas antidesportivas ferem princípios básicos e inegociáveis ao clube, como a ética e moral, portanto, não condizentes com a história do Sport";
· "aproveita para destacar total confiança e apoio à postura e à integridade do profissional, que tem conduta exemplar no dia a dia";
· "dispõe o departamento jurídico ao jogador para suporte de qualquer necessidade";
· "coloca-se à disposição das autoridades para colaborar no que diz respeito à investigação e acompanha atentamente o desenrolar da operação".
Entenda a operação
Confira o que se sabe da Operação Penalidade Máxima:
· ela foi iniciada em fevereiro deste ano;
· abrange seis estados e 16 cidades, incluindo o Recife;
· investiga supostas irregularidades em, pelo menos, cinco partidas da Série A de 2022, mas os jogos específicos não foram divulgados;
· também apura suspeitas de manipulação de resultados nos campeonatos estaduais de Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo – todos no ano passado;
· na primeira fase, ela cumpriu nove mandados de busca e apreensão.
Saiba como agia o grupo
Veja o que foi descoberto pelo Ministério Público de Goiás durante a investigação, iniciada em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo Vila Nova:
· o grupo criminoso subornava jogadores, que recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que realizassem ações específicas durante as partidas;
· há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas;
· os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo;
· caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamento do “sinal”;
· após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.
* Com informações apuradas pelas repórteres Camila Alves e Camila Sousa, do ge.
Veja quem são os alvos de operação que investiga manipulação de resultados de jogos do Brasileirão
Jogadores Victor Ramos, Igor Cariús, Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️, investigados na Operação Penalidade Máxima, do Ministério Público de Goiás — Foto: Julia Galvão/ACF, Marlon Costa/Pernambuco Press e Reprodução/Instagram Gabriel Tota e Kevin Lomonaco️️️
O Ministério Público de Goiás (MPGO) deflagrou na manhã desta terça-feira (18) a Operação Penalidade Máxima II, que apura a organização criminosa suspeita de manipular resultados esportivos de jogos de futebol profissional, inclusive da Série A do Brasileirão. Confira quem são alguns dos alvos da segunda fase da operação:
· Victor Ramos, ex-Palmeiras, Vasco e Vitória, e atualmente zagueiro na Chapecoense;
· Igor Cariús, lateral-esquerdo do Sport Recife;
· Kevin Lomonaco️️️, jogador do Red Bull Bragantino;
· Gabriel Tota, jogador do Esporte Clube Juventude.
O g1 não localizou a defesa dos jogadores até a última atualização desta reportagem.
Há outros nomes, mas ainda não foram revelados pelo Ministério Público. Segundo o MP, o grupo é suspeito de ter manipulado pelo menos cinco jogos importantes do Campeonato Brasileiro de Futebol do ano passado, além de outras cinco partidas dos campeonatos regionais, incluindo os estaduais de Goiás, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e São Paulo.
O MPGO divulgou que estão sendo cumpridos 3 mandados de prisão preventiva e 20 mandados de busca e apreensão em 16 municípios de 6 estados. Os mandados estão sendo cumpridos em Goianira (GO), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Pelotas (RS), Santa Maria (RS), Erechim (RS), Chapecó (SC), Tubarão (SC), Bragança Paulista (SP), Guarulhos (SP), Santo André (SP), Santana de Parnaíba (SP), Santos (SP), Taubaté (SP) e Presidente Venceslau (SP).
Entenda como agia o grupo
O MPGO, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), já apurou que o grupo criminoso conseguiu manipular resultados de jogos de futebol após subornar jogadores. A investigação mostrou que os jogadores recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que realizassem ações específicas durante as partidas.
Na primeira fase, a investigação mostrou que o esquema funcionava da seguinte forma: os apostadores faziam propostas para atletas marcarem pênaltis nos primeiros tempos de cada jogo. Caso os jogadores aceitassem, era feito o pagamentos do “sinal”. Após a partida, caso o pênalti tivesse sido feito, os jogadores receberiam o restante do valor combinado.
Na segunda fase, o Ministério Público descobriu que o grupo investigado pedia também aos jogadores que eles tomassem cartões amarelo e vermelho, além do pedido para a derrota de um time.
De acordo com o MP, há indícios de que as condutas solicitadas aos jogadores tinham como objetivo que os investigados conseguissem altos lucros em apostas realizadas em sites de casas esportivas, usando, ainda, contas cadastradas em nome de terceiros para aumentar o retorno financeiro.
A investigação começou em novembro de 2022 após uma denúncia feita pelo próprio Vila Nova, que é vítima no esquema, segundo o MP.
Opinião nossa:
Só não entendo porque o futebol brasileiro, a exemplo do Campeonato Brasileiro deste ano, é patrocinado por bancas de jogos, o que não descarta a possibilidade de acontecer os "jogos de cartas marcadas" e, faz com que, a credibilidade do já tão combalido futebol brazuca, fique ainda mais abalada.
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