Falar de futebol, um apaixonante esporte que provoca muitas emoções, é como deliciar um churrasco logo após uma partida em que seu time sagrou-se vitorioso.
Falar da “História do Futebol” da sua cidade querida, torna-se ainda mais lúdico e prazeroso, sem contar a viagem pelo “Túnel do Tempo” que essa arte magnífica consegue nos levar e retratar os momentos mais glamourosos como a foto que ilustra essa dissertação.
Tiquinho, filho de seu Luizinho, funcionário exemplar do Banco do Brasil, era o famoso goleiro mãos de alface. Ticão, funcionário aposentado da prefeitura, que também gostava das peladas nos campos de várzea e de terra batida de Araripina, se gabava de zagueiro bruto: “a bola passava, mas o jogador ficava”, era o seu lema.
Gilson (quarto em pé), jogava com a língua sempre de fora. Um dia numa disputa de bola em um campinho ali da rua 11 de Setembro, o músculo foi partido quase ao meio, e mesmo assim, Gilson continuou jogando.
“Cego Joaquim”, morador da Rua do Padre, simpaticíssimo, canhoto, tinha uma peculiaridade: sempre se aproveitava dos “morrinhos” nos campos de terra para fixar a bola e fazer uns cruzamentos impecáveis. As vezes nem tanto.
“Dudé” – trabalhou muito tempo como padeiro na padaria São José e, diferentemente de “Cego Joaquim”, era antipático e sarcástico. Infelizmente a vida lhe traçou um destino muito cruel. Mas aí, não é assunto para a nossa pauta. Seguimos...
"Dr. Zé Alencar" era uma espécie de cupido para aquela turma que gostava de futebol e morava nas ruas 7 e 8 de dezembro, 1º de Maio, Rua Pedro Barreto de Alencar, parte da Rua Vereador José Arnaud Campos (ali no entorno de Dona Júlia) logradouros que formavam a conhecida “Rua do Padre e tinha no político e futebolístico, um suporte para disputar partidas no estádio municipal, o “Dozão”. Ele mediava os eventos e conseguia levar esses atletas amadores para o que chamamos de “espaço social”.
Tiê (primeiro agachado) atualmente é funcionário público (Agente de Combate a Endemias), passou um tempo na FUNASA, e era uma espécie de ponta-direita, que atualmente em sua maioria se entrosa entre o meio campo e o ataque. Coisas do futebol moderno. Tiê era duro, forte e de temperamento forte nas quatro linhas do campo.
Chia ou Xia (oitavo agachado) filho de seu Geraldo França (in memoriam) e Dona Graça, era um jogador sem muitas peculiaridades e as vezes encrenqueiro. Mas era ligeiro, que não tinha muita habilidade para driblar e nem era muito de se envolver no coletivo.
“Tico de Sebastião”, era um pedreiro de mão cheia, não tinha escolaridade nenhuma, assim como Chia, Joaquim, Dudé, Gilson, mas conhecia a trena, a colher de pedreiro, o nível, a régua, o esquadro, como ninguém. Morreu prematuramente de uma doença estranha que lhe acometeu.
Vilsinho, irmão de Tontonho, sempre foi adepto do futebol de várzea e era de uma categoria jogando que quase irritava os adversários.
Não conseguimos identificar quatro atletas do time que provavelmente era dirigido por “Zé Alencar” , mas lembrar de cada um deles, faz com que lembremos que os “campos de várzea”, de "Terra Batida" eram tão importantes naquela época, que nos causa um pouco de saudosismo de perceber que eles ainda existem na zona rural, mesmo que de forma discreta, mas na cidade, tem sido cada vez mais difícil encontrar um onde a garotada de pés no chão, de sandálias com as correias entre os dedos, disputa uma partida de futebol.
Que saudade!´
Foto modificada: Por Everaldo Paixão
Campos de Terra Batida no Bairro Zé Martins e na Serra do Cavaco. Espaço que raramente existem para a prática do futebol amador.
Blog do Paixão