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Hospitais particulares anunciam suspensão de atendimento a beneficiários do Sassepe

Plano de saúde do governo para servidores do estado enfrenta crise financeira. Documento assinado por diretores de cinco unidades alega falta de pagamento.

Por g1 PE


Sede do Instituto de Recursos Humanos de Pernambuco (IRH), na Boa Vista, área central do Recife — Foto: Reprodução/Google Maps

Cinco hospitais particulares enviaram ao Instituto de Recursos Humanos de Pernambuco (IRH) uma carta pedindo a suspensão, por tempo indeterminado, dos atendimentos aos beneficiários do Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado de Pernambuco (Sassepe), plano de saúde oferecido pelo governo aos servidores estaduais.

O g1 teve acesso ao documento, que foi assinado pelos diretores dos hospitais na quinta (1º) e cita falta de repasse de verbas para a suspensão. O documento também diz que o governo não deu previsão para a realização dos pagamentos atrasados.

Assinaram o documento os diretores dos seguintes hospitais:

🏥 Hospital Memorial Arcoverde, no Sertão;

🏥 Hospital Memorial de Goiana, na Zona da Mata;

🏥 Hospital São Vicente, em Serra Talhada, no Sertão;

🏥 Hospital São Francisco, em Serra Talhada;

🏥 Pronto Socorro São Francisco, em Salgueiro, no Sertão.

A carta foi endereçada a João Victor Falcão Andrade, diretor presidente do IRH. Em cumprimento aos prazos dos contratos, a medida entra em vigor a partir do dia 1º de julho.

O g1 procurou o IRH para saber o valor da dívida e o que vai ser feito para não afetar os usuários do plano, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.

Na carta, os gestores lamentam o fim da parceria, o que, segundo eles, ocasiona "fechamento de leitos e o consequente desemprego em toda a cadeia produtiva dos hospitais, principalmente a enfermagem".

"Todavia, é impossível a sobrevivência de um prestador comprometido com a qualidade dos serviços prestados, remunerado por tabelas defasadas após vários meses de atraso e, diante desse cenário, receber a proposta do pagamento com deságio, dividido em vários meses sem juros, numa demonstração clara de que todos os prestadores estão sendo nivelados à condição de desonestos", afirma a carta.

Os hospitais também dizem estar abertos a negociar com o governo.

"Esclarecemos que nada existe contra o atual governo, nem tampouco com os gestores do IRH/Sassepe, e estaremos abertos ao diálogo e entendimento, sem abrir mão da dignidade e sobrevivência em um ambiente de previsibilidade", finaliza.


Carta assinada pelos diretores e entregue ao IRH — Foto: Reprodução/WhatsApp

Crise no Sassepe

O Sassepe existe há 22 anos e tem mais de 180 mil beneficiários. Cerca de 70% da contribuição partem dos servidores beneficiados, com desconto em folha de pagamento. Os 30% restantes ficam com o financiamento do governo do estado.

Em março, o Fórum dos Servidores do Estado denunciou, durante uma entrevista coletiva, que entre 30 mil e 40 mil pessoas foram prejudicadas com a suspensão e cancelamento do plano por clínicas, hospitais e laboratórios.

⏩ Na época, o fórum afirmou que o descredenciamento de laboratórios e empresas médicas que fazem exames, análises, consultas e cirurgias “transformou-se num pesadelo para milhares de beneficiários”.

⏩ "O governo já apresentou vários valores dessa dívida com a rede credenciada. A gente não sabe de quanto ela é realmente. Já falaram em até R$ 350 milhões. O fato é que várias empresas suspenderam os serviços por falta de pagamento”, declarou o presidente da Central única dos Trabalhadores (CUT) Paulo Rocha na época.

Audiência Pública na Alepe discute crise no Sassepe

Os beneficiários do plano reclamam do mau funcionamento do sistema

Por Blog da Folha



Uma audiência pública sobre a crise no Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores do Estado (Sassepe) foi realizada nesta segunda-feira (5) no Auditório Senador Sérgio Guerra, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

A reunião, proposta pelos deputados João Paulo (PT) e William Brígido contou com a participação de parlamentares, servidores do estado e representantes da gestão estadual.

Atualmente, a administração pública do Sassepe deve mais de R$ 296 milhões à rede credenciada. Na última semana, cinco hospitais pernambucanos pediram a suspensão do credenciamento.

Os beneficiários do plano reclamam do mau funcionamento do sistema, relatando problemas como o cancelamento de cirurgias e a suspensão de exames laboratoriais e consultas médicas. O sindicalista Paulo Ubiratan, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), diz que é necessária uma reestruturação completa do sistema.

“Nós somos os sócios majoritários do Sassepe, mas não temos ninguém que tenha condições de decisão dentro do Sistema. Estamos pedindo ao Governo do Estado que retome esses debates relacionados à reestruturação, porque a crise piorou. Agora os hospitais estão fechando o convênio totalmente e a gente segue apelando para que a gestão faça as negociações”, disse o sindicalista.

Instituído há 22 anos, o Sassepe fornece assistência de saúde para aproximadamente 180 mil servidores públicos estaduais e seus respectivos dependentes. Os serviços são custeados, em parte, pela contribuição dos próprios usuários, com descontos na folha de pagamento. Os servidores que optam pelo plano contribuem mensalmente com valores que variam entre 5,4% e 6,2% do total da remuneração recebida pelo titular; no caso de dependentes, o percentual cobrado varia entre 1,4% e 3,5% do salário. A taxa varia de acordo com a faixa etária.

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