Em 1996, a CBF resolveu apostar no simples e reuniu os 24 participantes do Campeonato Brasileiro em uma tabela única com um turno só, com oito vagas para o mata-mata e duas para o rebaixamento para a segunda divisão. Mas como nem tudo são flores, a entidade precisou intervir no regulamento por conta de escândalo. O motivo foi o “Caso Ivens Mendes”, que levantou a possibilidade de os resultados de alguns jogos da Copa Brasil daquele ano terem sido manipulados. Gravações provaram que os presidentes do Corinthians e Atlético – PR trataram de valores e resultados de partidas com Ivens. Para não ter que tirar pontos desses times e alterar a tabela final do campeonato, foi cancelado o rebaixamento, e Fluminenses e Bragantino acabaram salvos. Á margem desse assunto, o Grêmio vinha empilhando títulos na década de 90, mas faltava o brasileirão. Em 1996 ele chegou.
Sempre frequentando o G-8, o tricolor foi líder da competição apenas uma rodada, a 19ª. Os times que brigaram de fato pela primeira posição da fase inicial foram Palmeiras, Guarani e Cruzeiro. Ao final das 23 rodadas, melhor para o time mineiro, que fez 44 pontos. O Grêmio encerrou em sexto lugar, com 38 pontos, 11 vitórias, cinco empates e sete derrotas. Completaram o grupo dos classificados Atlético-PR, Atlético-MG, Goiás e Portuguesa. Times que haviam liderado o torneio no início foram eliminados, o Internacional (9ª) e o São Paulo (11ª). No mata-mata, o time gremista cruzou com o terceiro colocado, o Palmeiaras. A ida das quartas de final foi no Olímpico, e o tricolor abriu vantagem de 3 a 1. No Morumbi, o grêmio colocou o regulamento embaixo do braço e perdeu pelo placar que podia, 1 a 0. A semifinal foi contra a surpresa do ano, o Goiás. No Serra Dourada, o Grêmio encaminho sua situação ao vencer por 3 a 1, mas em Porto Alegre houve um susto, pois os gaúchos ficaram duas vezes atrás do resultado. No fim deu certo com o empate em 2 a 2.
A final do Brasileiro foi contra a Portuguesa. Na primeira partida em São Paulo, o imortal fez o que pode jogando 60 minutos com um homem a menos, mas perdeu por 2 a 0. Precisando devolver o placar no Olímpico, o Grêmio abriu o placar na segunda partida logo com três minutos, com Paulo Nunes. O tempo passava e nada do outro gol sair, até que o predestinado Aílton saiu do banco de reservas para marcar o gol do título faltando seis minutos para o fim do jogo. Festa em Porto Alegre, Grêmio bicampeão brasileiro.
Fonte: Revista Placar
Blog do Paixão