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ÁLBUM DE FIGURINHAS: CAMPEONATO BRASILEIRO DE 2011

O penta da resistência

Dez anos atrás, o Corinthians superou a crise pós-Tolima para dar início à idolatria por Tite com a conquista da quinta taça do Brasileirão no dia da morte do ídolo Sócrates


Daniel Augusto Jr./Agência Corinthians

Por Bruno Cassucci e Marcelo Braga – São Paulo

A imagem é histórica: 22 jogadores posicionados no círculo central do gramado do Pacaembu, em uma tarde de domingo. Os de branco e preto com o braço direito erguido e o punho cerrado. Um sinal universal de resistência, força, união e solidariedade. Uma lembrança às comemorações de Sócrates, gênio contestador e ídolo do Corinthians.

Aquele 4 de dezembro de 2011 começou triste. Em um dia de definição no Campeonato Brasileiro, com Corinthians e Vasco duelando até a última rodada pelo título e com um Dérbi com cara de final em São Paulo, o Esporte Espetacular começou naquela manhã com uma notícia devastadora.

“Morreu hoje, às 4h30, o ex-jogador Sócrates, o maior ídolo da história do Corinthians”, anunciavam os apresentadores.

No gramado do Pacaembu, o gesto se iniciou entre os jogadores e ganhou as arquibancadas. Emocionados, torcedores também ergueram os braços e homenagearam o Doutor. “É, Só-cra-tes”, gritavam.


Jogadores de Corinthians e Palmeiras homenageiam Sócrates - Léo Pinheiro/Agência Estado

A bola rolou como havia de ser, e o empate por 0 a 0 entre Corinthians e Palmeiras levou o Timão aos 71 pontos. No Rio, o Vasco só empatou com o Flamengo, chegando a 69. Timão pentacampeão.

Em um ano também de resistência, que começou com humilhação na Libertadores, contou com a manutenção de Tite e terminou com um título brasileiro diante do maior rival, aquele 4 de dezembro de emoções opostas tinha simbolismo especial. Uma tarde de luto e alegria. Com lágrimas de perda e de vitória.

Exatamente como Sócrates queria, segundo uma versão consagrada ao longo dos anos e propagada pelos torcedores, de que ele gostaria de "morrer em um domingo, e com o Corinthians campeão".

A geração corintiana que viveria seu auge em 2012 com os títulos da Libertadores e do Mundial da Fifa foi se moldando com dores e derrotas. Tudo começou em 2010, no ano do centenário.

Depois de iniciar muito bem o Brasileirão, perder Mano Menezes para a seleção brasileira e ter resultados ruins com Adilson Batista, o técnico Tite chegou ao Corinthians para brigar pelo título nas oito rodadas finais. Eram sete jogos sem vitória, com o time despencando da liderança para a terceira colocação.

Após cinco vitórias e dois empates, o Timão chegou à última rodada ainda com chance de título, mas só empatou contra o Goiás no Serra Dourada, em jogo marcado por uma falha do goleiro Julio Cesar. Taça para o Fluminense e apenas a terceira posição para o Corinthians, o que obrigava a equipe a jogar a fase preliminar da Libertadores em 2011.

Aí, nessa fase, tudo desabou. Eliminado pelo modesto Deportes Tolima, da Colômbia, sendo o primeiro brasileiro a cair tão preocemente na competição sul-americana, o Timão viu o mundo desmoronar. Protestos, ameaças, crise. Acuado, o pentacampeão Roberto Carlos foi para a Rússia. Ronaldo, aos 34 anos, abalou o futebol com a notícia de sua aposentadoria.

– Lembro de olhar para os refletores depois do apito final (contra o Tolima) e pensar: "É isso, estou acabado" – disse Tite em 2018, em depoimento ao "The Players Tribune".


Ronaldo pelo Corinthians contra o Tolima em 2011 - Marcos Ribolli

Mas Adenor, contrariando todas as expectativas de torcedores e imprensa, foi bancado por Andrés Sanchez, presidente à época.

– No dia em que falei que não seria mandado embora, ele não acreditava. Estava de malas prontas. Falei: "Trate de ganhar, porque se você não ganhar, você vai ser um cara burro e eu também". Se não tivéssemos sido campeões naquele ano, ele estaria massacrado e eu, mais ainda – relembrou Andrés Sanchez, anos depois, dizendo ainda que Mano e Muricy Ramalho opinaram que o dirigente não deveria trocar o comando do time naquele momento.

Quatro dias após a eliminação precoce, um clássico contra o Palmeiras marcou a temporada. Julio Cesar fechou a meta e, aos 38 minutos do segundo tempo, o lateral-direito Alessandro fez um de seus quatro gols na passagem pelo Corinthians. O mais importante. O que retornou o time às águas calmas.

A campanha no Paulistão foi boa, o time cresceu, eliminou o mesmo Palmeiras nos pênaltis na semifinal no famoso jogo do "fala muito" de Tite para Felipão, mas esbarrou no Santos de Neymar na grande decisão.

No Pacaembu, empate sem gols. Na Vila, derrota por 2 a 1 com nova falha de Julio Cesar. Mais um baque para uma equipe que uma semana depois estrearia no Brasileiro contra o Grêmio, no Olímpico.











































































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