Os casarões antigos, com os imensos portões, suas faixadas em estilo colonial, com formas geométricas retangulares é uma dessas viagens que pode nos levar a um passado em que por ali, a cultura cinematográfica era amplamente divulgada.
A invenção dos irmãos Lumiére, em 1895, por aqui era transformada em entretenimento na sala do Cine Marilac, em um dos casarões da atual Rua Francisco Pedro da Rocha, em que os projetores gigantes, os rolos de filmes uma tela também gigante, transmitiam as películas em que os araripinenses amantes dessa arte, cultuavam uns dos entretenimentos que foi literalmente banido pela involução da nossa cultura.
Despertar a curiosidade com um olhar naquele paredão de imóveis rústicos e antigos, com a estrutura original ainda disfarçadamente intacta e que alhures se mantém ainda viva, traduz um pouco do nosso sentimento de tristeza e lembranças de um tempo em que parece que, mesmo com todo movimento tecnológico que se intensificou nos anos 2000, essa cultura tão viva ainda nos anos 1980, foi substituída pelas telas de Led (Diodo Emissor de Luz – Light-Emiting Diode em inglês) enormes que entretém nas casas com os canais pagos.
A Rua Francisco Pedro da Rocha vista de cima e já pavimentada com asfalto, mantém viva ou por tombamento particular, algumas casas com seus telhados “capa-canal” em formato “duas águas” - ou "três águas" - fazendo parte de uma paisagem de uns trechos mais antigos da cidade, em que moradores como o comerciante Alberto da Rocha, Dona Naninha, Seu Gonzaga e tantos outros, ilustravam aquele logradouro, movimentando também a economia.
É possível andar todo o trajeto da rua e perceber mudanças que acontecem naturalmente com passar do tempo e com o desenvolvimento que sempre chega agregado ao progresso.
Saber mais de quem foram os moradores ilustres dessa rua e quem foram os protagonistas (os trabalhadores que movimentavam o Cine Marilac) e tantas outras dúvidas que ainda temos, só mesmo rebuscando ne memória de quem viveu “os anos dourados do cinema” em Araripina e quem transitou pela aquela via pública urbana quando por ali o vaivém era frenético.
Fotos: Everaldo Paixão
Blog do Paixão