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História da Música: Luiz Gonzaga era impedido de alçar voo como cantor na gravadora Victor



Sempre que há oportunidade, no entanto, inclui no repertório composições típicas de sua gleba: O Chamego da Guiomar, Pisa de Mansinho, Luar do Nordeste, Sanfonando, Pé de Serra, Xodó, São os primeiro tempos de Luiz Gonzaga no disco. Tempos de mazurcas, de valsas, de chamegos, de chorinhos, de polcas, de rancheiras, tempos do solista de acordeom, que não encontra como dissimular o sonho maior de sua vida, o de gravar como cantor.

Alguns anos são passados. Vitório Lattari é o diretor da Victor. Luiz Gonzaga com ele conversa sobre o assunto. Lattari nem aceita discutir essa sua aspiração:”É pensamento da empresa conservá-lo tocando sanfona. Você é o coringa que temos no colete para continuarmos, ombro a ombro, bringando com a concorrente. Odeon, que tem no elenco Antenógenes Silva, um talento que todos conhecemos”. São argumentos que não convencem e até entristecem o artista pernambucano.

De 1941 a 1945, Luiz Gonzaga grava 24 discos de 78 rotações, 48 músicas em solo de acordeom, granden parte desse obra direcionada ao consumidor do Nordeste, embora alguns desses registros tenham boas repercussões no Rio de Janeiro e em São Paulo, a exemplo de Vira e Mexe, Bilu Bili e Pé de Serra.

Luiz Gonzaga, no entanto, sequer consegue enconder seus desprazer por não estar gravando como cantor. Ele tem plena consciência de suas possibilidades e não entende porque não lhe dão a chance de interpretar as próprias composições. O que realmente o leva a supor que somente ele poderia gravá-las é o resultado do registro de Dezessete e setecentos, feito pelo famos embolador Manezinho Araújo, uma interpretação que não lhe agrada e o deixa enormente contrariado. Luiz Gonzaga entede que, para o seu talento de compositor, essas gravações significam autêntica vitrine no mercado musical. Contudo, está convicto de que sua voz ficariam melhores. Além do mais continua participando com a sanfona, sem merecer crédito no selo do disco e, muita vezes, sem cachê complementar, em inúmeras gravações de cantores famosos que integram o elenco Victor.

Compreende, então, que, para alcançar tais objetivos, outras estras estradas teria de percorrer. E logo uma ideia lhe ocorre: uma “chantagenzinha” com a colaboração de Felisberto Martins, seu amigo e diretor musical da Odeon. Basta que confirme um suposto interesse da gravadora em sua contratação como cantor. Felisberto logo aceita a ideia, dede logo lhe porpondo:

“Você pode até continuar gravando na Victor como solista. Aqui, na Odeon, com outro nome, começa a sua carreira como cantor. Nada tem de errado e não seria um suposto interesse, mas – foi você quem me deu a bola! – agora eu confirma de verdade: existe interesse da Odeon em contratar seus serviços como cantor”.

Imerso na felicidade, Luiz Gonzaga mais que depressa retorna à Victor e convesa com Lattari. Em nome de uma vasta experiência adquirida como corista em gravações de estrelas e astros famosos, justifica, perante o diretor, a pretensão de cantar.

Lattari continua irredutível.

Luiz Gonzaga encena o que tinha articulado:

“Senhor Lattaria – começa simulando encabulação – eu recebi um convite do Sr. Felisberto Martins, da Odeon, para gravar como cantor. Ele até me sugeriu (pra não complicar o meu contato aqui na Victor) que eu usasse outro nome na gravadora dele. Já que não é possível ficar como cantor aqui...”

Atento às palavras de Gonzaga e quase que espumando de indignação, Lattaria dá um sinal de mão como querendo dizer chega!

“Que Felisberto, que Odeon, que nada! Você quer gravar como cantor, não é? Pois bem: vai ser logo no próximo disco, uma face, apenas uma face, é como se fosse um teste, e a outra face , bem, você continua como solista, topa?”

Ele não consegue esconder o desprazer por não gravar como cantor,
Mas apenas solista de sanfona. E tenta uma jogada que deu certo

“Tá topado!”

No dia 11 de abril de 1945, quatri anos e quase um mês depois da primeira gravação, período em que perpetua 24 discos comos solista de acordeom, o “Velho Lua” está de volta aos estúdios da Victor para o registro do 25º disco de sua carreira, Dança, Mariquinha!, a primeira gravação como cantor, na outra face, em solo de acordeom, a polca Impertinente.

Revista Continente Multicultural

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