Afirmou que Moraes homologou delação premiada de Ronnie Lessa no caso Marielle; técnicos veem ministro pressionado
Por Vinícius Nunes - Metrópoles
A coletiva de imprensa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, que durou pouco menos de 5 minutos na noite de ontem (19/03), gerou críticas dentro de seu próprio ministério. Técnicos do MJSP veem que o ministro está pressionado por Lula (PT) para dar “boas notícias” e por isso adiantou um fato que “nem é de sua atribuição”.
A homologação da delação premiada de Ronnie Lessa no caso dos assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSol) e do motorista Anderson Gomes foi consumada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. O caso foi para o STF após suposto envolvimento de autoridade com foro privilegiado.
“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é meio de testemunho de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que, brevemente, nós teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco” — Ricardo Lewandowski.
A pressão por “boas notícias” veio depois da reunião ministerial de Lula, na segunda-feira (18). No encontro, o presidente cobrou dos ministros por mais viagens divulgando as realizações do governo e não só das próprias pastas.
Os críticos, todos ligados ao PSB, dizem que Lewandowski não soube lidar com a pressão de Lula e se apressou para divulgar algo que não era de sua atribuição. A homologação poderia ter sido divulgada pelo Supremo, avaliam.
Depois de 17 anos como magistrado no STF, Lewandowski participou pela primeira vez de uma reunião ministerial. Mesmo com 75 anos, o ministro estaria tratando do assunto com inexperiência.
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