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Chacina em Camaragibe: doze policiais militares viram réus na Justiça Militar por tortura

PMs são acusados de torturar motorista de aplicativo e cunhada de Alex da Silva Barbosa, suspeito de matar dois agentes. Eles já tinham virado réus pelo mesmo crime na justiça comum em março deste ano.

Por g1 PE


Vítimas de sequências de assassinatos em menos de 24 horas Pernambuco — Foto: Reprodução/WhatsApp

Os 12 policiais militares réus no caso da chacina de Camaragibe foram alvos de mais uma denúncia por tortura, feita pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE); desta vez, Justiça Militar. O g1 teve acesso ao documento protocolado pelo órgão. Nele, o MPPE acusa os policiais de torturarem uma cunhada de Alex da Silva Barbosa, suspeito de matar dois PMs em tiroteio, e um motorista de aplicativo.

A sequência de assassinatos aconteceu em setembro de 2023, depois que dois policiais foram mortos num confronto no bairro de Tabatinga. Outras sete pessoas foram assassinadas em menos de 12 horas no Grande Recife e na Zona da Mata, sendo seis da mesma família, totalizando nove mortes no caso.

No novo processo, o MPPE denuncia que, durante a emboscada para capturar Alex da Silva Barbosa e seus parentes, os policiais ameaçaram e causaram sofrimento físico e mental a uma cunhada do suspeito, que estava em um veículo de transporte por aplicativo com suas duas filhas, de 10 e 11 anos. Os PMs acreditavam que a mulher ajudaria Alex a fugir do local.

Ainda de acordo com a denúncia, dois PMs permaneceram com o motorista de aplicativo e torturaram o homem física e psicologicamente, com a ajuda de outros agentes, provavelmente também policiais, que chegaram ao local em motos. O homem foi espancado para que informasse o paradeiro de Alex.

Desde março deste ano, cinco dos doze policias estão presos preventivamente, depois de o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) ter aceitado a denúncia contra os agentes por homicídio. São eles:
  • Paulo Henrique Ferreira Dias;
  • Dorival Alves Cabral Filho;
  • Leilane Barbosa Albuquerque;
  • Fábio Júnior de Oliveira Borba;
  • Emanuel de Souza Rocha Júnior.

Os outros sete réus seguem em liberdade, cumprindo medidas cautelares, afastados das funções na Polícia Militar e proibidos de entrar em contato com as testemunhas do processo:
  • Marcos Túlio Gonçalves Martins Pacheco;
  • João Thiago Aureliano Pedrosa Soares;
  • Fábio Roberto Rufino da Silva;
  • Diego Galdino Gomes;
  • Janecleia Izabel Barbosa da Silva;
  • Eduardo de Araújo Silva;
  • Cesar Augusto da Silva Roseno.

Em contato com a TV Globo, o advogado Jethro Ferreira, responsável pela defesa do coronel Fábio Rufino, disse que a denúncia é fruto de "suposições, sem amparo nas provas dos autos" e que nenhum dos policias acusados era subordinado do coronel.

Procurado pelo g1, o MPPE disse apenas que protocolou a denúncia e aguarda a apreciação da Justiça Militar.

O g1 tenta contato com as defesas dos demais acusados.

Nove mortes em menos de 12 horas

Os crimes aconteceram entre os dias 14 e 15 de setembro de 2023. De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), a Polícia Militar (PM) recebeu uma denúncia de que havia pessoas armadas em cima de uma laje, no bairro de Tabatinga, em Camaragibe.

Ao chegar ao local, dois PMs foram baleados na cabeça e morreram. Eles foram identificados como:
  • Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos: soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar;
  • Rodolfo José da Silva, de 38 anos: cabo do 20º Batalhão da PM.

Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, foi apontado pela polícia como o responsável pela morte dos agentes. Nesse mesmo tiroteio, além dos PMs, uma grávida de 19 anos e um primo dela, de 14 anos, também foram baleados.

Logo depois, no mesmo bairro, foram mortos, em ordem cronológica, três irmãos do atirador e o próprio criminoso, entre a noite de 14 de setembro e a manhã de 15 de setembro.

Além disso, a mãe e a esposa de Alex foram encontradas mortas num canavial em Paudalho, na Zona da Mata de Pernambuco, também no dia 15.

Ana Letícia, uma mulher grávida que foi baleada no tiroteio de 14 de setembro, foi socorrida e levada para uma unidade hospitalar em estado grave. Ela deu à luz uma menina, enquanto estava em coma no hospital, e morreu pouco mais de um mês depois da chacina.

Cronologia

14 de setembro (quinta-feira):

15 de setembro (sexta-feira):

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