Falar de Araripina, seu progresso, suas lutas, nos mais destacados campos de suas profícuas atividades, constituem, sempre, um prazer para os seus visitantes. Não se pode sentir o surto desenvolvimentistas ali dominantes sem se ter palavras elogiosas à atual administração, ao comércio, a indústria, ao seu povo trabalhador e ordeiro e a quanto, finalmente, têm participado, como força construtiva, do seu desenvolvimento.
Realmente, existe um trabalho bem positivo de unificação de esforços, de compreensão geral de esclarecida manifestação evoluída, de toda uma gama de boa vontade e de labor, visando o progresso, o desenvolvimento e o bem-estar de Araripina de sua hospitaleira comunidade.
Todos ali trabalham com esse propósito. Todos ali visam esse louvável objetivo. Os que descreem nisso, vão à Araripina sentir de perto essa doce realidade.
Em todas as comunidades, é raro não acontecer, existem os espíritos filantrópicos, preocupados, mas do que ninguém, com a vida humana, com os sofrimentos do próximo, com as misérias alheias. São criaturas que encarnam a verdadeira imagem da caridade, da bondade, da generosidade sem fronteiras. Araripina, ao par das personalidades que lutam pelo seu progresso, não poderá, jamais, olvidar um nome edificado, num preito de gratidão, no coração do seu povo. Trata-se da figura humana, bondosa, respeitável de JOSÉ ARNAUD CAMPOS. Este homem é verdadeiramente um símbolo. Expressão marcante da bondade humana e da generosidade dos grandes corações. Teve atuação destacada na sociedade e no comércio de Araripina.
Seu campo de atuação
Em 1930, quando Araripina tinha uma população modesta de 300 a 400 pessoas, era fundada a FARMÁCIA CAMPOS. Estávamos a 10 de junho de 1930. Foi seu fundador o responsável cidadão ÁLVARO CAMPOS, pai de José Arnaud Campos que, por falecimento do primeiro, assumiu a direção dos negócios da farmácia. Saliente-se que o capital inicial dessa conceituada firma foi de apenas 14 mil reis, moeda da época. Na segunda fase, já sob a direção de José Arnaud, este capital ascendeu as cifras de 2 mil cruzeiros. Foi na administração da segunda fase das atividades da Farmácia Campos, que Araripina conheceu o grande espírito caritativo de José Arnaud. Não foi ele apenas um simples farmacêutico. Sua atuação foi mais profunda e de dimensões mais largas no campo da filantropia. Manteve verdadeiro ambulatório, tipo Pronto Socorro, onde, graciosamente, atendia a gregos e troianos, prestando, até com pequenas intervenções cirúrgicas, valiosa assistência à comunidade pobre de sua terra. Foi vulto de primeira grandeza na sua amada Araripina.
Um dia, em pleno exercício de suas atividades, numa dessas ironias do destino, num desses lances em que se patenteia o espírito malsinado e diabólico de alguns seres humanos (ou desumanos), José Arnaud, foi barbaramente assassinado, em pleno exercício de seu mister profissional.O fato abalou e compungiu a cidade inteira, que rendeu uma das maiores homenagens póstumas que se tem notícia, até hoje, em Araripina. O enterro de José Arnaud foi uma consagração popular aos seus grandes méritos.
A partir da morte de José Arnaud, a FARMÁCIA CAMPOS passou a ter os seus negócios geridos pela viúva Sra. Renilda Nunes Campos e filhos que tem mantido a tradição, o conceito que, em todos os tempos, manteve aquela tradicional instituição comercial de Araripina.
Revista REGIÃO - 1972
Blog do Paixão