Artistas falam de 'mais uma vitória contra o racismo': 'Primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo'
Por gshow — São Paulo
Titi, filha mais velha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank, comemora aniversário com os pais e os irmãos, Bless e Zyan — Foto: Roberto Filho/Brazil News
Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso se pronunciaram por meio de um comunicado após o Tribunal de Almada, em Portugal, condenar a mulher que foi acusada de racismo contra os filhos deles, Titi e Bless. Adélia Barros, de 59 anos, recebeu pena de oito meses de prisão, que cumprirá em liberdade, contanto que não cometa o mesmo crime durante quatro anos.
Além disso, ela terá que pagar uma indenização de 14 mil euros, o equivalente a mais de R$ 85 mil por danos morais, e 2500 euros, cerca de R$ 15 mil, para o SOS Racismo. A condenação foi divulgada pelo jornal "Público".
Giovanna Ewbank e Bruno Gagliasso falam de vitória contra o racismo após condenação — Foto: Reprodução/Instagram
"Há quase três meses a gente celebrava uma vitória contra o racismo no Brasil. E, hoje, direto de Salvador, neste mês que nos pede consciência para que lembremos da herança escravocrata que herdamos, a gente volta para propagar mais uma vitória contra o racismo, desta vez em Portugal.
Assim como já dissemos, mas precisamos repetir: sabemos que essa vitória acontece por termos visibilidade e por sermos brancos. Sabemos que somos mais ouvidos que quaisquer mãe ou pai negros que ainda são silenciados. Sabemos. E não podemos parar – principalmente se o nosso privilégio fizer diferença numa luta. É esse o nosso papel, é esse o papel da branquitude.
Como todos sabem, no dia 30 de julho de 2022 nossos filhos e uma família de turistas angolanos foram vítimas de racismo quando estávamos de férias da Costa da Caparica. Sim, o racismo não dá férias, mas hoje parece dar uma trégua com mais uma condenação histórica.
Esta é a primeira vez que a lei portuguesa condena uma pessoa em consequência do racismo. A mulher que agrediu nossos filhos – que são crianças – foi condenada a oito meses de prisão. Logo, estamos muito confiantes na Justiça Portuguesa e somos também gratos aos nossos advogados portugueses Rui Patrício e Catarina Mourão que sempre nos fizeram acreditar que a justiça seria feita.
MAIS UMA VEZ estamos emocionados, MAIS UMA VEZ agradecemos a comoção pública e a imprensa brasileira e de nossos amigos portugueses. E MAIS UMA VEZ devemos dizer que precisamos seguir vigilantes, pois o racismo SEGUE, segue diminuindo, ferindo, matando. E não podemos esmorecer diante dele."
Em agosto, no Brasil, a socialite, Day McCarthy, foi condenada a uma pena de oito anos e sete meses de prisão igualmente por racismo contra a filha dos atores.
Relembre o caso
Em outubro deste ano, Giovanna e Bruno estiveram pessoalmente na justiça de Portugal durante o julgamento de Adélia Barros, acusada de dois crimes de injúria e dois crimes de difamação com publicidade e calúnia por motivações racistas.
"A violência que é o racismo jamais pode ser considerada algo desimportante. Eu e Bruno falharíamos como pais se não combatêssemos uma violência contra nossos filhos e contra outras pessoas. Mas, mais do que isso, falharíamos como seres humanos ao deixar o racismo impune. Todo cidadão tem esse dever. É no que acreditamos", disse Gio na época.
"O racismo não deve jamais ser tolerado ou diminuído. Ele deve ser combatido. Para ser combatido, ele deve ser pauta [tema] de toda a sociedade, seja no Brasil, seja em Portugal", acrescentou.
O episódio aconteceu em 2022 depois que viralizou um vídeo em que mostra Giovanna Ewbank discutindo com uma mulher em Portugal. A apresentadora aparece ao lado de amigos e do marido Bruno Gagliasso e o motivo da discussão foi o racismo sofrido pelos filhos do casal, Titi e Bless.
Os insultos de Adélia Barros teriam começado no restaurante Clássico Beach Club, na Costa da Caparica, em Portugal, onde a família passava férias. Os filhos teriam ficado calados depois das agressões verbais. Segundo os atores, Adélia Barros continuou as ofensas, perseguindo as crianças.
Segundo relatou ao tribunal, Titi, agora com 11 anos, e Bless, com 10, ficaram com medo de voltar a Portugal depois dos ataques. "Sentiram-se muito inseguros e fechados. A minha filha sempre foi muito solar, muito comunicativa. Só este ano é que começou a se abrir novamente. Os dois tiveram que fazer terapia", falou a atriz.
Blog do Paixão