Alex Campos explicou que as chuvas que atingem Pernambuco neste período do ano não estão caindo nas regiões de coleta de água dos mananciais
Por Magno Martins, de Brasília
Alex Campos explica regime de chuvas - Foto: Folha de Pernambuco/Arquivo
O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento
(Compesa), Alex Campos, em entrevista à Folha de Pernambuco, esclareceu a
dúvida de muitos pernambucanos com relação ao decreto de situação de emergência
emitido pelo Governo Estadual.
Na determinação, a governadora Raquel Lyra (PSDB) decretou situação de emergência em 117 cidades devido à seca. Porém, desde o início do mês, Pernambuco tem sido atingido por fortes chuvas, especialmente no Sertão, o que causou confusão no entendimento da população.
Em resposta a esse questionamento, Alex explicou que as
chuvas que atingem Pernambuco neste período do ano não estão caindo nas regiões
de coleta de água dos mananciais.
“Apesar de sabermos que está chovendo em várias regiões do
Estado, o fato é que Pernambuco é dividido em pequenas microrregiões, do ponto
de vista das precipitações pluviométricas em relação às quadras chuvosas e, nem
sempre, essas chuvas elas caem onde é necessário. Aliás, se você pegar o
decreto que foi publicado, ele se divide em duas partes, uma parte do decreto
ele reconhece decretos municipais que já existiam, documentos que remontam dos
meses de agosto, setembro, outubro e novembro. A maioria dos municípios que
estão em situação de emergência estão concentrados na região do Agreste, mais
precisamente abastecidos pela barragem de Jucazinho, onde as fortes chuvas não
chegaram”, afirmou o presidente.
Ainda segundo Alex, o grande desafio da Compesa no momento é
acelerar as obras da Adutora do Agreste e a distribuição da água entre os
municípios durante a estiagem, visto que a barragem de Jucazinho se encontra
com apenas 5,7% do seu potencial de acumulação.
“Para 2025, nós teremos três grandes sistemas. O primeiro é a Adutora do Agreste, em seguida temos a Adutora do Serro Azul, que traz água da barragem de Palmares, na Mata Sul, até o miolo do Agreste, em Gravatá. E, por fim, a Adutora do Alto Capibaribe, que já está levando água até Santa Cruz. Então, quando esse sistema funcionar, inclusive de maneira integrada, a gente vai poder ter um conforto, digamos assim, depender menos do regime de chuvas”
- explicou.
Questionado sobre a privatização da Compesa, outro assunto que intriga os pernambucanos, Alex afirmou categoricamente que a companhia não será privatizada. O que se pensa para a companhia é na concessão parcial dos seus serviços.
“Atualmente, todos os serviços ligados à água e esgoto em
Pernambuco são feitos pela Compesa. No caso da concessão parcial, a Compesa
ficaria somente com a primeira parte deste serviço, que é a produção e
tratamento de água. É bom que as pessoas entendam que a empresa continuará
sendo 100% pública. Não vamos vender nada da companhia”, disse o presidente.
Sobre a empresa concessionária que partilhará os
serviços com a Compesa ter autonomia para definir o valor da conta, Alex negou
que isto pudesse acontecer porque tudo será contratualizado e definido pela
Agência Reguladora de Pernambuco (ARPE). Neste processo da concessão parcial
dos serviços da Compesa à iniciativa privada, as audiências públicas com o
objetivo de atender às necessidades de água e esgoto da população, vão até o
dia 7 de fevereiro. Na sequência, o governo, junto com a Microrregião de Água,
protocola o resultado no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e, em seguida, os
editais são publicados.
“Hoje, a concessão é uma instituição que todo mundo conhece.
Transporte público é concessão. Já existem creches com modelo de concessão,
rodovias, aviação civil, e agora o saneamento pernambucano está indo para o
modelo de concessão. Temos a grande chance de atrair um volume de
investimentos fundamentais para universalizarmos água e esgoto”, concluiu o
presidente.
Blog do Paixão