Após China, União Europeia e
Argentina suspendem compra de frango do Brasil
Interrupção ocorre após o 1º
registro de gripe aviária em granja comercial no Brasil. Caso ocorreu em
Montenegro (RS).
Por Paula Salati, Marcelo Tuvuca
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Além
da China, a União Europeia e
a Argentina também interromperam as importações de frango do Brasil, após
o 1º
registro de gripe aviária no país em granja comercial, divulgado
quinta-feira (15), em Montenegro (RS).
O Ministério da Agricultura
reforça que não
existe risco no consumo da carne ou de ovos.
"Não é o consumo humano que está em risco, e sim a contaminação sanitária dos plantéis comerciais", afirmou o ministro Carlos Fávaro. "Você exportar uma carne contaminada com aquele vírus e ele contaminar os plantéis comerciais."
O Brasil é o maior
exportador de frango no mundo e o terceiro maior produtor.
Depois da China, os maiores
compradores das aves brasileiras no exterior são os Emirados
Árabes e o Japão, segundo a associação de produtores, a ABPA.
Raio X da produção e venda de carne de frango do Brasil — Foto: Arte g1
Como se dá a suspensão
Em entrevista do g1, o secretário-adjunto de Comércio e
Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Marcel Moreira, explicou
que as exportações de todos os estados do Brasil estão suspensas para a
China e União
Europeia.
E que a medida faz parte de acordos
que preveem bloqueios automáticos em caso de doenças em granjas. É
próprio Brasil que faz o bloqueios (entenda abaixo).
Para os demais clientes do
Brasil, como Japão, Emirados
Árabes, Reino
Unido, Filipinas, Arábia Saudita, há acordos regionalizados.
Para alguns, são suspensas as
vendas somente do que é produzido no local de foco da doença; para outros, ela
se estende ao município ou ao estado afetado.
"Com o Japão, por exemplo, nós temos um acordo por município que negociamos recentemente. Então, obviamente, nós paramos as exportações de Montenegro para lá", exemplifica.
O Rio Grande do Sul já havia
interrompido as vendas de frango para a China em 2024, por causa após a
detecção da doença de Newcastle em aves.
Moreira explica que o acordo com a Argentina prevê o bloqueio da exportação do que é produzido em um raio de até 10 km do foco da contaminação. No entanto, o governo argentino publicou uma nota dizendo que suspendeu as importações de frango do Brasil, sem especificar se fará isso apenas dos locais próximos a Montenegro.
Cabe ao Brasil suspender as
vendas
Moreira esclarece ainda que
os acordos sanitários preveem que é o próprio Brasil que
precisa suspender automaticamente as exportações de frango quando há
detecção de doenças em granjas.
Isso acontece antes mesmo de os
países anunciarem restrições.
"É um procedimento já
acordado, país a país, para garantir a credibilidade do Brasil em mercados
internacionais", explica Moreira, do Ministério.
"Obviamente, estamos esperando as reações dos países. Precisamos aguardar. É final de semana, o horário não favorece, mas em breve devemos começar a receber as respostas dos países em relação ao ocorrido", afirmou.
O que acontece agora
Moreira explica que, passados
28 dias após a desinfecção da granja de Montenegro, o Brasil pode se
autodeclarar livre de gripe aviária em granjas comerciais, caso não haja nenhum
outro foco.
Essa é uma regra da Organização
Mundial de Saúde Animal (OMSA), detalha.
Se o Brasil não tiver novos focos
após esse período, pode negociar as reaberturas de mercado para o frango
nacional.
Caso inédito
Segundo o governo federal, o foco
em Montenegro é o primeiro de gripe aviária de alta patogenicidade (IAAP)
detectado na avicultura comercial do país.
Veja onde fica Montenegro, onde primeiro foco de gripe aviária em granja foi confirmado — Foto: Foto: Arte/g1
Casos da doença registrados
anteriormente no Brasil ocorreram em aves silvestres, ou seja, que vivem soltas
na natureza, e em criações para subsistência, que não são comerciais.
Em 2023, por conta desses focos,
o Ministério da Agricultura declarou emergência
zoossanitária no país.
O vírus da gripe aviária, H5N1,
circula desde 2006, especialmente na Ásia, na África e no Norte da Europa.
"Nós tivemos a chegada deste vírus em aves migratórias, silvestres, há
exatos 2 anos, e tínhamos, infelizmente, a convicção de chegaria a granjas
comerciais", disse Fávaro à GloboNews.
"Nenhum país do mundo
conseguiu segurar tanto tempo depois da chegada em animais silvestres . O
Brasil conseguiu mais 2 anos. Com isso, revisamos diversos protocolos
sanitários."
Os Estados Unidos sofreram
recentemente com os casos de contaminação em granjas, o que levou à morte de
centenas de milhares de aves e fez
o preço dos ovos disparar naquele país. Com isso, os EUA
passaram a comprar este alimento do Brasil.
Mortes de gansos e patos em
zoológico no RS foram por gripe aviária
Local está fechado para visitação
por tempo indeterminado
Bruno Bocchini - Repórter da
Agência Brasil
© Agência Senado/Divulgação
O Ministério da Agricultura e
Pecuária (Mapa) confirmou que as mortes de 38 cisnes e patos do Parque
Zoológico de Sapucaia do Sul (RS) foram causadas pela Influenza Aviária de Alta
Patogenicidade (H5N1).
A Secretaria do Meio Ambiente e
Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul já havia fechado o local para
visitação desde o registro da morte dos animais na última terça-feira (13) e
continuará fechado por tempo indeterminado.
Sapucaia do Sul fica a
cerca de 50 quilômetros de Montenegro (RS), local em que a detecção do vírus da
influenza aviária de alta patogenicidade foi
confirmada em sistema de avicultura comercial na última quinta-feira
(15).
O Parque Zoológico de Sapucaia do
Sul tem 63 anos de existência e é o maior zoológico do Rio Grande do Sul.
Atualmente, abriga cerca de 130 espécies entre répteis, aves e mamíferos,
somando mais de mil animais. Além dos animais silvestres, conta com um plantel
de espécies domésticas, entre elas 500 cisnes e marrecas.
Doença
A influenza aviária, também
conhecida como gripe aviária, é
uma doença viral altamente contagiosa que
afeta principalmente aves silvestres e domésticas, mas também pode
acometer humanos.
Entre os principais sintomas
apresentados nas aves estão dificuldade respiratória; secreção nasal ou ocular;
espirros; falta de coordenação motora; torcicolo; diarreia; e alta mortalidade.
Segundo o Ministério da
Agricultura, a doença não é transmitida pelo consumo de carne nem de
ovos.
A Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) do Rio Grande do Sul pede que todas as suspeitas de influenza aviária, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves, sejam notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima ou pelo WhatsApp (51) 98445-2033.
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