Caso suspeito é investigado em propriedade com criação de subsistência, não voltada para comercialização de aves. Ceará continua sem casos confirmados para a doença, segundo órgão estadual.
Por Redação g1 CE
Ceará tem caso suspeito de gripe aviária em propriedade com criação de subsistência — Foto: Arquivo/Reprodução
Um caso suspeito de gripe aviária
em uma propriedade com criação de subsistência é investigado em Salitre, na
região do Cariri, no Ceará. A informação consta no mapa do Ministério da
Agricultura e Pecuária, atualizado diariamente. O caso está sendo monitorado
pela Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri).
Desde que a H5N1 chegou ao
Brasil, em 15 de maio de 2023, o país investigou 2.883 casos suspeitos de
Síndrome Respiratória e Nervosa em aves. Desses, 166 foram confirmados como
sendo casos de gripe aviária, o que representa cerca de 5% das suspeitas. Das
166 confirmações, o Brasil tem 1 foco de gripe aviária em granja comercial, 3
que atingiram aves de subsistência (criação doméstica) e 164 em aves
silvestres.
A propriedade rural em Salitre é
utilizada para subsistência, sem ter uma produção voltada para a
comercialização. Ou seja, o caso não é em uma granja comercial. A
investigação está em andamento e já teve amostra coletada, conforme o portal de
monitoramento.
Em nota, a Adagri informa que
realizou a coleta de material em uma criação de fundo de quintal no município
de Salitre e que aguarda o resultado laboratorial. Este material é analisado em
laboratório oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária, em São Paulo.
O órgão estadual destaca que o
Ceará segue sem casos confirmados para a gripe aviária e que intensifica as
ações de combate à doença em granjas comerciais e criações de aves de
subsistência.
Os exames, ainda não concluídos,
serão para identificar o vírus da influenza aviária e o da doença de Newcastle
— outra doença viral que acomete aves silvestres e domésticas, podendo ser
confundida com a gripe aviária.
Conforme a Adagri, os locais são
fiscalizados com a coleta de amostras de sangue, swab de traqueia e cloaca,
como parte da vigilância ativa para identificar possíveis infecções.
O órgão destaca que já realizou
22 atendimentos a notificações semelhantes desde que o Ministério da
Agricultura decretou emergência nacional para a gripe aviária, em 2023.
Destes atendimentos, 13
notificações foram consideradas fundamentadas, necessitando do envio de coletas
para análise. Nenhum destes teve resultado positivo para a gripe aviária.
"Neste momento, é
importante que os criadores, tanto tecnificados quanto não tecnificados, adotem
medidas rigorosas para evitar a entrada da doença em suas propriedades",
completou a Adagri, em nota.
O órgão reforçou, ainda, que a
recomendação para as granjas comerciais é reforçar ainda mais as medidas de
biosseguridade. Algumas delas são: adquirir aves somente de locais registrados
pela agência e evitar comprar aves em feiras livres que não possuem registro.
Monitoramento
O Ministério da Agricultura e
Pecuária investigava seis casos suspeitos de gripe aviária no Brasil, mas
descartou três deles no início da noite. Até a última atualização desta
reportagem, a situação era a seguinte:
2 casos confirmados:
- Montenegro (RS) – granja comercial
- Sapucaia do Sul (RS) – zoológico, onde cisnes
morreram
4 casos em investigação
- Ipumirim (SC) - granja comercial
- Aguiarnópolis (TO) - Granja comercial
- Salitre (CE) - produção familiar para subsistência
- Estância Velha (RS) - produção familiar para
subsistência
3 casos descartados nesta
segunda-feira
- Graccho Cardoso (SE) -
produção familiar para subsistência
- Triunfo (RS) - produção familiar para subsistência
- Nova Brasilândia (MT) - produção familiar para
subsistência
O primeiro
foco de gripe aviária H5N1 foi localizado em uma granja comercial no município
de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na quinta-feira
(15).
No sábado (17), o governo
informou que rastreou o destino dos ovos de incubação fornecidos pela granja e
que eles serão destruídos. Os ovos foram enviados para Minas Gerais,
Paraná e o próprio Rio Grande do Sul.
O Ministério
da Agricultura reforçou que não existe risco no consumo da carne ou de ovos.
Caixas de ovos e outros itens são queimados em buraco no chão de granja na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, após a confirmação de caso de gripe aviária — Foto: REUTERS/Diego Vara
Suspensão da exportação de
frango
A exportação de frango do Brasil
para uma série de países está suspensa em razão do 1º registro de gripe aviária
no país em granja comercial.
O Brasil é o maior exportador de
frango no mundo e o terceiro maior produtor.
Com isso, a venda já está
suspensa para:
- China
- União Europeia
- Argentina
- Uruguai
- Chile
- México
- Arábia Saudita
- Japão, apenas para aves de Montenegro (RS)
- África do Sul
- Canadá
- Coreia do Sul
- Emirados Árabes Unidos, apenas aves provenientes da
área afetada
- Filipinas, apenas aves provenientes da área afetada
O maior comprador de aves do
Brasil é a China, depois dela vem Emirados Árabes e o Japão, segundo a
associação de produtores, a ABPA.
Raio X da produção e venda de carne de frango do Brasil — Foto: Arte g1
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