Filho do amante da mulher também
foi preso por suspeita de participação no crime. Polícia acredita que suspeitos
queriam dinheiro do idoso e de sua madrasta.
Por Artur Ferraz
Charles Arruda, de 66 amos, foi morto pela mulher dele, pelo amante dela e pelo filho deste, segundo a Polícia Civil — Foto: Reprodução/WhatsApp
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REPORTAGEM
A Polícia Civil informou,
nesta segunda-feira (12), que prendeu
três pessoas pelo assassinato de Charles José Mamede Arruda, de 66
anos, encontrado
morto seis dias depois de sobreviver a um atentado a tiros. Entre os
presos, estão a esposa de Charles Arruda, o amante dela e o filho desse
amante (veja vídeo acima).
Segundo as investigações, os três
estavam interessados no dinheiro de Charles e da madrasta dele, uma mulher de
mais de 80 anos de quem a esposa de Charles tomava conta.
O corpo de Charles Arruda foi
achado numa área de mata em Aldeia, em Camaragibe,
no dia 30 de março. Menos de uma semana antes, ele tinha sido baleado enquanto
estacionava o carro perto da casa onde morava, em Olinda.
Em entrevista coletiva nesta
segunda-feira (30), a delegada Juliana Bernat, titular da 10ª Delegacia de
Homicídios, disse que, após o atentado, a vítima disse, em depoimento, que já
desconfiava da mulher.
"Ele vinha desconfiando que ela o estava traindo e ele colocou um rastreador, tanto no veículo dele, quanto no dela [...]. Ele relatou que já vinha com essa suspeita, a questão financeira, o dinheiro que ele vinha ganhando. E disse para o policial: 'se alguma coisa acontecer comigo, tenho certeza que foi ela'", contou Juliana Bernat.
Conforme a delegada, com a ajuda
dos rastreadores, a polícia conseguiu identificar o trajeto dos veículos na
noite em que Charles Arruda desapareceu.
O corpo da vítima apresentava uma
dose alta de remédios para dormir e estava com seis marcas de tiros. O carro
dele foi localizado em outro local, a três quilômetros de distância, aberto e
com cheiro de gasolina.
"Foram os dois carros
andando juntos. Certamente, não era Charles dirigindo, tinha uma terceira
pessoa, que era o amante. [...] Eles 'vão' para o lugar consumar o crime",
disse a delegada.
Após o homicídio, a esposa de
Charles procurou a delegacia para registrar o desaparecimento dele. Em
depoimento, ela disse que o marido tinha tomado o calmante e saiu sozinho de
carro. Enquanto a mulher falava, o corpo da vítima foi encontrado.
"A esposa [reagiu] como se
nada tivesse acontecido, muito fria, continuou a dar o depoimento, deu a versão
dela", afirmou a delegada.
Motivação financeira
Delegada Juliana Bernat (à esquerda) apresentou detalhes sobre as investigações e prisões — Foto: Artur Ferraz/g1 PE
Os três suspeitos foram presos na
noite da sexta-feira (9), em Bairro Novo, em Olinda. A polícia ainda investiga
a participação de uma quarta pessoa no assassinato e na tentativa de homicídio
na semana anterior ao crime.
Segundo a delegada Juliana
Bernat, Charles Arruda trabalhava como motorista autônomo, transportando
passageiros entre o Recife e João Pessoa.
Já a esposa, é técnica de enfermagem e cuidava da madrasta do marido, que mora
com outra idosa numa casa próxima à do enteado.
"Quando a gente encontrou o veículo de Charles, a gente encontrou um extrato com saques diários. Uma senhora de 80 anos não faz saques diários de R$ 5 mil, só tinha de um mês. A gente acredita — todos vão ser ouvidos ainda — que Charles descobriu que ela (a madrasta) vinha sendo roubada e, por isso, ela (a esposa) executou ele", afirmou a delegada.
Casados há 17 anos
Filha do primeiro casamento de
Charles, Andréa Mamedes disse ao g1, depois da entrevista
coletiva na sede da Polícia Civil, que foi pega de surpresa quando soube do
envolvimento da madrasta no crime. Segundo ela, o casal estava junto há 17 anos
e teve dois filhos.
"Ainda estava esperando sair
algo da polícia [...] É bem chocante, é assustador, na verdade [...] A todo
momento que convivi, ele estava sempre bem com ela. Nunca presenciei nada. Por
isso estou em choque", afirmou.
Andréa falou, ainda, que vai
aguardar as conclusões do inquérito para entender melhor as motivações que
levaram os suspeitos a praticar o assassinato.
"[Charles] era um homem trabalhador, saía para trabalhar todos os dias. Era uma pessoa recatada [...]. É um pouco difícil de falar, não tem como não se emocionar, mas ele não merecia", declarou a filha da vítima.
Blog do Paixão