A pedido da Polícia Civil, a Justiça também decretou as prisões temporárias de outras seis pessoas suspeitas de participação na morte de Ruy Ferraz; três já foram presas, enquanto as outras quatro estão foragidas.
Por Patrícia Marques, Bruno Tavares — São Paulo
A Justiça de São Paulo decretou neste sábado (20) a prisão temporária do sétimo suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz, ex-delegado-geral de São Paulo.
O suspeito é Willian Silva Marques, dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime.
A pasta já divulgou as fotos e os nomes das outras seis pessoas identificadas por suspeita de participarem da execução. Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
A Justiça de São Paulo decretou neste sábado (20) a prisão temporária do sétimo suspeito de participar do assassinato de Ruy Ferraz, ex-delegado-geral de São Paulo.
O suspeito é Willian Silva Marques, de 36 anos, dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime. Ele não tem antecedentes criminais. O g1 entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) para obter mais detalhes e aguarda retorno.
A pasta já divulgou as fotos e os nomes das outras seis pessoas identificadas por suspeita de participarem da execução. Ruy foi morto a tiros em uma emboscada na segunda-feira (15) em Praia Grande, no litoral paulista.
A pedido da Polícia Civil, a Justiça decretou as prisões temporárias dos sete suspeitos. Uma mulher e dois homens já foram presos, e quatro homens estão foragidos e são procurados. Veja abaixo quem são eles:
- Felipe Avelino da Silva (foragido), conhecido no Primeiro Comando da Capital (PCC) como Mascherano, teve o DNA encontrado em um dos carros usados no crime;
- Flávio Henrique Ferreira de Souza (foragido), de 24 anos, também teve o DNA encontrado em um dos carros;
- Luis Antonio Rodrigues de Miranda (foragido) é procurado por suspeita de ter ordenado que uma mulher fosse buscar um dos fuzis usados no crime;
- Willian Silva Marques (foragido e sem foto), dono da casa em Praia Grande de onde teria saído um fuzil que pode ter sido usado no crime;
- Dahesly Oliveira Pires (presa) foi presa na quinta (18) por suspeita de ser a mulher que foi buscar o fuzil na Baixada Santista;
- Luiz Henrique Santos Batista (preso), conhecido como Fofão, está envolvido, segundo a polícia, na logística da morte do ex-delegado. Ele teria dado carona para que um dos criminosos fugisse da cena do crime e foi preso nesta sexta (19);
- Rafael Marcell Dias Simões (preso), conhecido como Jaguar, foi preso neste sábado (20) após se entregar à polícia em São Vicente, no litoral.
Quem tiver informações que possam levar às prisões dos foragidos pode telefonar para o Disque-Denúncia pelo número 181. Não é preciso se identificar.
Além dos cinco suspeitos acima que tiveram as prisões decretadas, o Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) também investiga se Fernando Gonçalves dos Santos, conhecido "Azul" ou "Colorido", teve algum envolvimento no caso (foto abaixo).
Fernando é apontado como um dos chefes do Primeiro Comando da Capital na Baixada Santista. Uma das linhas de investigação é a de que o ex-delegado foi assassinado pelo PCC por seu histórico de combate à facção, que comanda o tráfico de drogas no estado e já o ameaçou de morte.
O ex-delegado tinha 64 anos e foi um dos responsáveis pela prisão de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, uma das principais lideranças do PCC.
A outra hipótese é a de que Ruy possa ter sido vítima de uma emboscada e morto pelo PCC em razão do seu trabalho como secretário da Administração em Praia Grande.
O secretário da pasta da Segurança, Guilherme Derrite, disse à imprensa não ter dúvidas do envolvimento do PCC na execução do ex-delegado. Ele, no entanto, disse na coletiva que a força-tarefa montada para esclarecer o caso vai apurar se há participação de agentes de segurança no crime.
Isso é um fato. A motivação é que ainda está em aberto.
— Guilherme Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo
De acordo com Derrite, "a dúvida é se a execução foi motivada por combate ao crime organizado durante toda a carreira do delegado ou por conta da atuação atual como secretario na Praia Grande".
A defesa de William afirmou que permanece à inteira disposição da autoridade policial para prestar todos os esclarecimentos necessários no âmbito das investigações em curso e que havia sido agendado depoimento para a última quinta-feira (18), contudo, a oitiva foi cancelada pela própria autoridade policial.
"É importante ressaltar que o proprietário não possui qualquer relação com os fatos investigados, tampouco qualquer intenção de se furtar aos esclarecimentos, colocando-se desde já à disposição para contribuir com a elucidação do ocorrido", disse.
A defesa de Dahesly informou que não iria se pronunciar neste momento. Já as defesas dos outros suspeitos não foram localizadas pelo g1.
O secretário explicou ainda que eles [parte dos suspeitos] foram identificados por meio de material genético encontrado em um dos carros abandonados pelos criminosos após a execução, mas que a polícia ainda não sabe qual a participação deles no assassinato. "Ainda é cedo para apontar qual o papel deles no crime", afirmou Derrite.
Segundo a polícia, Felipe é de São Bernardo e tem antecedentes por roubo e tráfico de drogas. A delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, disse que a polícia ainda apura quantas pessoas tiveram participação no crime.
"Sobre quantas pessoas participaram, diretamente vocês viram, está nas imagens, mas indiretamente só com as investigações, que é a participação dessa [mulher] que já foi presa, que é pós crime - a retirada da arma do local", afirmou.
Ao menos seis criminosos encapuzados participaram da execução de Ruy, conforme mostram as imagens das câmeras de segurança que gravaram o assassinato. Os bandidos fugiram em seguida. O DHPP ainda apura quem foi o mandate do crime e tenta identificar quem o matou.
Investigação
Polícia de São Paulo afirma que identificou dois suspeitos do assassinato do ex-delegado-geral Ruy Ferraz Fontes — Foto: Reprodução/TV Globo
Equipes do DHPP, em conjunto com agentes do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), estão à frente da força-tarefa para tentar esclarecer o caso. Na quarta-feira, a mãe e o irmão de um dos suspeitos foram ouvidos pela polícia. O teor dos depoimentos não foi divulgado.
Também foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em endereços da capital e de cidades da Grande São Paulo, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
Postar um comentário