segunda-feira, outubro 06, 2025

Ligação Trump-Lula gera clima de derrota entre bolsonaristas


Por Andréia Sadi


Lula e Trump — Foto: Adriano Machado/Reuters; Evelyn Hockstein/Reuters

Interlocutores do presidente brasileiro ressaltam que ligação partiu do norte-americano e que os dois concordaram em se encontrar e trocaram telefones para eliminar intermediários. Além disso, Marco Rubio, interlocutor de Eduardo Bolsonaro na Casa Branca, foi encarregado de discutir tarifas com Alckmin (PSB).

Interlocutores do Planalto ouvidos pelo blog afirmam que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ficou de fora das negociações durante o telefonema de Donald Trump para o presidente Lula (PT), ocorrido na manhã desta segunda-feira (6).

Foi o primeiro diálogo oficial entre os dois desde que os EUA aplicaram uma tarifa sobre a importação de produtos brasileiros. Na carta em que anunciou a medida, Trump citou como um dos motivos o julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Para o Planalto, a ausência de Bolsonaro como elemento das negociações sugere que o ex-presidente está, neste momento, escanteado das negociações entre Brasil e EUA sobre o tarifaço.

Reforçam essa a impressão, segundo os interlocutores ouvidos pelo g1, os seguintes fatos:
  • A ligação partiu de Trump.
  • Os dois combinaram de se encontrar.
  • Trocaram telefones, para dispensar intermediários.
  • O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, que é interlocutor de Eduardo Bolsonaro (PL-SP), foi encarregado de negociar o tarifaço com o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB).

Dada a imprevisibilidade de Trump, porém, o Planalto mantém cautela. Avalia que, de uma hora para outra, o republicano pode voltar a colocar o ex-presidente como ponto central das negociações.

Telefonema Trump-Lula gera clima de derrota entre bolsonaristas

Entre aliados de Bolsonaro, o clima é de derrota. Eles admitem que o telefonema reforça aquilo que já percebiam: que Eduardo e Paulo Figueiredo não têm monopólio de interlocução com a Casa Branca.

Isso já havia começado a ruir quando Trump disse, na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), que teve uma química com Lula.

A esperança, agora, é que o ex-presidente consiga algum aceno de Trump como forma de reforçar a ligação ideológica entre os dois.


Infográfico - A química entre Lula e Trump. — Foto: Arte/g1

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