Esses ajustes evidenciam a importância do processo de escuta promovido pelo portal Movimento Econômico com o seminário Conexões Transnordestina
Por Patricia Raposo / Folha de Pernambuco
A Infra S.A. deve publicar, em breve, o edital para contratação da supervisão técnica das obras da Ferrovia Transnordestina no trecho entre Salgueiro e Suape. A estatal também confirmou que haverá um novo edital, exclusivo para a montagem da superestrutura — que inclui trilhos, dormentes e demais componentes operacionais. A separação entre infraestrutura e superestrutura foi adotada para permitir ajustes técnicos no traçado sem comprometer a execução física do trecho. Mas neste ritmo, convenhamos, a atual geração não verá essa ferrovia em operação.
O edital referente ao segmento STS-4, já publicado, contempla apenas as obras de infraestrutura básica. O valor estimado é de R$ 415 milhões, sendo R$ 382 milhões destinados às obras civis e o restante reservado para contingências.
A previsão da estatal é lançar, ao longo do primeiro semestre de 2026, os editais para os segmentos STS-5, STS-6 e STS-7. Já os trechos STS-8 e STS-9, que ainda se encontram em fase preliminar de maturidade técnica, devem ser licitados posteriormente, com a realização de audiências públicas como etapa preparatória.
Durante o seminário de encerramento do ciclo Conexões Transnordestina, realizado na última terça-feira (18), em Suape, o diretor de empreendimentos da Infra S.A., André Luiz Ludolfo, afirmou que a estatal considera incorporar ao projeto alterações sugeridas ao longo dos eventos promovidos pelo Movimento Econômico em várias cidades de Pernambuco, do Sertão ao Litoral, nos últimos meses.
Uma das mudanças em avaliação é a adoção da bitola mista (larga e métrica) no trecho entre Salgueiro e Suape. Segundo Ludolfo, caso novos estudos comprovem a viabilidade técnica e a necessidade operacional, a estatal poderá implementá-la. A medida permitiria ampliar o tipo de cargas transportadas e garantir maior integração com outras ferrovias do país, como já ocorre no Ceará. Essa uma das principais demandas da sociedade civil ao longo dos seminários.
Outro ponto analisado é a geometria do traçado. Diferentemente do projeto original da Transnordestina, que previa rampas mais íngremes para reduzir os custos de implantação, a Infra S.A. seguirá normas mais rigorosas, com inclinação máxima de 1,45%. A nova diretriz técnica elimina a necessidade de uso de sistemas auxiliares de tração, conhecidos como helpers, o que pode reduzir os custos operacionais futuros.
Esses ajustes evidenciam a importância do processo de escuta promovido pelo portal Movimento Econômico e reforçam o caráter estratégico da obra para a logística de cargas em Pernambuco.




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