Combustível 100% renovável produzido a partir de resíduos orgânicos de aterros sanitários será gerado em Igarassu a partir do segundo semestre de 2026
Por Laís Nascimento
Uma planta para produção de biometano será instalada em Igarassu, Região Metropolitana do Recife (RMR), com projeto estimado em R$ 90,2 milhões, financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), sendo R$ 72,2 milhões oriundos do Fundo do Clima.
A unidade é da Gás Verde e tem inauguração prevista para o segundo semestre de 2026. Esta é a primeira planta do Nordeste e terá capacidade de produzir 45.600 m³ de biometano por dia.
O biometano é um combustível 100% renovável produzido a partir de resíduos orgânicos de aterros sanitários e reduz até 99% das emissões de CO2. Ele será gerado no aterro sanitário Ecoparque Pernambuco, que recebe 1.700 toneladas de lixo de 30 municípios do estado todos os dias.
O combustível produzido poderá ser usado tanto em processos produtivos quanto no abastecimento de frotas leves e pesadas, em substituição a combustíveis fósseis, como o diesel, o óleo combustível, o gás natural, a gasolina e o GNV.
Além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa na atmosfera, a planta vai atender os principais polos industriais de Pernambuco em um raio de 150 km do espaço e empresas dos municípios do Recife, Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Ipojuca, Vitória, Paulista, Goiana e Belo Jardim.
De acordo com a Gás Verde, a entrega do biometano será realizada em carretas movidas ao biocombustível, com zero emissão da produção à entrega.
“O projeto de Pernambuco integra a estratégia de expansão da empresa e reforça o papel do biometano como um dos vetores da transição energética, ampliando o fornecimento de um combustível capaz de substituir fontes fósseis e reduzir emissões de gases de efeito estufa”, destaca Daniela Teixeira, Diretora de Comunicação da Gás Verde.
Cenário nacional
Desde 2022, Gás Verde evitou 616 mil toneladas de CO2, equivalente a 3,7 milhões de árvores plantadas - Divulgação
Com a publicação do decreto que regulamenta a Lei do Combustível do Futuro, em 2024, novas metas foram definidas para o setor de gás natural fóssil com o biometano no Brasil. A legislação entra em vigor a partir de janeiro de 2026.
No país, as emissões de gases de efeito estufa têm como principais origens o uso da terra, a mudança do uso da terra e florestas (42%), a agropecuária (29%) e a energia (20%). Já os processos industriais e uso de produtos são responsáveis por 5% das emissões e os resíduos por 4%.
Com cerca de 3 mil lixões a céu aberto, o Brasil tem potencial produtivo de biometano de 120 milhões de m³ por dia. Pernambuco foi o primeiro estado a erradicar os lixões a céu aberto, em março de 2023, alcançando 100% de destinação para aterros sanitários.
Segundo a Gás Verde, desde 2022, a empresa evitou 616 mil toneladas de CO2, o equivalente a 3,7 milhões de árvores plantadas. Com duas plantas em operação - uma no Rio de Janeiro e outra em São Paulo - a empresa produz 160 mil m³ por dia de biometano, abastecendo indústrias do país.
“Com a operação da nossa primeira planta de biometano na região Nordeste, a Gás Verde amplia a oferta de biometano, explorando o potencial que o biocombustível tem no país. Além de fortalecer a presença no Nordeste e contribuir para a competitividade da indústria pernambucana com um combustível renovável, competitivo e com menores emissões”, explica Daniela Teixeira.




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