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ostei da historinha contada pelo Governador do Estado – Eduardo Campos (PSB), em visita a Araripina, no dia 29 de julho de 2013, para inaugurar obras.
Num encontro de abertura da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC, com a presença de cientistas de todo o mundo, no qual Campos era um dos palestrante, a presidente Helena Nader disse ao governador que veio ao evento exclusivamente para lhe cumprimentar – relatando que vinha num voo internacional e dois estudante da Escola Pública de Pernambuco, que voltavam dos Estados Unidos, conversavam enquanto ela ouvia atentamente. E ela vinha pessoalmente só para agradecer em nome da ciência brasileira, todos os investimentos feitos na educação pelo Governador.
E todos assistem contemplativos o maior orador da história política de Pernambuco, o melhor governador em cinco anos consecutivos, o maior... enfim, pela ótica do autor não é isso que ele vê na prática e não se rende aos encantos de quem “fez” e “faz” o melhor pelo nosso estado (como pregam as estatísticas). Elas afirmam em “números” que demos um salto significativo na educação, que a saúde tem melhorado e assistimos melhor e com mais qualidade os usuários do Sistema Único de Saúde – SUS, que o investimento em segurança pública garantiu quedas nos índices de violência, que tem trazido mais investimentos para o interior do Estado, dando demonstração de que não podemos mais nos sentir excluído pelo poder público estadual.
Pago as faculdades dos meus dois filhos com o salário indigno que recebo como funcionário público da saúde. Pago um Plano de Saúde Estadual e tenho que me deslocar para outros municípios (principalmente de outro estado), se quiser ser atendido (quando consigo agendar consulta) e não sou assistido nas minhas necessidades mais básicas. Sofro com glaucoma e tenho crises dolorosas de enxaqueca e quando preciso de médico especialista para as tais crises, desembolso R$ 300,00 e R$ 400,00, só para ser atendido, isso sem contar os gastos que preciso fazer com exames caros e que não são pagos pelo SUS.
Agora mesmo ao redigir o texto, me deparei com o sofrimento de um colega também funcionário público da saúde. Sua companheira está passando por problemas complicados de saúde e necessita urgente de especialistas. Foi até a capital e enfrentou uma via-crúcis que o fez verter lágrimas. Não preciso em detalhes como é a triste batalha para ser assistido nos grandes centros urbanos, quando tudo poderia ser menos complicado.
Eu vou aplaudir o quê?
Não é preciso me convencer de que o governador faz mais e melhor, até porque a escolha de o “melhor” tem sido feita por uma população ignara e que não reconhece que as melhorias têm que ser sentida no dia a dia e não estatisticamente.
Não posso me curvar a um Vendedor de Ilusões, que visita o nosso sertão cercado de súditos, com toda segurança e parafernália para lhe garantir proteção enquanto nós ficamos reféns do medo e da insegurança.
Tudo leva a crê que ainda precisamos crescer e nos orientar politicamente para que esses caras de pau entendam que o mínimo que fazem como administradores públicos não passam de cumprimento do dever. É como o pai que sabe que as contas da família devem ser quitadas mensalmente, e isso é obrigação e dever, não é favor.
Blog do Paixão