Todos nós somos sabedores do caso recente de cerceamento a imprensa em Pernambuco e da decisão escandalosa da Justiça do Estado, de conceder uma liminar no último dia 31 de agosto de 2013, atendendo ao pedido do Deputado Guilherme Uchoa (PDT) e Presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco – ALEPE, proibindo os jornais Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio, de citarem o nome do presidente em notícias a respeito de um processo de adoção irregular em que envolve sua filha Geovana Uchoa.
Três dias depois ele retirou a ação, alegando motivos desconhecidos. Nesse caso a Tribunal de Justiça de Pernambuco não contestou a medida que por si só, já parece arbitrária.
A moda está pegando em Pernambuco. E a declaração do Diretor da Autarquia de Trânsito e Transportes de Araripina – ATTA – Sebastião Arrais de Araújo, em entrevista no dia 09 de setembro, a Rádio Arari FM, que tem como presidente Valdeir Batista (amigo Pessoal de Arrais), dizendo o seguinte: "O que me chateou foi o local onde a crítica foi feita, eu não admito por parte de pessoas da administração e por pessoas desta emissora (Arari FM), cederem os microfones dela para adversários me criticarem”.
A declaração arbitrária digna de um déspota, faz referência a entrevista de um vereador de oposição que classificou a ATTA de “cabide de emprego”.
O que sei na verdade é que as emissoras (de rádios e TV) devem obedecer a propósitos legais e constitucionais durante o uso da concessão, como privilegiar a educação, a cultura nacional e regional, a informação no conteúdo das programações, não formar monopólio ou oligopólio de propriedade, entre outras metas de cunho moral, financeiro e fiscal. E nesse caso, como o vereador de oposição está transmitindo uma informação mesmo que desabonada pelo seu adversário, não pode haver apenas uma parte beneficiada para usufruir destes meios de comunicação, porque afinal de contas, a emissora de rádio da qual o Sr. Diretor da ATTA está de forma direta tentando limitar a liberdade de expressão, foi um concessão pública.
No caso do Presidente da ALEPE – Guilherme Uchoa, o Governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) que se diz contra qualquer tentativa de restringir a liberdade de imprensa, demorou mais de quatro dias para se posicionar contra a decisão do seu correligionário. E Alexandre Arraes (PSB), que estava envolvido com os festejos cívicos do nosso Município, vai esperar quantos dias para corrigir um ato tão desabonado pela sociedade e um ataque frontal a democracia e praticado publicamente pelo seu aliado político?
Claro que não esperamos uma atitude tão benevolente de um gestor que também comunga e namora com os malfeitores do cerceamento à liberdade de imprensa. Pedir uma justificativa plausível para a atitude antidemocrática do Diretor da ATTA, é tentar querer encontrar agulha no palheiro. Cabe a ele desmentir o Vereador de Oposição quando o acusa de que a autarquia por ele dirigida não é um cabide de empregos e mostrar a função de cada funcionário, principalmente os que aparecem em fotos representando a instituição. E também desmentir os boatos de que o trabalho desenvolvido pela ATTA, já vem sendo executado pelo DETRAN.
Simples, não?
Este negócio de querer calar a imprensa virou moda. Diga-se de passagem de Hugo Chavez à Cristina Kirschner (presidente argentina) tentando a todo custo calar o "El Clarín" e respingando no PT incomodado com as críticas pela imprensa nos governos Lula e Dilma. Os gestores se julgam acima de qualquer suspeita, porém a mesma não deve se deixar intimidar por pseudo-gestores que, na maioria da vezes, usam o cargo para se enriquecer e prestar péssimo serviço à população.
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