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Muitos carregavam faixas simbolizando a paz apenas como mais um momento cívico, e que o incremento seria somente mensagens que até passaram despercebidas dos expectadores.
E para você o que pode representar a paz? Somos mesmo mensageiros da paz? No dia-a-dia, tentamos aplicar na prática o que pensamos por impulso?
Harmonia, criminalidade, justiça, desigualdade social, pobreza, política social, econômica e cultural, corrupção, respeito às liberdades individuais, a liberdade de expressão, preconceito, segurança, educação, saúde, imposto, pluralidade de ideias e outras infinidade de palavras que podem representar de uma forma direta a paz, ainda precisa de consistência e praticidade para que tenhamos um país em que reine as verdades e não sejam propagadas somente as aparências.
Clamar por justiça num país em que a própria justiça é representada pelos Lewandowskis, os Toffolis, os Mendes e os Barrosos da vida, que usam métodos de parcialidade e ferem todas as regras da nossa legislação, é tornar o sentido da paz amordaçada por um sistema em que os que deviam zelar pelas leis, preferem usar métodos em que devem prevalecer apenas desejos individuais.
A harmonia neste país tende a ficar cada vez mais distante porque somos vítima da criminalidade justamente porque quem devia zelar pelos direitos do cidadão, facilita a bandidagem e a criminalização, deixando a paz distante para se formar uma sociedade menos traumática.
As desigualdades sociais também criam uma sociedade paralela em que a pobreza gera a marginalização e nesse caso as políticas sociais, econômicas e culturais precisam chegar e alcançar com maior intensidade para que a pacificação torne a paz uma realidade, sem que seja apenas um revés de programas sociais que alimentam os miseráveis mais não lhes tira da condição de absoluta de dependência.
O respeito às liberdades individuais, a pluralidade de ideais, a liberdade de expressão, também podem ser um caminho próspero para a paz e essa ideai também tem de sair da oratória para a prática.
Tanto se fala em educação e saúde, que são irmãs, para que andando bem as duas, tenhamos um povo mais educado, mais saudável e com ares de quem acredita num país mais justo e igualitário, com oportunidades iguais, e aí sim, a paz sairia das malandragens pronunciadas em palanques pelos políticos, para uma realidade vindoura.
E a corrupção? Eterna companheira que virou uma simbiose pelo país? Podemos ter esta paz tão desejada e expressada paz por uma geração que ainda não sabe ao certo o que fazer?
Nesse caso, não precisamos se afastar totalmente da política, não querendo nunca ser um político, pois se desejamos mudanças de uma classe que é tão execrada pela sociedade e ao mesmo tempo privilegiada, temos que sim, se inserir no processo para que as transformações aconteçam. O que não podemos é ser partícipe de um sistema que a cada dia transforma o nosso país num escandaloso lugar em que a confiança, a dignidade e a honestidade são subjugadas pelas facilidades do processo. Então paz, fica em um lugar bem mais distante.
E as diferenças religiosas combinam com a paz quando o fanatismo se torna uma bandeira que separa as pessoas que tem um pensamento e uma direção única: encontrar o criador.
Todos já viram por diversas vezes 22 jogadores entrarem em campo com faixa pedindo paz e jogo limpo, e quando o jogo começa quebrar a perna do adversário pode ser uma desculpa para um esporte de contato. O atleta simulando uma falta e o árbitro sendo xingado (o árbitro não a mãe dele) e a torcida sendo incitada a prática de violência nas arquibancadas que não podem ser dividida por torcidas rivais. E então? O que o cartaz que uniu todos para pedir PAZ nos estádios representou?
Um gesto, uma demonstração de amor, de carinho, de afinidade, uma ação que não precisa de holofotes, uma ideia que não seja tão pretensiosa, o jeito de educar os filhos, respeitando o espaço do outrem, um conselho, uma mão amiga, um abraço verdadeiro e outras infinitas demonstrações que não precisam de cartazes, bandeiras ou outros enfeites, mas de ação humana que possam sim na mais perfeita expressão tornar a paz a esperança para um mundo tão violento.
Nós somos em verdade as duas faces de uma moeda, ou bipolares, quando pensamos na paz, somos bonzinho, sensíveis e pacatos, quando estamos sobre o efeito da raiva nos transformamos em ódio e somos capazes das mais diversas atrocidades mesmo que elas sejam expressas em palavras, duras e insensíveis. E não adianta dizer que “eu não sou assim”, pois é preciso se policiar para que apenas uma face seja externada, mesmo que sacrifícios sejam feitos e aí sim não precisaremos mais usar meios artificiais para demonstrar quem não somos.
Precisamos nos desarmar, eu preciso me desarmar, de verdade, me desarmar do preconceito que mesmo que eu não queira vive dormindo e acorda a qualquer gesto súbito de fúria. Você precisa se desarmar, quando passar a entender que revide não é uma atitude, mas uma arma.
E a paz só se faz assim. Mesmo que eu, em palavras me direciono por caminhos tortuosos e/ou corretos, dependendo da compreensão de cada um, eu tenho a paz dentro de mim e se compreenderes que as duras palavras, as críticas e as verdades são armas contra a paz, está enganado, pois um mundo só será transformado quando os justos forem compreendidos.
Aí, sim a PAZ reinará, pois os justos querem um mundo melhor para todos.
Blog do Paixão