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brão clamou diversas vezes a Deus que não destruísse Sodoma e Gomorra. Deus disse, então, a Abraão se ele encontrasse “dez políticos justos”, as cidades não seriam destruídas. Claro que Deus não disse “dez políticos justos” e sim dez pessoas justas. Os pecados daquelas cidades estavam relacionados à ganância, o apego excessivo à propriedade e a falta de compaixão. Deixemos de lado os pecados do corpo.
No momento político atual ser infiel parece não ser pecado. Visto que interesses pessoais estão acima de qualquer compromisso com os eleitores, certamente não encontraremos dez políticos justos, mas seguramente encontraremos mais de dez políticos pedindo votos para aqueles que raramente colocam os pés no Araripe, sempre com o mesmo discurso de enfrentamento da seca. Já faz 75 anos (contados a partir de 1938) que meus avós maternos, moradores do então distrito de São Gonçalo, a nossa Araripina, fugiram da seca para São Paulo e conhecendo bem os políticos, sabedores a séculos dos problemas do semi-árido, o Projeto do Canal do Sertão não passará de uma miragem no deserto (ou no semi-árido) e que servirá como tema de campanha por muitos anos.
Se conseguirmos nos desvencilhar dos oportunistas da capital, qual seria
o nome de consenso para federal na região do Araripe? A mídia paga já tem os
seus eleitos e tenta nos confundir com suas mentiras. Na impossibilidade de
encontrar dez políticos justos, quem sabe encontremos ao menos um que não seja
ganancioso, que não haja como um imortal, que tenha a mente aberta, espírito de
missão, que realize aquilo que prometeu e que respeite acima de tudo o povo do
sertão.