Moramos a quase 700 km da capital pernambucana, especificamente na última cidade do Sertão Pernambucano – Chapada do Araripe, chamada Araripina – divisa com o Estado do Piauí – conhecida com a Terra do Gesso.
Semiárido nordestino a estiagem por aqui pode completar três anos consecutivos, caso não chova neste ano e é terreno fértil (sem o inverno) para os políticos se saciarem com a indústria da seca.
Visita do Governador – Eduardo Campos (PSB) no nosso município (e na região) é coisa esporádica (mesmo em tempos de seca), mas temos obras visivelmente eleitoreiras realizadas pelo mandatário estadual que faz do governo municipal (aliado e partidário do governador) um poder blindado e sem ninguém para lhe incomodar.
Ministério Público, Juiz, TCE (Tribunal de Contas do Estado), Câmara de Vereadores, meios de comunicação e outros órgãos, não atuam e os oponentes do PSB, não têm a quem recorrer porque o governador não aceita que se faça política contrária ao seu partido e ao seu jeito arbitrário de governar.
As rádios locais e todo um aparato de comunicação foram montados para maquiar uma administração de faz-de-conta. Se você visitar a cidade e andar pelas as ruas (intransitáveis), perceberá o descaso e o zelo do gestor com os recursos públicos (ninguém pode se posicionar contra porque Dudu é quem dar as cartas). Obras municipais são vistas aqui e acolá e são distribuídas em localidades onde a população é ignorante e acredita que os recursos vultosos que chegam ao município estão sendo aplicados com racionalidade pela prefeitura.
Muriçoca (pernilongo) faz a festa em nossas casas, mosca azul (varejeira) é uma amostra do estado de degradação em que vivemos além, de esgotos estourados, vias obstruídas, insegurança (porque somos assaltados durante o dia – coisa inimaginável há 10 anos) e uma série de fatores que podem evidenciar a veracidade dos fatos.
Se você não conhece Eduardo Campos – filhote e afilhado político de Lula – não sabe o que é a face bipolar da política brasileira.
Quem não é aliado desse senhor de olhos verdes (cheio de artimanha e maledicência) não sabe o que é dormir com o inimigo. Digo isso por não acreditar num Estado Desenvolvido, no melhor governador, num Pernambuco Plural, que prospera dentro da ordem econômica, social e democrática.
Sabe o que é viver sob a imposição de um senhor déspota e autoritário? De um governo socialista, disfarçado de democrata?
Se você pensa que o PT já fez horrores com o nosso País (e eu também não simpatizo com ele), nem imagine um governo socialista. Será o retrato do continuísmo.
O socialismo está bem pertinho de nós, tentando calar e silenciar aqueles que são os porta-vozes da verdade e que tentam fazer uma imprensa livre, mas com as retaliações e comando arbitrário de um plenipotenciário: Eduardo Campos.
A política de Eduardo Campos (o Coronelzinho do Nordeste) tem como meta a hegemonia à predominância do poder em família. Veja trechos de uma matéria publicada pelo Folha de São Paulo:
“Campos mantém no governo pelo menos uma dezena de parentes seus e de sua mulher. A irmã da primeira-dama, Ana Elisabeth de Andrade Lima Molina, médica da Secretaria da Saúde, por exemplo, foi alçada a um cargo de direção da pasta”.
“Antes de fazer campanha para que a mãe, a então deputada Ana Arraes, fosse nomeada ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), em 2011, Campos já havia patrocinado a escolha de dois parentes para ocupar espaços no Tribunal de Contas do Estado”.
“Para o filósofo e professor de Ética da Unicamp Roberto Romano, as decisões de Campos reproduzem uma ética herdada do seu avô. "A fama de 'esquerdista perigoso' imputada pelos militares a Miguel Arraes não corresponde às práticas que ele adotou quando foi governador de Pernambuco”.
Isso deixa claro a prisão que virou Pernambuco para aqueles que fazem oposição a esse senhor. Lembro-me em 1995, quando várias categorias se reuniram defronte ao Palácio dos Campos da Princesa, e eu estava lá, bem na frente, para reivindicar melhorias salarias, e o seu avó mandou repreender os manifestantes com truculência. Tal avó, tal neto, porque esse rapaz não escuta ninguém e tem estendido as raízes da imposição e do sistema autoritário que nosso estado vive atualmente (mesmo alguns jornalistas socialistas defendendo que vivemos um estado democrático de direitos), para todos os governos municipais socialistas.
Se você não tem escolha para votar no melhor neste país, tenho certeza que Eduardo Campos, não é a opção. E como estamos num beco sem saída, mesmo assim eu não oriento os senhores eleitores a apostar num novo que tem cara de velho e vive em busca de aliados que fazem da política neste país um meio de sobrevivência e do dinheiro da nação a ama-de-leite. Obra acabada do PT, ele faz os mesmos conchavos e procura se unir as mesmas corjas que fez do Partido dos Trabalhadores uma das mais corruptas agremiações que governou este nosso país.
Quer uma reprise para contar a mesma história?
E tenho dito.
Desde que começou o projeto político para presidência da República, do Sr. Eduardo Campos, uma lembrança me veio à cabeça: Fernando Collor de Mello – “homem” que arrancava suspiros das mulheres. Era conhecido como “o caçador de marajás”. Governava o estado de Alagoas com mãos-de-ferro. Recusava pagar altos salários ao funcionalismo público. Demitia, cortava salários, extinguia cargos públicos. A mídia, na época, inclusive jornais e revistas de grande circulação nacional, além de rádios e TV (entenda-se Rede Globo – maior propagandista de Collor) fazia-nos crer que este era o salvador da pátria, o homem, se eleito, acabaria com todas as mazelas, o homem que levaria o país ao topo da economia mundial. Com tanta propaganda e puxação de saco este era “o cara” para presidente do Brasil. Saia eu contando e cantando aos quatro ventos: votem no homem. Até então, conhecia o sujeito apenas pela imprensa. Quando este, pela primeira vez que apareceu na TV, cabelo engomado, olhos claros (se fosse mulher jogava umas asinhas para ele), vestido em um terno importado e com sapatos tão brilhantes que era preciso usar óculos de sol, me veio um calafrio, uma má impressão. Pensei: este “engomadinho” com ar de bom moço, dirigido pelo marketing como se fosse um ator, o personagem principal de uma novela, não está com boas intenções. Pregador da moralidade, do “dá para fazer melhor” (como diz Eduardo Campos) e com apenas 5% das intenções de voto não se dava por vencido. Estratégia de marketing bem feita e o fulano, infelizmente, é eleito presidente.
ResponderExcluirEduardo Campos, o Collor do século 21, o “dá para fazer melhor”, filho político de Lula, que estava sendo preparado pelo PT para ser presidente do Brasil num futuro não muito distante, age como aqueles adolescentes que estão com os hormônios à flor da pele – tenta se segurar para não engravidar uma garota, mas a natureza aliada com a imaturidade não sabe o que fazer com um recém-nascido. Não teve paciência para esperar o momento certo. Os bilhões de reais deixados pelos governos de Lula e Dilma já o fez o melhor governador do Brasil. Penso que nenhum estado recebeu tantos investimentos do governo federal como o estado de Pernambuco. O tanto de dinheiro (investimento) que lhe deu tanto prestígio o transformou em um coronel. Destituição do prefeito de Araripina, uma cidade ainda pouco conhecida no Brasil, por causa de um rombo de 5 milhões de reais. O atual, seu primo, só recebe elogios do Tribunal de Contas do Estado (parabéns) e da Câmara de Vereadores (parabéns novamente), também da mídia local (mil vezes parabéns). Petrolina, uma cidade já bem mais conhecida, também deve o dedo do coronel Eduardo. Quem não reza na sua cartilha está fadado a queimar no inferno.
O marketing de Eduardo é o mesmo de Collor – fala mansa e pausada e foco nos olhos. Até o estilo “engomadinho” é parecido. Imaginemos Eduardo na presidência. Não, não posso imaginar. Tenho pesadelos quando lembro que Ana Arraes, sua mãe, praticamente nomeada pelo filho para o Tribunal de Contas da União, aprova as contas de Marcos Valério (o operador do mensalão) – contrato de R$ 153 milhões de reais (Revista Veja), hoje condenado a mais de 40 anos de prisão. Não fosse a intervenção do Ministério Público Federal, Marcos Valério estaria livre e dando risadas pelas nossas costas. Se a dona Ana foi tão generosa com o Sr. Marcos, também não poderia ter dado uma palavrinha com o TCE e livrado o Sr. Lula Sampaio de uma dívida de R$ 5 milhões de reais? Troco de pinga se comparado com aqueles milhões.
O Sr. Eduardo não tem projetos a apresentar. O tal “dá para fazer melhor” não diz nada. Ele peitaria o Congresso para exigir uma Reforma Tributária urgente? Não. Corte dos salários dos congressistas? Não. Corte nos gastos do governo? Não.
O problema é que estamos órfãos de representantes e uma possível ascensão do Sr. Collor do século 21 não é improvável. Deste mal, livrai-nos Senhor.