Depois de assistir cenas que
não me é habitual em momentos de tristeza, dor, partida e melancolia, cenas
como diz em uma de suas colunas Reinaldo Azevedo da Revista Veja – “de
manifestação inequivocamente política”, com queima de fogos de artifícios
(quase 15 minutos), uma micareta política - voltamos a nossa realidade (para
não abusar do assunto e não dissertar sobre temas como dinastia, linhagem
política, coronelismo e continuísmo).
Quero mais uma vez falar de um tema
já abordado aqui pelo editor deste caderno alternativo – SEGURANÇA – em um
artigo intitulado “ARARIPINA REFÉM DA BANDIDAGEM” já fora esplanada a nossa
opinião e infelizmente nada mudou.
Interessante disso tudo que
virou celeuma com a morte do Comerciante Mazinho, vítima de latrocínio, foram às
postagens alternadas dos internautas nas redes sociais ambos em lados opostos
da discussão, que também virou inequivocamente um bate boca político (ou
politiqueiro), quando todos deviam encontrar soluções.
Um saiu com o argumento de que
a polícia tem que tomar uma medida urgente para capturar os bandidos (que
estavam de capacetes) e fazer justiça. Primeiro: se os bandidos forem menores
já sabemos o que vai acontecer. Segundo: Não é só capturar “esses bandidos especificamente”,
é preciso além de uma discussão para se chegar a um PACTO PELA VIDA, tornar
esse compromisso em realidade e como o artigo que publiquei em fevereiro de
2014, refletindo a minha insatisfação com a nossa segurança pública (que é uma
obrigação do Estado), pelo que pude perceber os índices de assaltos e violência
só aumentaram. Inclusive moro numa zona perigosa que fica entre os logradouros
da Canastra, Etelvino Lins, Demóstenes Simeão e Henrique Alves. Roubos nesses
locais são constantes. Então, é fato.
Terceiro: Em oitivas realizadas, muitos
acreditam que como os Black Blocs – aqueles que se reúnem em manifestações
violentas – os nossos assaltantes são protegidos pelo capacete, que impede de
serem identificados. O que pode ser feito nesse caso? Com a palavra, quem
entende de lei.
Agora a preocupação do
prefeito, dos vereadores, do Ministério Público, do Procurador Geral da
Justiça, da Polícia Civil, da Polícia Militar é pertinente, só não tem transformado a discussão em ações concretas. E
de discursos vazios e sem compromisso, principalmente do nosso mandatário
municipal, estamos todos fartos. E é muito cômodo para os porta-vozes do poder
municipal, querer transformar a discussão em mais uma historinha de
faz-de-conta, em que números, estatísticas e tantos blábláblás, servem apenas
de artimanhas para contemporizar.
Estamos todos com medo,
desarmados, cercados e inseguros. A realidade não é essa bandeira erguida pelos
conterrâneos favorecidos pelos benefícios de uma administração pífia. E mesmo
que hão de dizer que o compromisso com a nossa segurança não é da alçada
municipal, mas ele é o nosso intermediário, a ponte, o elo, com o governador
para reivindicar melhorias nesse sentido para a sociedade que lhe elegeu.
Avançamos muitos nos métodos
agressivos que somos constantemente vitimados. De furtos, roubos e agora
latrocínios, seremos futuramente vítimas de milícias que nos cobrarão a nossa
liberdade, quando na verdade já estamos expostos a isso. Além de um comércio
estagnado, o comerciante ainda precisa dividir, porque não dizer entregar todo
o seu lucro a um bandido. E os impostos, os altos impostos que pagamos?
Reuniãozinha meus camaradas, não resolverão. E o medo de ter medo da própria
polícia? Eis outro dilema, que também é um resquício de toda insegurança que
agora nos leva a não acreditar nem mais, naqueles que são pagos para garantir a
nossa segurança.
E as empresas de segurança que pagamos por
fora para nos vigiar? Somos obrigados a confiar. Sei lá, se não existe um
acordo entre eles e os famigerados malfeitores? Não quero ser mal interpretado,
só sofro da síndrome de desconfiança. Não acredito mais em nada, pois somos
órfãos do Estado.
Blog do Paixão