Responsável
pelo megaesquema de corrupção na Petrobras, o juiz federal Sergio Moro,
autorizou 161 mandados de busca e apreensão, decretou a prisão de sessenta
pessoas e determinou o bloqueio de 200 milhões de reais em contas bancárias
suspeitas.
Ouve tentativas
de tirá-lo do caso, e os interessados percorreram todas as instâncias do Judiciário
alegando que as prisões dos suspeitos eram abusivas.
Para Moro,
“a corrupção tende a espalhar-se enquanto não encontrar barreiras eficazes. Que
o político em relação ao cidadão honesto, pode contar com recursos que este não
tem”.
O que o
juiz federal quis mencionar principalmente nas aspas acima, é que não são raros
e nem exceções, que representantes da justiça compactuam com as manobras
políticas, o que tem estimulado atos de corrupção e os ataques de proporções incomensuráveis,
a exemplo do escândalo da Petrobras, aos recursos públicos.
É de praxe
nas maiorias das cidades brasileiras, as interioranas principalmente, o prefeito
ser a própria lei. Manda em delegado, juiz, promotor e todos são obedientes aos
comandos do poder executivo. Oposição fica neutralizada, a mídia é controlada
para fazer a propaganda oficial e maquiada, desmandos acontecem e não existe
punição, fiscalização. É o verdadeiro terreno fértil para a disseminação da
corrupção e como ostentar, não é prova de crime neste país, os políticos fazem
a festa. Quem é honesto vira um tremendo idiota, sem direito a lei, só deve
cumprir as regras de quem manda.
Parece mais
não é, viu?
Lendo o
texto intitulado “Os Gomes de Sobral”, em que eles podem estufar o peito e
dizer “o Ceará é nosso”, chegamos aqui em Pernambuco, comandado pelos Campos
usando o mesmo método do coronelismo moderno e eletrônico. Vamos até o
Maranhão, dominado pelos Sarney, o Pará pelos Barbalhos, Alagoas pelos Mellos e
Calheiros, e tudo isso, por falta de um Moro, para frear esses que provam que
sob a tutela deles, a sociedade fica mais fragilizada, e eles sempre tendo as
suas mãos o poder, para sempre dar as cartas e submeter os cidadãos aos seus
comandos, vão controlar tudo e todos. Isso também gera mais corrupção. Porque
cidadão escravo tem medo de cobrar, denunciar. Ele encontra como saída
aliar-se, para que a velha prática do “se não pode com o inimigo, alie-se a ele”,
prevaleça e a obediência cega, sirva de mais um elo para ser ter vergonha de
ser honesto.
Fiz a comparação,
apenas para tentar retratar um pouco da justiça do nosso país, e de maneira
alguma quero fazer de Moro uma estrela para não queimar a minha língua. Mas
tenho esperanças de que com atitudes isoladas e vista pela uma complexidade dos
fatos, o nosso Brasil um dia tenha jeito.
Quantos
“Moro” este país precisa?
Eu digo
sem medo de errar: de 203 milhões.
Blog do Paixão