"Bastavam 5 mil dessa gente parasita
para que começássemos a mudar o que 64 mil diz estar errado".
Foto: Arquivo Blog
O
|
editor
do Blog do Paixão esteve presente em vários movimentos sociais, a maioria
(salvo a exceção a manifestação dos Professores da Rede Estadual), faziam protestos
contra a administração do Prefeito de Araripina.
Seguindo um cronograma dos fatos destacamos
esses movimentos em ordem cronológica:
Dia 08.04.2015 – Manifestação do SIMA – Sindicato dos Servidores Municipais de Araripina;
Dia 23.04.2015 – Manifestação do SINTEPE –
Sindicato que Representa à categoria dos Professores Estaduais;
Dia 27.08.2015 – Protesto da UESA – União dos
Estudantes Secundaristas de Araripina;
Dia 02.09.2015 – Manifestação do SIMA –
Sindicato dos Servidores Municipais de Araripina;
Dia 11.09.2015 – Manifestação dos Moradores do
Bairro Zé Martins;
Aonde pretendo chegar com essa reflexão?
Culpamos os políticos por todos os males sabendo
que nós, o povo, somos parte desse processo. Votamos em Dilma para presidente,
Paulo Câmara para Governador e um dos prefeitos mais mal avaliado pela a população
de Araripina, também não sentou na cadeira de prefeito por via de um certame. A
história dele é recheada de fracassos, visto que nem as empresas do pai, ele e
o irmão conseguiram tocar em frente por falta de habilidades administrativa. Mas
essa história é outra, a que nos interessa inicia a partir de quando ele sentou
na cadeira como gestor municipal, em janeiro de 2013. Foi uma enxurrada de
erros contada por parte da imprensa e pela a sua própria impopularidade que
segundo informações não oficiais, beira os 80%.
O articulista chegou ao ponto que queria.
Se existe uma rejeição enorme que atinge 80% da
população, e se temos uma população de 80 mil habitantes, traduzida em números
quantitativos dar uma total de 64 mil pessoas, numa conta feita por uma matemática
simples de porcentagem (algo que não tenho muita afinidade) podemos utilizar a
seguinte fórmula:
80% x 80 = 80x80/100
= 6400/100 = 6400
(peço
ajuda aos professores de matemática, se a fórmula mesmo simples não é a forma
correta para ensinar – aceito sugestões).
Muito
bem. 64 mil pessoas estão absurdamente insatisfeita com a gestão municipal em
Araripina, 16 mil não é de longe um restante que o apoia, mas que também não
acredita em mais ninguém.
Sim,
e aonde queremos chegar com esses números?
Dia
08 de abril deste ano, a Manifestação do SIMA, tinha um número ínfimo de professores,
um número irrisório de servidores de outras secretarias; dia 23 do mesmo mês, o
Sindicato que representa a categoria dos professores da Rede Estadual fez
malabarismo com a ajuda dos estudantes e da entidade que os representa para
fazer uma manifestação que não envergonhasse o próprio representado; dia 27 de
agosto, foi a vez da União dos Estudantes Secundaristas de Araripina – UESA, se
mobilizar para ir as ruas e a sede da prefeitura protestar contra a paralisação
do Transporte Escolar e pelos salários atrasados dos professores temporários
(que também não se faziam representar); dia 02 de setembro, novamente o
Sindicato que representa os servidores públicos municipais, faz um movimento
fazendo as mesmas reivindicações: salários em atraso, transporte escolar
paralisado. Novamente a categoria preferiu recuar e ficar em casa ou submissa
aos ditames esperando que o movimento consiga para eles – os parasitas da nossa
educação - os bônus das reivindicações. Aproveitamos o mesmo evento
para noticiar a denúncia da professora Isabel (ex-sindicalista), que alegava
fraude na folha de pagamento do FUNDEB 60, e ainda bradou que na prefeitura
tinha uma organização criminosa para desviar verbas públicas. Publicamos no
mesmo mês a denúncia da educadora enviada ao Ministério Público de Pernambuco,
e que até agora não se observou uma atitude sequer do órgão para investigar o
que tornamos público; dia 11 de setembro (aniversário da cidade), estivemos na
manifestação dos moradores do Bairro Zé Martins que quebraram o asfalto e
exigiram que o prefeito construísse um ponte para evitar outra enchente que
tinha deixado em maio deste, várias pessoas desabrigadas e nem de longe a aglomeração pequena de moradores, representados por membros de
uma associação duvidosa, estava representada por um bairro que tem um número de
habitantes suficientes para protestar e conseguir o querem. Preferiram assistir
de camarote as reivindicações que só iam beneficiar eles mesmos.; dia 27 de setembro,
os agricultores foram as ruas para cobrar do prefeito o pagamento do garantia
safra que estava atrasado três meses. De 7.200 agricultores, se ali estivesse
uma quantia que ultrapasse 200, era uma soma apertada. Quer dizer, o prefeito
podia muito bem contestar que o movimento não representava em sua maioria
os interesses do homem do campo. O próprio presidente da categoria – Antonio Viana,
que falou que não havia sido convidado, deixou transparecer o fracasso do
movimento, como se apreciasse uma vitória. Confidenciou ainda em tom de
desaprovação, que o Município tem mais de 150 associações e que naquele
movimento não haviam sequer sete presidente delas .
Podemos dizer que realmente vivemos uma apatia social.
Vivemos de medo e de comodismo. Todo mundo reclama, todo mundo esbraveja, é
corajoso, diz que diz o que pensa, que não vota em ninguém mais, que faz isso,
faz aquilo. Meu pai chamava isso de “foba”. Para meu pai “foba” era sinônimo de
quem pensava ter coragem. O dicionário diz o contrário: foba quer dizer, pessoa
medrosa, preguiçosa, palerma. Agora sim, achei uma palavra certa para você que
diz querer mudar o mundo, mas fica aí em casa na hora que precisamos se juntar
aos professores, garis, estudantes, agricultores, moradores. Nunca vou dizer
que os 200 agricultores que foram as ruas, os professores e o sindicato que os
representa, os garis, os estudantes não são os heróis numa maioria de 64 mil
que se dizem insatisfeitos.
Bastavam 5 mil dessa gente parasita para que começássemos
a mudar o que 64 mil diz estar errado.
E tenho dito.
Boa leitura!
Blog do Paixão