Marcelo Castro vai entregar cargo de ministro da Saúde, diz líder do PMDB
Castro será o sexto ministro do PMDB a deixar o governo Dilma após o partido sair da base aliadaEstadão Conteúdo
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), afirmou à reportagem nesta quarta-feira, 27, que o ministro da Saúde, Marcelo Castro, vai entregar o cargo antes da votação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, prevista para 11 de maio.
Marcelo Castro chegou ao comando do Ministério da Saúde em outubro do ano passado por indicação do líder do PMDB. Na época, Picciani também indicou o deputado Celso Pansera (RJ) para o Ministério da Ciência e Tecnologia. Com sua saída, Castro deve retomar seu mandato de deputado federal.
Castro será o sexto ministro do PMDB a deixar o governo Dilma após o partido sair da base aliada. Já tinham deixado os cargos os peemedebistas Henrique Eduardo Alves (Turismo), Helder Barbalho (Portos), Mauro Lopes (Aviação Civil), Eduardo Braga (Minas e Energia) e Pansera. Apenas Kátia Abreu (Agricultura) segue no cargo.
PSDB já negocia adesão total a governo Temer
Tucanos querem compromisso de que PMDB não disputará eleições deste ano em cidades que partido considera prioritárias; negociações de ministérios têm de passar pela direção do PSDB
Estadão Conteúdo
A direção nacional do PSDB impôs condições ao vice-presidente Michel Temer para aderir em sua totalidade a um eventual governo dele. A primeira delas é que qualquer conversa com o partido deve ocorrer em “caráter institucional”, o que significa dizer que o senador José Serra (SP) não é o único nome entre os tucanos a ser procurado pelo vice. A segunda e mais complexa é que Temer e o PMDB devem se manter distantes das eleições municipais deste ano em cidades que o PSDB considera prioridades eleitorais do partido.
Temer está disposto a conversar sobre esses pontos e, nesta terça-feira, 26, o senador Aécio Neves (MG), presidente nacional do PSDB, mudou seu discurso e disse que o partido não deverá se opor a eventuais participações de membros em um futuro governo Temer. “Se amanhã o presidente Michel optar, considerar o nome de membros do PSDB, obviamente deverá fazer isso conversando com a direção do partido, que não deverá se opor”, afirmou Aécio, após reunião de quase três horas com a bancada do partido na Câmara.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), deu declaração na mesma linha, após se reunir com Temer. “O desejo do partido é de ter uma relação institucional com o novo governo. O PSDB não quer que o PMDB faça conosco o que o PT fez com o PMDB.”
Aécio também rechaçou a proposta de que tucanos que assumirem cargos em um futuro governo Temer devem se licenciar do partido, conforme revelou o Estado. A ideia foi defendida por membros do legenda, como o secretário-geral da sigla, deputado Silvio Torres (SP).
Eleições
Os tucanos querem o peso político de um eventual governo Temer e do PMDB fora das eleições em cidades onde os tucanos possuem boas chances neste ano, como Manaus, Fortaleza e São Paulo. Eles também buscam um compromisso em relação a 2018: Temer não disputar a reeleição e não interferir nas eleições estaduais.
Essas propostas já haviam sido apontadas por Serra em entrevista ao Estado em março, mas agora foram encampadas pela direção nacional do PSDB. Esse é o maior entrave para o acordo. O PMDB é um partido com forte tradição municipal e estadual, com a qual impulsionou na última década a ampliação das bancadas no Congresso.
Divisão
As declarações de Aécio foram dadas após o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defender a participação do PSDB em ministérios de um futuro governo Temer, a exemplo do que ocorreu quando Itamar Franco assumiu a Presidência após o impeachment de Fernando Collor, em 1992.
A posição de FHC reforçou tese de embarque total dos tucanos e pesou na resolução da bancada divulgada nesta terça-feira. Aécio e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, pré-candidatos ao Planalto em 2018, se diziam contra o PSDB ocupar cargos num eventual governo Temer.
Embora tenha dito que a direção do partido não vai se opor, o presidente do PSDB sinalizou que pessoalmente continua contra o partido assumir ministérios e outros cargos na gestão do peemedebista. “Para mim, cargos são secundários”, disse, ao ser questionado se sua fala significava uma mudança de opinião pessoal. Ainda assim, a deputada Mara Gabrilli (PSDB-SP) se reuniu a sós com Temer. Ela é cotada para Secretaria Nacional de Direitos Humanos.
A bancada do PSDB do Senado também se reuniu nesta terça-feira para discutir o assunto. Após a reunião, os líderes do partido no Congresso, senador Cássio Cunha Lima (PB) e deputado Antônio Imbassahy (BA) foram juntos à residência de Temer para defender que o partido dê apoio “institucional” a eventual governo do peemedebista.
Na linha do que Aécio defendeu, Cássio e Imbassahy disseram a Temer que caberá a ele, caso assuma a Presidência fazer eventuais convites para filiados ao partido.
Temer descarta Mariz na Justiça após críticas à Lava Jato
Vice não gostou das entrevistas em que Mariz retomou falas contra o instituto das delações premiadasEstadão Conteúdo
O advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira inviabilizou sua indicação ao posto de ministro da Justiça em um eventual governo de Michel Temer (PMDB). A avaliação é do entorno do vice-presidente, que confirma que Temer desistiu de convidá-lo para a pasta.
Temer não gostou, segundo assessores, das entrevistas em que Mariz retoma críticas à Operação Lava Jato, em especial ao instituto das delações premiadas. No ano passado, o advogado, que defende o vice-presidente no Supremo Tribunal Federal no âmbito da Lava Jato, já havia participado de um abaixo-assinado crítico aos métodos da operação. Por causa disso, a indicação de Mariz sempre esteve ameaçada.
Na terça, 26, o advogado deu entrevistas ao Estadão e aos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico. Falando abertamente sobre o convite para assumir a pasta, Mariz exemplificou como trataria a Polícia Federal, órgão subordinado ao Ministério da Justiça. Disse, por exemplo, que o órgão precisaria ter outros focos além do combate à corrupção.
A avaliação é que as declarações de Mariz dadas aos jornais poderiam alimentar a versão de que Temer, assumindo a Presidência, procuraria esvaziar a Lava Jato.
Ao Estadão, Mariz disse na terça-feira que não havia sido convidado por Temer, mas afirmou que "poderia considerar o convite" e que "ser ministro da Justiça é uma honra". O advogado é amigo de longa data do peemedebista.
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