Se Temer
aceitar propostas, PSDB deve participar do governo, diz Serra
Senador
evitou comentar aspirações ministeriais caso integre o primeiro escalão do novo
governo
Por: Laryssa Borges, de Brasília
Pronunciamento
do senador José Serra (PSDB-SP) durante a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE)(Edilson Rodrigues/Ag. Senado)
Um dos principais interlocutores do PSDB junto ao vice-presidente Michel
Temer, o senador tucano José Serra (PSDB-SP) afirmou nesta segunda-feira que,
caso o peemedebista encampe propostas defendidas pela sigla, o partido deve
participar do provável governo Temer. Na avaliação do senador, o vice não deve
ficar "ao relento" caso ocupe o posto da presidente Dilma Rousseff e,
por isso, deve ser apoiado para que o país construa caminhos para sair da
crise. "O PSDB deve apresentar suas propostas em relação ao novo governo.
Se o Michel Temer aceitar, deve, sim, participar do governo, uma vez que as
coisas que o partido considera importantes serão atendidas por ele", disse
Serra.
Em um primeiro momento, comentou o senador, deve haver um
"entendimento em torno das ideias" para depois se debater
efetivamente uma eventual ocupação de cargos na gestão Temer. "O PSDB
apoiou a votação do impeachment da presidente Dilma. É natural que, havendo o
impeachment, deverá assumir o vice-presidente Michel Temer. Não podemos
deixá-lo ao relento. Temos responsabilidade com o Brasil. Então, se ele assumir
a Presidência, temos o dever de ajudar que o governo dê certo. Não por
interesse político-eleitoral, (...) não pensar na próxima eleição, e pensar,
sim, que o novo governo deve dar certo pelo bem dos brasileiros",
comentou.
José Serra evitou comentar aspirações ministeriais caso integre o
primeiro escalão do novo governo, mas defendeu a ideia de que o país aproveite
a "melhora das expectativas" com uma eventual administração do vice
para promover políticas de facilitação de produção e investimentos e estímulo a
exportações, por exemplo.
O projeto Temer, forjado pelo PSDB, inclui cerca de dez pontos e
funciona como uma espécie de carta de intenções. Tucanos garantem que os temas
minutados pelos senadores Tasso Jereissati (CE), Antonio Anastasia (MG) e
Ricardo Ferraço (ES) não são uma exigência de mão dupla, e sim a apresentação
de ideias e a disposição de cooperar com o novo governo. Mas a carta de
intenções, compilada ao final pelo senador José Serra (SP), é uma sinalização
de "valores" que o PSDB espera para um eventual governo Temer.
Entre os pontos apresentados pelo PSDB estão a reafirmação do apoio às
investigações da Operação Lava Jato e a necessidade de manutenção dos programas
sociais e medidas que permitam a produtividade da economia brasileira. Os
tucanos também rascunharam a Temer a ideia de diminuição do tamanho do Estado,
com redução drástica de ministérios, adoção da meritocracia e do ajuste fiscal,
além de discussões para ajustes na Previdência pública. Uma discussão sobre
reforma política, com a possível volta da cláusula de barreira e o fim das
coligações proporcionais, também está entre as propostas elencadas pelo PSDB.
Ministro do STF abre mais dois inquéritos sobre
Eduardo Cunha
André Richter - Repórter da Agência Brasil
O ministro Teori
Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou hoje (25) abertura de
mais dois inquéritos sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ). Os pedidos chegaram à Corte na semana passada, em segredo de
Justiça, e citam os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Com a decisão,
Cunha passa a responder a quatro inquéritos e uma ação penal no Supremo.
Na sexta-feira (22), o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse que Eduardo Cunha éalvo de mais seis inquéritos por fatos distintos, no âmbito das
investigações da Operação Lava Jato.
Em dezembro do ano
passado, Janot pediu ao STF o afastamento de Cunha da presidência da Câmara. O
relator do pedido é o ministro Teori Zavascki, que ainda não tem data para
liberar o processo para julgamento.
Para justificar o pedido,
o procurador citou 11 fatos que comprovam que Cunha usa o mandato de deputado e
o cargo de presidente da Casa “para intimidar colegas, réus que assinaram
acordos de delação premiada e advogados”.
No mês passado, o Supremo
abriu ação penal contra Cunha por entender que há indícios de que o parlamentar
recebeu US$ 5 milhões de propina por um contrato de navios-sondas da Petrobras.
Na defesa, o advogado
Antonio Fernando de Souza disse que a denúncia apresentada pelo Ministério
Público Federal contra o deputado “não reúne condições para ser admitida”.
Ministro do STF nega instalação imediata de
processo de impeachment de Temer
André Richter - Repórter da Agência
Brasil
O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Marco Aurélio negou hoje (25) pedido de instalação imediata de
processo de impeachment do vice-presidente Michel Temer.
Apesar de ter determinado a abertura do processo, em decisão anunciada no mês
passado, o ministro entendeu que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha, não está protelando o andamento do caso, pelo fato de a comissão
especial do processo não ter sido instalada.
No mês passado, o ministro determinou
ao presidente da Câmara abertura de pedido deimpeachment contra
Temer, apresentado pelo advogado Mariel Marley Marra. Após a decisão, Cunha
enviou ofício aos líderes partidários solicitando a indicação dos membros da
comissão do impeachment de Temer, mas alguns partidos não
indicaram os nomes e a comissão não foi instalada.
Diante do impasse, Marra recorreu ao
ministro pedindo prazo de 24 horas para instalação do colegiado e a aplicação
de multa de R$ 3,3 milhões a Cunha em caso de descumprimento.
Na decisão de hoje, Marco Aurélio
reconheceu que Cunha está cumprindo sua decisão, que determinou a aceitação do
pedido, mas não descartou nova análise do caso, em caso de “intuito
protelatório” do presidente.
“Formalizado o ato de constituição da
comissão especial e expedidos os ofícios por meio dos quais solicitava, aos
líderes partidários, em obediência à medida acauteladora implementada, a
designação dos deputados titulares e suplentes do colegiado, descabe acolher a
alegação de descumprimento, sem prejuízo de nova análise, caso demonstrado o
intuito protelatório da autoridade apontada como coatora”, afirmou o ministro.
O advogado sustentou que Temer
deveria ser incluído no processo de impeachment da presidenta
Dilma Rousseff, ou que um novo pedido fosse aberto, por entender que há
indícios de que o vice-presidente cometeu crime de responsabilidade.
No recurso protocolado no Supremo, a
Câmara sustenta que Temer não pode responder por crime de responsabilidade,
porque sempre assumiu a Presidência da República eventualmente, na ausência da
presidenta Dilma Rousseff.
Os advogados da Câmara argumentam que
o vice-presidente não pode ser responsabilizado pelos decretos que assinou
sobre abertura de créditos suplementares. Segundo eles, Temer apenas deu
continuidade às “iniciativas da presidente”.
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