Estadão
Conteúdo – O presidente nacional do PSDB,
senador Aécio Neves, aparece mais uma vez nos diálogos do ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado com caciques do PMDB. Em uma das conversas com o
presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sobre os avanços da Operação
Lava Jato, no dia 11 de março, o parlamentar tucano é citado como sendo “o cara
mais vulnerável do mundo” nas gravações reveladas nesta quinta-feira (26) pela
TV Globo.
Machado
– E o PSDB pensava que não (seria atingido pela operação), mas o Aécio agora
sabe. O Aécio, Renan, é o cara mais vulnerável do mundo.
Renan
– É
O tucano também apareceu na conversa de Machado com Romero Jucá (PMDB)
divulgada na segunda-feira (23) e que acabou derrubando o senador do Ministério
do Planejamento com apenas 12 dias do governo interino de Michel Temer (PMDB).
Na ocasião, Jucá também afirmou ao ex-presidente da Transpetro que “caiu a
ficha” de líderes do PSDB. “Todo mundo na bandeja para ser comido”, disse o
senador.
O presidente do PSDB aparece no diálogo, como sendo “o primeiro a ser
comido”. “O Aécio não tem condição, a gente sabia disso, porra. Quem que não
sabe? Quem não conhece o esquema do Aécio? Eu, que participei da campanha do
PSDB”, falou Machado. “A gente viveu tudo”, se limitou a dizer Jucá.
OUTROS
– No diálogo revelado nesta quinta-feira
pela repórter Camila Bonfim, da TV Globo, Sérgio Machado também cita vários
outros políticos e critica nomes do DEM, como o deputado líder do partido na
Câmara, Pauderney Avelino (AM) e o agora ministro da Educação do governo Temer,
deputado Mendonça Filho (PE), chamados de corruptos na conversa.
Machado
– O Aécio é vulnerabilíssimo. Vulnerabilíssimo. Há muito tempo! Como é que você
tem cara de pau Renan, aquele cara Pauderney (Avelino, líder do DEM na Câmara)
que agora virou herói. Um cara mais corrupto que aquele não existe, Pauderney
Avelino.
Renan
– Pauderney Avelino, Mendoncinha (Mendonça Filho)
Machado
– Mendoncinha (Mendonça Filho), todo mundo pô? Que merda é essa querer ser
agora dono da verdade? O Zé (Zé Agripino) é outro que pode ser parceiro, não é
possível que ele vá fazer maluquice.
Renan
– O Zé nós combinamos de botá-lo na roda. Eu disse ao Aécio e ao Serra. Que no
próximo encontro que a gente tiver tem que botar o Zé Agripino e o Fernando
Bezerra. Eu acho.”
SARNEY
– Além das conversas com Renan e Jucá,
Machado também gravou seus diálogos com o ex-presidente José Sarney (PMDB).
Machado foi filiado ao PSDB por dez anos, período em que chegou a se eleger
senador e virar líder da sigla no Senado.
Posteriormente se filiou ao PMDB e, há pelo menos 20 anos, mantém
proximidade com a cúpula do partido que chegou à Presidência da República após
o afastamento temporário de Dilma Rousseff com a abertura do processo de
impeachment no Senado.
DEFESAS
– A defesa de Sérgio Machado
afirmou que os autos são sigilosos e que, por isso, não pode se manifestar.
O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino, disse que nunca
conversou com Sérgio Machado e que nunca indicou qualquer diretor para a
Petrobras ou qualquer estatal. Ele disse também que não tem envolvimento com a
Operação Lava Jato ou qualquer outra operação. Para ele, o caso foi uma citação
lamentável, de uma pessoa desesperada.
O ministro da Educação, Mendonça Filho, disse que as gravações comprovam
que ele não está incluído nas irregularidades investigadas e que sua atuação
como líder oposicionista ao governo do PT incomodou. Mendonça Filho disse
também que seu papel nunca foi de dono da verdade, mas de fiscalizar as
irregularidades do governo.
O senador Fernando Bezerra, que é investigado na Lava Jato, disse que
não vai comentar uma eventual conversa de terceiros cujo conteúdo desconhece.
Já o senador José Agripino disse que nunca teve nenhuma conversa com Renan, nem
com Sérgio Machado, em que o assunto Lava Jato fosse sequer mencionado.
A Odebrecht e o jornalista Ricardo Noblat não vão se manifestar. O
ministro Teori Zavascki também não vai comentar o conteúdo dos áudios.
O PSDB disse que não existe nas gravações qualquer acusação ao partido
ou ao senador Aécio Neves. O partido disse que vai acionar Sérgio Machado na
justiça pelas menções que considera irresponsáveis feitas ao partido e a seus
líderes.
O PMDB disse que sempre arrecadou recursos seguindo os parâmetros legais
em vigência no país e que doações de empresas eram permitidas e perfeitamente
de acordo com as normas da justiça eleitoral nas eleições citadas. Segundo o
partido, em todos esses anos, após fiscalização e análise acurada do Tribunal
Superior Eleitoral, todas as contas do PMDB foram aprovadas, não sendo
encontrado nenhum indício de irregularidade
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