quinta-feira, maio 05, 2016

Com crise financeira, secretários de Paulo Câmara não terão direito a "pechinchar" para evitar cortes em suas pastas

Governo estadual quer toda a equipe ciente de que o cenário econômico é delicado

Em 2015, nem todos os secretários estaduais de Paulo Câmara tinha noção da crise que o Estado atravessa; este ano, ele não quer nenhum auxiliar
Em 2015, nem todos os secretários estaduais de Paulo Câmara tinha noção da crise que o Estado atravessa; este ano, ele não quer nenhum auxiliar "pechinchando" cortes

Roberto Pereira/SEI
Franco Benites
A gestão Paulo Câmara (PSB) iniciou 2015 com a meta de cortar R$ 320 milhões em despesas da máquina pública, mas o teto estipulado para este ano foi quase o dobro: R$ 600 milhões. Essa diferença de valores é justificada pelos interlocutores do governador como necessária devido ao aprofundamento da crise econômica e a uma leitura mais consistente do cenário. Dentro do Palácio do Campo das Princesas, a ordem foi dada para que ninguém tenha ilusões e faça corretamente o dever de casa.


“Em 2015, aqui e acolá, vinha um secretário querendo regatear, avançar mais um pouco (nos gastos) e tinha que se fazer todo um convencimento para mostrar que o quadro era grave. Agora não temos o direito de ter dúvidas em relação ao cenário que vamos vivenciar em 2016 e 2017”, pontua o secretário estadual de Planejamento e Gestão, Danilo Cabral, que integra o Conselho de Programação Financeira do Estado.Ainda de acordo com Danilo, o Plano de Contigenciamento de Gastos iniciado em 2015 gerou uma série de debates internos. Por conta da dimensão da crise, no entato, as discussões inexistem este ano. “A gente tinha, dentro do próprio governo, uma dúvida na leitura correta (da crise) porque a dinâmica do momento levava a isso. Tinha secretários que eram pessimistas e outros não. O governador fez a leitura mais conservadora e permitiu que a gente atingisse os nossos objetivos do ponto de vista das contas. Este ano não há dúvidas. O cenário é bastante delicado”, declarou.


Danilo Cabral afirma que o governador não deverá ter problemas na definição dos cortes porque os secretários já conhecem a metodologia. O titular da pasta de Microempresa, Trabalho e Qualificação, Evandro Avelar, reforça o discurso do colega de governo. “A verdade é que o setor público em todo o País gasta mal. Momentos como esses têm que ser vistos como uma oportunidade de melhorar o gasto e otimizar os serviços. Vamos tirar uma lição disso”, afirmou.

A secretaria de Evandro Avelar é uma das que foram afetadas em 2015. Os planos de abrir novas Agências do Trabalho, por exemplo, não saíram do papel. Este ano, a pasta deve ter menos recursos para capacitações e treinamentos. A saída encontrada será investir em unidades que concentrem mais de um serviço e reúnam Agências do Trabalho, Expresso Empreendedor e Junta Comercial, por exemplo. “Dessa forma, se reduz a despesa administrativa e gastos com terceirizados”, aponta. 

Na lista de programas a serem cortados pelo governo por conta da crise, alguns projetos são quase intocáveis a exemplo do Chapéu de Palha. “Ele é um programa simbólico e ocorre em dois eixos: o pagamento das bolsas aos trabalhadores e ações tocadas a partir das secretarias. As bolsas estão garantidas e o que pode ser feito é um ajuste pontual nas outras ações”, explica Danilo Cabral.


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