Por Paulo Veras, do Jornal do Commercio
Levados
a sair da gestão Paulo Câmara (PSB), integrantes do PSDB e do DEM já falam, nos
bastidores, no possível ressurgimento do mesmo grupo político que formou, lá
atrás, a União por Pernambuco; agora capitaneado pelo PSDB, de olho nas
eleições de 2018. O cálculo não exclui o PMDB, do deputado federal Jarbas
Vasconcelos, nem uma aproximação com o bloco do senador Fernando Bezerra Coelho
(PSB), que já teve vários atritos com o núcleo do governador e do prefeito do
Recife, Geraldo Julio (PSB).
“O
que se encaminha é o surgimento de um novo polo de poder. Ou você acha que
PSDB, DEM e outros partidos não vão conversar para criar um novo polo político
em Pernambuco? Forçadamente, o PSB vai alimentando a construção dessa frente”,
alerta um tucano.
A empolgação é resultado,
principalmente, das nomeações dos deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e
Mendonça Filho (DEM) para os ministérios do governo Michel Temer; o que já
teria modificado a correlação de forças no Estado. A hegemonia que o PSB
conquistou durante a gestão Eduardo Campos não seria mais a mesma, na leitura
de observadores. O desempenho da gestão Temer, que também conta com Fernando
Filho (PSB) em Minas e Energia, pode ser fundamental para consolidar essa
movimentação.
Na
Educação e Cultura, Mendonça Filho comandará o quarto maior orçamento da
Esplanada. Já Bruno coordenará obras importantes para Pernambuco, como a
navegabilidade e os corredores de ônibus do Grande Recife. Só via Minha Casa,
Minha Vida, o Ministério das Cidades afirma ter investido vistosos R$ 8,7
bilhões no Estado, contratando 145 mil unidades habitacionais. O cargo dá ao
tucano a premissa de circular pelo interior e atrair o apoio de prefeitos.
“Essa
aliança que foi formada na última eleição não mais existe no momento e
dificilmente será reeditada em 2018”, afirma o deputado federal Daniel Coelho
(PSDB), pré-candidato a prefeito do Recife. “Do mesmo jeito que a gente está
vivendo uma transformação rápida no plano nacional. O local também vai passar
por transformações. É possível um novo quadro de alianças”, adianta.
A
eleição deste ano vai ter um papel importante nesse cenário. Além da Capital,
onde PSDB e DEM baterão de frente com Geraldo Julio, tucanos e socialistas se
enfrentam em cidades estratégicas, como Olinda, Caruaru e Cabo de Santo
Agostinho. Dada como certa, a aliança em Jaboatão dos Guararapes deixou de ser
martelo batido. Em Petrolina, o vice Guilherme Coelho (PSDB), agora deputado
federal, não está descartado na disputa contra o PSB.
Líder
da União por Pernambuco no passado, o PMDB ainda é uma incógnita. Além do
presidente do partido, Raul Henry, ocupar a vice de Paulo Câmara, há um grupo
de peemedebistas alinhado com Geraldo Julio e Jarbas, que já garantiu apoiar o
PSB no Recife.
O
ex-governador, porém, segue com prestígio em Brasília, junto a Temer, e de olho
na presidência da Câmara, em 2017, quando o cargo não será mais um
mandato-tampão; o que pode lhe dar ainda mais musculatura política. Quando era
lembrado como candidato a prefeito, Jarbas sempre recebeu acenos de Daniel e
Priscila Krause, a candidata do DEM no Recife.
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