Lei prevê 'limite de alerta' para dívidas acima de 180% da arrecadação.
No RS, endividamento chegou a 227%, mostra levantamento da GloboNews.
Marcelo GomesDa
GloboNews
A crise econômica que se aprofundou
no ano passado também atingiu em cheio as finanças dos governos estaduais. Um
levantamento da GloboNews revela que, em 2015, Rio de Janeiro eMinas Gerais fecharam 2015 com índice de
endividamento acima de 180% de tudo que é arrecadado – que é o limite de alerta
previsto em lei. Em apenas um ano, a dívida de todos os estados do país cresceu
quase R$ 100 bilhões.
Já o Rio Grande do Sul fechou o ano
com a dívida em 227% da receita, ou R$ 68 bilhões – bem acima do estipulado por
uma resolução doSenado, de
2001, que determina que a dívida dos governos estaduais e do Distrito Federalnão pode superar 200% da
receita.
Essa resolução
deu 15 anos para que todos os estados se adequassem a esse limite – prazo que
acaba em dezembro deste ano. Quem estourar o teto ficará proibido de contrair
novos empréstimos.
Em 2014, a
dívida do Rio Grande do Sul já havia superado o limite, e estava
em 209% da receita. Mas nenhum outro estado tinha ultrapassado o limite de
alerta de 180% da arrecadação. Minas Gerais e Rio de Janeiro, no entanto, já
estavam quase lá.
ENDIVIDAMENTO EM 2014
Em % da receita
Fontes: Secretaria do Tesouro/Portal da Transparência
Com o agravamento
da crise econômica no ano passado, os dois estados passaram essa linha: em
Minas Gerais, o endividamento chegou a 198% da receita; e no Rio de Janeiro, a 197% – ambos bem
próximos de estourar o teto dos 200% da arrecadação.
A dívida de
outros dois estados fechou acima de 160% da receita: Alagoas e São Paulo. O
endividamento de todos os outros governos estaduais ficou abaixo de 100% da
arrecadação.
Números absolutos
Em reais, a dívida de todos os estados cresceu mais de R$ 98 bilhões entre 2014
e 2015. Os governos com as maiores dívidas no ano passado foram São Paulo,
Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Todos os outros estados
fecharam 2015 com dívida inferior a R$ 20 bilhões.
De 2014 a 2015
Na comparação com o ano anterior, 19 estados tiveram alta no índice de
endividamento em 2015. Na maioria deles, esse crescimento foi acima da
inflação.
O governo do
Ceará teve a maior elevação percentual: 48,88%. Em 2014, a dívida correspondia
a 42,2% da receita. Em 2015, pulou para 62,8%.
A Bahia vem
logo atrás, com aumento de 48,83%. A dívida do governo baiano era de 39,4% da
arrecadação em 2014 – e chegou a 59,4% da receita no ano passado.
Os outros
estados que tiveram crescimento do índice de endividamento acima da inflação em
2015 foram Acre, Maranhão, Tocantins, Distrito Federal, Sergipe, Pará, Santa
Catarina, Espírito Santo, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
ENDIVIDAMENTO EM 2015
Em % da receita
Fontes: Secretaria do Tesouro/Portal da Transparência
Outros cinco estados tiveram aumento do endividamento em 2015 abaixo da
inflação: Alagoas, Goiás, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso. E apenas
oito estados registraram queda no índice de endividamento no ano passado.
O que dizem os governos
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul atribuiu à piora nas contas à queda na
receita devido à recessão econômica, e ao aumento das despesas com pessoal.
Também culpou o índice de correção da dívida com a união, além da valorização
do dólar, que aumentou a dívida externa.
Para reverter o
problema, o governo gaúcho contingenciou despesas correntes, adotou sistema de
previdência complementar para o funcionalismo, extinguiu órgãos e elevou
impostos. O estado também quer renegociar a dívida com o governo federal.
Em nota, os
governos de Minas Gerais e de São Paulo culparam o atual índice de correção da
sua dívida com a união e também subida do dólar para justificar o crescimento
do endividamento em 2015.
O governo do
Rio de Janeiro atribuiu o crescimento da dívida à queda da receita, devido à
recessão econômica e à redução nos royalties do petróleo. Também culpou o
início do pagamento de operações de crédito contratados em anos anteriores,
além da valorização do dólar, que aumentou a dívida externa. O governo de
Alagoas não respondeu.
Os governos do
Ceará e do Distrito Federal disseram que o aumento do nível de endividamento se
deu, principalmente, pela desvalorização do real frente ao dólar no ano passado.
O Maranhão culpou a variação cambial e também desembolsos de contratos de
empréstimo com bancos, firmados na gestão anterior.
O governo de
Sergipe disse que o aumento da dívida se deu por causa do adiamento para este
ano de pagamentos de financiamentos que deveriam ter sido feitos em 2015,
devido à crise econômica.
Santa Catarina
e Espírito Santo declararam que o aumento do endividamento aconteceu por causa
dos juros e da correção da dívida com a união e da desvalorização do real.
O governo do Pará atribuiu o crescimento do
endividamento em 2015 aos indexadores da dívida com a união e também porque o
estado precisou usar as reservas para dar continuidade a investimentos programados.
Alagoas, Acre, Bahia, Tocantins e Paraíba não responderam
ENDIVIDAMENTO EM 2014
Em % da receita
Fontes: Secretaria do Tesouro/Portal da Transparência
Em reais, a dívida de todos os estados cresceu mais de R$ 98 bilhões entre 2014 e 2015. Os governos com as maiores dívidas no ano passado foram São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Todos os outros estados fecharam 2015 com dívida inferior a R$ 20 bilhões.
Na comparação com o ano anterior, 19 estados tiveram alta no índice de endividamento em 2015. Na maioria deles, esse crescimento foi acima da inflação.
Outros cinco estados tiveram aumento do endividamento em 2015 abaixo da inflação: Alagoas, Goiás, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso. E apenas oito estados registraram queda no índice de endividamento no ano passado.
Em nota, o governo do Rio Grande do Sul atribuiu à piora nas contas à queda na receita devido à recessão econômica, e ao aumento das despesas com pessoal. Também culpou o índice de correção da dívida com a união, além da valorização do dólar, que aumentou a dívida externa.
O Maranhão culpou a variação cambial e também desembolsos de contratos de empréstimo com bancos, firmados na gestão anterior.
Alagoas, Acre, Bahia, Tocantins e Paraíba não responderam
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