Ex-presidente
ressaltou a ex-presidente da Transpetro que auxílio viria "sem meter
advogado no meio"
O
ex-presidente José Sarney (PMDB)(JuanJo
Martín/EFE)
Em mais um diálogo gravado pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio
Machado e entregue à Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente
José Sarney (PMDB) diz a Machado que poderia ajudá-lo a evitar que as
investigações contra ele na Operação Lava Jato fossem remetidas à 13ª Vara
Federal de Curitiba, onde despacha o juiz federal Sergio Moro. A delação
premiada de Sérgio Machado foi homologada hoje pelo
relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Teori
Zavascki. O diálogo entre Sarney e Machado foi revelado nesta quarta-feira pelo
jornal Folha de S. Paulo.
"O tempo é a seu favor. Aquele negócio que você disse ontem é muito
procedente. Não deixar você voltar para lá [Curitiba]", afirmou o
ex-presidente a Sérgio Machado. Assim como Sarney, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
e o senador Romero Jucá (PMDB-RR),
tiveram conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, que entregou à
PGR. Flagrado tramando um "pacto" para "estancar a sangria"
provocada pela Lava Jato, Jucá foi derrubado do
Ministério do Planejamentoapós doze dias no cargo.
Diante de relatos de Machado de que havia "insinuações",
provavelmente do Ministério Público Federal, por uma delação premiada, José
Sarney se mostrou preocupado com a possibilidade e disse a ele que "nós
temos é que conseguir isso [o pleito de Machado]. Sem meter advogado no
meio".
O ex-presidente ressaltou que "advogado não pode participar
disso", "de jeito nenhum", porque "advogado é
perigoso". "Nós temos é que fazer o nosso negócio e ver como é que
está o teu advogado, até onde eles falando com ele em delação premiada",
indicou Sarney, segundo a Folha.
Machado consultou o ex-presidente sobre um encontro que reunisse Sarney,
Renan, seu padrinho político, e também Jucá: "o Romero também está
aguardando, se o senhor achar conveniente". José Sarney, no entanto, disse
não achar "conveniente, a gente não põe muita gente" e citou a máxima
do ex-governador do Rio de Janeiro e ex-ministro Amaral Peixoto (1905-1989) de
que "duas pessoas já é reunião. Três é comício".
Por meio de nota, José Sarney disse que as conversas mantidas com
Machado "nos últimos tempos, sempre foram marcadas, de minha parte, pelo
sentimento de solidariedade, característica de minha personalidade".
(da redação)
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