Renan decide ignorar Maranhão e seguir com impeachment
Presidente do Senado classificou o ato do
presidente interino da Câmara como 'ilegal' a líderes partidários
Por: Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do Senado Federal,
senador Renan Calheiros (PMDB-AL), chega para se reunir com líderes partidários
para definir o rito do impeachment na casa - 19/04/2016(Marcelo
Camargo/Agência Brasil)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse na tarde desta
segunda-feira a senadores que participaram da reunião de emergência convocada
por ele que dará prosseguimento ao processo de impeachment contra a presidente
Dilma Roussett, ignorando a decisão do presidente interino da Câmara, Waldir
Maranhão (PP-MA).
A avaliação de Renan, conforme relatos dos parlamentares presentes ao
encontro, é de que o ato de Maranhão foi "ilegal" e
"intempestivo". Ele disse ainda aos senadores que a Câmara não
poderia tomar a decisão de anular a sessão em que 367 deputados deram aval ao
prosseguimento do processo de impeachment para o Senado 30 dias após a votação
da admissibilidade - muito menos quando o Senado está prestes a deliberar sobre
o tema. "O presidente do Senado disse que é uma decisão contra a qual não
caberia recurso quase 30 dias depois. Isso deveria ter sido analisado 48 após a
sessão", afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), ao deixar a
reunião emergencial.
Na reunião de líderes, PT e PCdoB fizeram apelos para que a decisão de
Wladir Maranhão fosse cumprida, mas Renan não cedeu. Com isso, a leitura do
parecer da comissão especial que, na última sexta-feira, deu aval para o
seguimento do processo contra Dilma será feita ainda hoje, abrindo prazo de 48
horas para que o plenário do Senado julgue se abre processo contra a petista -
decisão que, se tomada, afasta a presidente do cargo por 180 dias.
Temer classifica decisão de Maranhão como ‘atitude desesperada’
O vice-presidente Michel Temer
durante encontro na residência oficial do Senado - 27/04/2016(Evaristo
Sa/AFP)
Às vésperas da votação do impeachment e da decisão que pode levá-lo ao
posto máximo da administração pública, o vice-presidente da República Michel
Temer (PMDB) classificou como uma "atitude desesperada" do governo
utilizar o presidente interino da Câmara Waldir Maranhão (PP-MA) para tentar
anular o processo de impedimento contra a presidente Dilma Rousseff. O vice,
que discute arremates finais para a montagem de sua equipe de governo, está no
Palácio do Jaburu, residência oficial em Brasília. (Laryssa Borges, de
Brasília)
Primeiro recurso contra decisão de Maranhão chega ao STF
O presidente da Câmara, deputado
Waldir Maranhão (PP-MA) anulou nesta segunda-feira a sessão que aceitou o
impeachment da presidente Dilma Rousseff(Brizza Cavalcante/VEJA)
A primeira ação para tentar reverter a canetada do presidente da Câmara,
Waldir Maranhão (PP-MA), que anulou o processo de impeachment de Dilma
Rousseff, já foi protocolada no Supremo Tribunal Federal (STF). Na tarde desta
segunda-feira, o advogado de Santa Catarina Rafael Evandro Fachinello ingressou
com um mandado de segurança com pedido de liminar para barrar a decisão de
Maranhão. Ele sustenta que "o Regimento Interno da Câmara dos Deputados
veda ao Presidente Interino a anulação de decisão tomada pelo Plenário da Casa
Legislativa". A ação está nas mãos da ministra Rosa Weber.
(Marcela Mattos, de Brasília)
Dilma faz teatro, mas diz a verdade: 'Vivemos conjuntura de manhas e
artimanhas'
Presidente Dilma Rousseff durante
cerimônia de anúncio de criação de novas universidades no Palácio do Planalto
em Brasília - 09/05/2016(Roberto Stuckert Filho/PR)
Às vésperas de o Senado votar seu afastamento do cargo, a presidente
Dilma Rousseff se mostrou surpresa nesta manhã com a decisão do presidente em
exercício da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão
que acatou a admissibilidade do impeachment nos dias 15, 16 e 17 de abril.
"Estou sabendo da mesma forma que vocês souberam, apareceu nos celulares
que foi aceito o recurso e que, portanto, o processo está suspenso. Eu não
tenho essa informação oficial. Estou falando aqui porque não podia de maneira
alguma fingir que eu não estava sabendo. Eu não sei as consequências disso. Por
favor, tenham cautela porque vivemos uma conjuntura de manhas e
artimanhas", disse a presidente a um grupo de militantes estudantis que
pregavam "ocupar" o Palácio do Planalto e saudaram o deputado com
gritos "viva, Maranhão".
(Felipe Frazão, de Brasília)
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