Costa teria sido nomeado por indicação do PP, segundo Pedro Corrêa.
Adriana Justi, Bibiana Dionísio
e Marcelo RochaDo G1 PR e
da RPC
Anexos da pré-delação do ex-deputado e ex-presidente do Partido
Progressista (PP) Pedro Corrêa, firmada com o Ministério Público
Federal (MPF), indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha
conhecimento sobre o esquema de corrupção desvendado na Petrobras e que
interferiu diretamente na nomeação de Paulo Roberto Costa para a diretoria de
Abastecimento por indicação do PP.
A delação de Pedro
Corrêa ainda não foi homologada pela Justiça.
Em um dos
anexos, o ex-deputado relata uma reunião entre Lula e o ex-presidente da
Petrobras José Eduardo Dutra para tratar da nomeação de Costa no setor.
Paulo Roberto Costa é considerado pela
força-tarefa da Lava Jato como peça-chave para as investigações. O esquema de
corrupção na Petrobras envolveu contratos que somam R$ 89 bilhões. Costa foi um
dos primeiros a fechar o acordo de delação premiada.
O trecho começa
com Lula cobrando Dutra sobre a demora para a nomeação de Costa para assumir o
setor. "Oh, Dutra, nós não nos comprometemos com o PP, que indicou o Dr.
Paulo Roberto, já há algum tempo, para a Diretoria de Abastecimento da
Petrobras. Porque até agora ele não foi nomeado?".
Dutra, segundo
Corrêa, respondeu que a mudança era um assunto complicado dentro da estatal.
"Porque esta mudança de diretor é um assunto complicado dentro da
Petrobras. Estão havendo resistências além de a competência não ser só minha
para nomeá-lo".
Em nota, o Instituto
Lula afirmou que Pedro Corrêa já foi condenado pela Justiça e que "foi
para não cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério
Público Federal uma narrativa falsa envolvendo o ex-Presidente Lula, inventando
até mesmo diálogos que teriam ocorrido há 12 anos".
"É
repugnante que policiais e promotores transcrevam essa farsa em documento
oficial, num formato claramente direcionado a enxovalhar a honra do
ex-presidente Lula e de um dos mais respeitáveis políticos brasileiros, o falecido
senador José Eduardo Dutra, que não pode se defender dessa calúnia", diz o
instituto em nota. (veja a íntegra dessa nota no final da reportagem)
Confira o
trecho completo da conversa citada pelo ex-deputado
Trecho da delação de Pedro Corrêa mostra influencia
de Lula na nomeação de Paulo Roberto Costa na Petrobras (Foto: Reprodução)
Segundo
reportagem da revista "Veja", publicada nesta sexta-feira (27), nesta
pré-delação, o ex-deputado Pedro Corrêa contou que, em determinado momento,
parlamentares do PP se rebelaram contra o crescimento da participação do PMDB
nos contratos firmados na Diretoria de Abastecimento da Petrobras e procuraram
o ex-presidente Lula.
Aos
procuradores, os deputados chamaram este crescimento de "invasão".
Segundo a "Veja", ainda conforme o relato de Corrêa, Lula teria dito
que eles "estavam com as burras cheias de dinheiro" e que a diretoria
era "muito grande" e tinha de "atender os outros aliados, pois o
orçamento" era "muito grande" e a diretoria era "capaz de
atender todo mundo".
De acordo com a
revista, Corrêa acrescentou aos procuradores que Lula teria garantido que
"a maior parte das comissões seria do PP, dono da indicação do
Paulinho".
Com a ordem de
Lula para que os partidos se entendessem, Corrêa disse ter se reunido com
membros do PMDB para tratar da partilha. Um dos primeiros procurados "para
buscar o melhor entendimento na arrecadação" teria sido o senador Renan
Calheiros, acompanhado do deputado Aníbal Gomes. Ele fez a mesma coisa com o
deputado Eduardo Cunha e o senador Romero Jucá - todos do PMDB. De acordo com a
revista, acertados os termos com o PMDB, os negócios começaram a fluir a partir
de 2006.
A
"Veja" afirma que Pedro Corrêa também relatou que o PMDB cobrou para
manter o apoio à permanência de Paulo Roberto Costa e de Nestor Cerveró - que
na época também era diretor da Petrobras. Foi cobrada uma propina de US$ 18
milhões, que deveria ser paga a tempo de financiar a campanha eleitoral daquele
ano - 2006. O partido recebeu US$ 6 milhões.
De acordo com a
revista, Corrêa disse que o atual ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves,
ficava com parte de tudo o que era arrecadado pelo esquema do PMDB. Eduardo
Cunha também teria recebido parte dos US$ 6 milhões.
Corrêa ainda
afirmou que o ex-ministro e atual senador Edison Lobão tinha participação nos
contratos com as grandes empreiteiras. Ainda de acordo com a revista, Corrêa
também acrescentou que o Laboratório EMS pagava propina para os ex-ministros
José Dirceu e Alexandre Padilha. Além disse, afirmou que vantagens também eram
cobradas das empresas que se habilitavam a participar do programa "Minha
Casa Minha Vida" e que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria negociado
pagamentos para seu partido em uma obra de Furnas.
Dilma Rousseff
Em outro anexo do documento de pré-delação, o ex-deputado cita que a presidente afastada Dilma Rousseff se comprometeu a ajudar na nomeação de Paulo Roberto Costa para o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.
Em outro anexo do documento de pré-delação, o ex-deputado cita que a presidente afastada Dilma Rousseff se comprometeu a ajudar na nomeação de Paulo Roberto Costa para o cargo de diretor de Abastecimento da Petrobras.
A promessa
teria sido feita em 2003, quando Dilma era ministra de Minas e Energia, em meio
a uma reunião na casa de João Claudio Genu marcada para
discutir reforma no setor elétrico. Dilma foi à reunião, segundo Pedro Corrêa,
para conversar com um grupo de deputados do PP para verificar como o partido
teria a indicação da relatoria da reforma.
Conforme o
relato de Corrêa, o ex-deputado José Janene, morto em 2010, era presidente da
Comissão de Minas e Energia da Câmara e o PP tinha interesse em assumir a
relatoria.
"O PP
aproveitaria a oportunidade da relatoria para levantar valores de propina em
troca de proposições específicas na Reforma para atender aos interesses dos
empresários do setor para o pagamento de propina", diz trecho do anexo.
No anexo
seguinte, a narrativa do ex-deputado traz fatos de 2010. A presidente afastada
estava em uma reunião para prestigiar Paulo Roberto Costa na casa do deputado
Pizzolati.
Corrêa afirma
que Dilma Rousseff, que à época era candidata à Presidência da República, se
comprometeu a manter Paulo Roberto Costa na Diretoria de Abastecimento e a
manter o Ministério das Cidades com o PP. Ainda de acordo com o ex-deputado,
nesta mesma reunião, Dilma aproveitou para pedir apoio financeiro para a
campanha.
A assessoria de
imprensa da presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que a informação de que
ela se reuniu em 2010 com Paulo Roberto Costa para pedir apoio financeiro é
"mentirosa e absurda, sendo desmentida inclusive por outras evidências e
depoimentos divulgados ao longo da Operação Lava-Jato". "Vemos, mais
uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver o nome da presidenta Dilma
Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e que serão desmentidas pelos
fatos."
Delcídio do Amaral
A indicação de Delcídio do Amaral para a Diretoria de Gás e Energia da Petrobras no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) partiu, de acordo com o ex-deputado Pedro Corrêa, de Geddel Vieira Lima – atual ministro da Secretaria de Governo. Corrêa teria presenciado uma conversa em viva-voz entre Gedel e o ex-presidente FHC.
A indicação de Delcídio do Amaral para a Diretoria de Gás e Energia da Petrobras no governo de Fernando Henrique Cardoso (FHC) partiu, de acordo com o ex-deputado Pedro Corrêa, de Geddel Vieira Lima – atual ministro da Secretaria de Governo. Corrêa teria presenciado uma conversa em viva-voz entre Gedel e o ex-presidente FHC.
Trecho da
conversa disponível na pré-delação
FHC: GEDDEL, eu preciso de um novo nome, um nome mais técnico para a Diretoria de Gás e Energia.
Geddel: Presidente, o Delcídio foi Diretor da ELETROSUL, da ELETROBRÁS, Secretário Executivo de Minas e Energia e Ministro de Minas e Energia. Ninguém é mais técnico do que o Delcídio para esta função.
FHC: GEDDEL, eu preciso de um novo nome, um nome mais técnico para a Diretoria de Gás e Energia.
Geddel: Presidente, o Delcídio foi Diretor da ELETROSUL, da ELETROBRÁS, Secretário Executivo de Minas e Energia e Ministro de Minas e Energia. Ninguém é mais técnico do que o Delcídio para esta função.
FHC: Mas eu gostaria de mais um nome.
Geddel: Então o senhor escolha um REISCHUL (genro de FHC e Presidente da BR Distribuidora) da vida, que nós não temos outro nome. Só temos o de Delcídio.
FHC: (após alguns segundos): Está bem, até logo Gedel.
Corrêa afirmou
que após Delcídio assumir o cargo, o ex-deputado José Janene ficou encarregado
de receber a parte do PP da propina, que era repassada por deputados que haviam
saído do PP e ido para PMDB.
“Delcídio
cobrava a propina junto às empresas que tinham negócios na Diretoria, repassava
uma parte ao PMDB que, através dos quatro deputados que tinham ido PP para o
PMDB, repassava um pedaço menor ao deputado Janene. O valor entrava no caixa
dois do PP para pagar as despesas e repassar aos parlamentares”, diz trecho do
anexo.
No anexo, o
ex-deputado contou que houve resistência em relação ao nome de Delcídio. De
acordo com Corrêa, o ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra recebia R$ 1
milhão de propina por mês do ex-diretor Rogério Manso.
Ainda de acordo
com Corrêa, Delcídio do Amaral indicou Nestor Cerveró para a Diretoria
Internacional da Petrobras no primeiro governo Lula. O ex-deputado afirma ainda
que houve um entendimento entre o ex-ministro José Dirceu e o PMDB de “que a
Diretoria Internacional seria do partido”.
Coube ao deputado
Fernando Diniz (PMDB-MG), segundo Corrêa, as tratativas de negociação da
propina junto a Cerveró. Ficou estabelecida, disse Corrêa, propina de U$S 700
mil por mês para o PMDB.
Segundo Corrêa,
ele soube destes fatos pelo ex-deputado José Janene. Tudo teria sido confirmado
por Paulo Roberto Costa.
O ex-deputado
afirma também ter conhecimento de que o esquema de corrupção na Petrobras desde
os governos militares. Ele menciona o ex-diretor da estatal Shigeaki Ueki –
considerado um dos brasileiros mais ricos do mundo.
Eduardo Cunha
Corrêa ainda afirmou que, com a saída de Nestor Cerveró do cargo, o nome de Jorge Zelada foi indicado com o aval do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
Corrêa ainda afirmou que, com a saída de Nestor Cerveró do cargo, o nome de Jorge Zelada foi indicado com o aval do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
O ex-deputado
afirmou que Nestor Cerveró não estava cumprindo com o pagamento mensal de US$
700 mil e por isso o PMDB deixou de apoiá-lo. O novo nome indicado pelo partido
foi o de João Augusto Henriques, que não pode assumir o cargo em virtude de
condenação no Tribunal de Contas da União (TCU).
Pedro Corrêa
disse que foi procurado para interferir junto ao TCU para resolver a questão de
Henriques, porém, o julgamento já havia ocorrido. Quem assumiu o cargo, então,
foi Jorge Zelada, igualmente com a indicação do PMDB.
“Em função
deste fato, João Henriques não pode ser nomeado e indicou para o seu lugar a
pessoa de Jorge Zellada, com o aval do PMDB e de Eduardo Cunha, que manteve
negócios com o PMDB, PT e com o Senador Delcídio Amaral”, diz trecho.
Sem dar maiores
detalhes, a "Veja" afirmou que outros políticos também foram citados
na delação de Corrêa: o ex-ministro Aldo Rebelo; o ex-ministro Alfredo
Nascimento; o ex-ministro Aloizio Mercadante; o ministro do TCU Augusto Nardes;
o deputado José Guimarães; o deputado Paulo Maluf; a ex-governadora do Maranhão
Roseana Sarney e o senador Valdir Raupp.
Outro lado
Em nota, o Partido Progressista afirmou que não admite a prática de atos ilícitos e reafirma confiar no trabalho da Justiça.
Em nota, o Partido Progressista afirmou que não admite a prática de atos ilícitos e reafirma confiar no trabalho da Justiça.
Através de sua
assessoria de imprensa, o senador Renan Calheiros afirmou que não se reuniu com
Pedro Corrêa e nunca o faria por se tratar de pessoa que não é de suas
relações, nem políticas ou pessoais. O senador afirmou que todas as doações de
campanha recebidas foram legais e aprovadas pela Justiça e que ele não foi
candidato em 2006. “Chega de delação de bandidos citando relações inexistentes
ou fictícias para sair da cadeia e expor terceiros. A delação que não for
confirmada deve agravar a pena dos autores e não livrá-los da cadeia”, disse o
senador.
Já o advogado
de Romero Jucá, Roseana Sarney e Edison Lobão afirma que Pedro Corrêa faz uma
"não delação". "Conta uma história de 40 anos, sem fatos e sem
datas. Uma irresponsabilidade estas acusações terem qualquer validade. Recria
diálogos de 10 anos atrás, inventa. É a desmoralização da delação", disse
Antonio Carlos de Almeida Castro.
O ministro
Henrique Eduardo Alves classifica a citação como absurda, mentirosa,
irresponsável e cretina. Alves afirma que nunca tratou desses assuntos com
Corrêa ou com quem quer que seja, em qualquer tempo ou lugar.
Através de sua
assessoria, o presidente em exercício do PMDB, Romero Jucá, disse que
desconhece qualquer reunião que tenha sido feita para tratar sobre esse assunto.
Ele afirma que as doações ao partido sempre foram feitas conforme as leis
vigentes.
O PSDB enviou
nota em que diz que o partido e seu presidente, Aécio Neves, repudiam
veementemente a repetição das mesmas antigas e falsas acusações que vem sendo
feitas há anos por seus advsersários políticos sempre na base de ouvir dizer de
terceiros. Afirma ainda que o assunto já foi arquivado pela procuradoria-geral
da república por inexistência de qualquer prova ou indicio que possa
minimamente comprová-lo.
O ministro da
secretaria de governo Geddel Vieira Lima negou ter feito a indicação de
Delcídio do Amaral para a diretoria da Petrobras.
O ex-ministro
da Saúde, Alexandre Padilha, disse por nota que é absurda a tentativa de
associar seu nome a qualquer irregularidade e ressaltou que o delator Corrêa
não apresentou qualquer fato que sustente a suspeita.
O deputado
federal Paulo Maluf afirmou que Pedro Corrêa não tem credibilidade nenhuma.
“Você precisa de gente com mais credibilidade para dar informação. O Pedro Corrêa
seria melhor se fizesse delação sobre o que a filha dele, Aline Corrêa, fez na
prefeitura de Americana, Limeira e Campinas, que os três prefeitos foram
cassados pela Justiça”, afirmou Maluf por telefone. Sobre a acusação de que em
2004 teria recebido R$ 20 milhões para atrapalhar as eleições para a Prefeitura
de São Paulo, afirmou: "Em 2004, eu era candidato a prefeito. Por que que
eu iria atrapalhar a eleição de alguém? Eu queria ser eleito eu. Eu não estava
no governo, eu era candidato e queria ser eleito".
Já Eduardo
Cunha disse que desconhece a delação e que nunca teve qualquer relacionamento
com Pedro Corrêa. Ele disse também que não teve relação com a permanência de
Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró nos cargos da Petrobras.
A defesa de
Delcídio do Amaral disse que desconhece o teor da delação de Pedro Corrêa e que
não há nenhuma prova de que Delcídio era corrupto. O ex-senador se coloca à
disposição para fazer a acareação caso o Ministério Público ache necessário.
O laboratório
Pfizer disse que por nota que desconhece o teor das denúncias ou de qualquer
envolvimento em atividades ilícitas e que rechaça toda atividade dessa
natureza.
A advogada de
Nestor Cerveró, Alessi Brandão, disse que as negociações de seu cliente para
permanecer na Diretoria Internacional da Petrobras foram relatadas em sua
delação premiada, que está sob sigilo. Ela não confirmou nem negou que a
reunião de Cerveró com caciques do PMDB em 2006 tenha ocorrido, assim como o
pedido de peemedebistas para que ele e Paulo Roberto Costa arrecadassem
propinas no valor de US$ 18 milhões.
O senador
Valdir Raupp afirma desconhecer a delação e nega envolvimento no esquema.
O ex-ministro
Jaques Wagner rebateu a delação e disse que todas as doações recebidas por sua
campanha foram declaradas à Justiça e aprovadas.
A assessoria de
imprensa do ex-ministro Aloizio Mercadante afirmou que Mercadante nunca teve
nenhuma relação com o ex-deputado Pedro Corrêa e nunca participou de reuniões
com e ex-deputado, especialmente depois de Pedro Corrêa ter sido envolvido na
denúncia da Ação Penal 470.
O ex-ministro
Alfredo Nascimento afirmou que "não há nada novo nessa delação".
"É uma denúncia antiga, da época em que fui ministro dos Transpores. Tudo
já foi investigado à exaustão pela Polícia Federal e Ministério Público. Nada
foi comprovado e fui inocentado. Mas para ganhar vantagens jurídicas, os
delatores insistem em requentar essa denúncia. Já provei minha inocência e
provarei todas as vezes que forem necessárias. Vou processar o senhor Pedro
Corrêa por essa citação injusta e inverídica ao meu nome", afirmou o
ministro.
O Banco do
Brasil declarou que refuta acusações e ilações sem provas.
O laboratório
EMS afirmou que "não teve acesso aos termos da colaboração do qual é
mencionada" e que "dará as devidas explicações assim que tiver acesso
ao documento".
A reportagem
ainda não conseguiu contato com a assessoria do ex-ministro Aldo Rebelo.
O deputado
federal José Guimarães (PT-CE) não atendeu às ligações da reportagem. A
assessoria de imprensa dele informou que o parlamentar está em viagem ao
exterior.
A assessoria de
imprensa do TCU afirmou que o ministro Augusto Nardes "refuta
veementemente as injustas e absolutamente inverídicas acusações" e que
"nunca compactuou com qualquer ilícito eventualmente praticado pelo
ex-presidente em nome da legenda".
O advogado de
Jorge Luz afirmou que ele "se manifestará sobre os fatos no foro e no
momento oportunos". "Por ora, a defesa não comentará nada a
respeito”, comentou o advogado Gustavo Teixeira.
O ex-presidente Lula se posicionou através do
Instituto Lula. Veja a íntegra da nota:
Pedro Correa
foi condenado pelo juiz Sergio Moro a mais de 20 anos de cadeia por ter
praticado 72 crimes de corrupção e 328 operações de lavagem de dinheiro. Foi
para não cumprir essa pena na cadeia que ele aceitou negociar com o Ministério Público Federal uma
narrativa falsa envolvendo o ex-Presidente Lula, inventando até mesmo diálogos
que teriam ocorrido há 12 anos.
É repugnante
que policiais e promotores transcrevam essa farsa em documento oficial, num
formato claramente direcionado a enxovalhar a honra do ex-presidente Lula e de
um dos mais respeitáveis políticos brasileiros, o falecido senador José Eduardo
Dutra, que não pode se defender dessa calúnia.
O Estado de
Direito não comporta esse tipo de manipulação, insidiosa e covarde, nem por
parte dos agentes públicos nem dos meios de comunicação que dela se aproveitam
numa campanha de ódio e difamação contra o ex-presidente Lula.
A utilização
desse recurso nojento é mais uma evidência de que, após dois anos de
investigação, a Lava Jato não encontrou nenhuma prova ou sequer indício de
participação de Lula nos desvios da Petrobras, porque o ex-presidente sempre
agiu dentro da lei. E por isso apelam a delações mentirosas.
A presidente
afastada Dilma Rousseff se posicionou através de sua assessoria de imprensa.
Veja a nota completa:
Acerca da
matéria “Decanato da Corrupção”, publicada pela revista Veja, em 27 de maio, em
que se divulga trechos de uma suposta delação premiada do ex-deputado Pedro
Correa, cumpre esclarecer que:
1. Ao contrário
do afirmado em Veja, a presidenta Dilma Rousseff JAMAIS se reuniu, em 2010 ou
em qualquer outro momento, com o senhor Paulo Roberto Costa para fins de
solicitar qualquer espécie de apoio financeiro.
2. Esta
afirmação é absolutamente mentirosa e absurda, sendo desmentida inclusive por
outras evidências e depoimentos divulgados ao longo da Operação Lava-Jato.
3. Vemos, mais
uma vez, uma nova tentativa de se tentar envolver o nome da presidenta Dilma
Rousseff em versões fantasiosas, inconsistentes e que serão desmentidas pelos
fatos.
Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Assessoria de Imprensa
Presidenta Dilma Rousseff
Corrupção
A Operação Lava Jato investigava transações de milhões de reais. O salto para os bilhões veio com a prova da ligação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Os dois foram descobertos por causa de um carro registrado no endereço de Alberto Youssef, em nome de Paulo Roberto Costa. A placa era o ano de nascimento do ex-diretor da Petrobras.
A Operação Lava Jato investigava transações de milhões de reais. O salto para os bilhões veio com a prova da ligação entre Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa. Os dois foram descobertos por causa de um carro registrado no endereço de Alberto Youssef, em nome de Paulo Roberto Costa. A placa era o ano de nascimento do ex-diretor da Petrobras.
O carro custou
R$ 250 mil e, segundo a investigação, foi o pagamento de uma propina pendente.
O endereço na nota é de um apartamento de Youssef, na Vila Nova Conceição, em
São Paulo, um dos metros quadrados mais caros do país.
Condenação de
Pedro Corrêa
Em outubro do ano passado, Pedro Corrêa foi condenado pela Justiça Federal do Paraná pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro a 20 anos, 7 meses e dez dias de prisão. Em dezembro, o juiz Sérgio Moro corrigiu a sentença e reduziu em quatro meses a pena, que agora é de 20 anos, três meses e dez dias de reclusão.
A alteração foi
feita após o Ministério Público Federal (MPF)
alertar o juiz de que ele havia errado o cálculo da pena relativa aos crimes de
lavagem de dinheiro cometidos por Pedro Corrêa.
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