Roberto Carlos, o
corretor, usava nome em firma e foi obrigado a fechar.
Empresa do 'Rei' tem a marca registrada para comércio, bens e imóveis.
Juirana
NobresDo G1 ES
Roberto Carlos vieira (Foto: Arquivo Pessoal)
Um corretor de
imóveis de Vila Velha, homônimo do cantor Roberto Carlos, foi processado em 2015
pela empresa Editora Musical Amigos LTDA, a qual o cantor é sócio majoritário,
por usar o nome do 'rei' na corretora. Neste ano, o corretor entrou com um
recurso na Justiça paulista, onde a ação foi ajuizada, para voltar a usar o
nome.
Ele acabou fechando a firma porque, na época, uma liminar exigia o pagamento de multa diária de R$ 1 mil caso o corretor Roberto Carlos Vieira mantivesse o nome em atividades comerciais.
A alegação é
que a empresa que gerencia os negócios do cantor tem a marca registrada com o
nome para classe de comércio, bens e imóveis em geral.
Nesta
terça-feira (10), o G1 conversou
com o corretor Roberto Carlos Vieira, com o advogado dele, Sebastião Aroni
Colombo, e também com o advogado do cantor, Celino Bento de Souza.
O corretor
Em entrevista ao G1, o corretor Roberto Carlos Vieira disse que não cometeu crime algum. “O único 'crime' foi ter sido batizado com esse nome', disse.
Em entrevista ao G1, o corretor Roberto Carlos Vieira disse que não cometeu crime algum. “O único 'crime' foi ter sido batizado com esse nome', disse.
Roberto Carlos
Vieira disse que seu nome é composto, assim como o dos três irmãos. “Meu pai
Antônio Carlos Vieira quis colocar o nome 'Carlos' em todos os filhos. Renato
Carlos, Ronaldo Carlos, Roberto Carlos e minha irmã é Roseane Carla, e isso
nunca teve relação com o cantor. Eu nasci em 1961, acho que ele nem fazia
sucesso ainda”, contou.
Ele contou que
sempre trabalhou como corretor de imóveis em Vila Velha e, há oito anos, abriu a empresa com o
nome de Roberto Carlos. O escritório ficava na Avenida Gil Veloso.
Após o
processo, há um ano, aproximadamente, o corretor acatou a liminar da Justiça e
encerrou as atividades como proprietário.
“O corretor é uma pessoa física que exerce uma
função autônoma. É o meu CPF que está registrado, não é um CNPJ. Há um ano
recebi a liminar da Justiça e fiquei surpreso. Antes disso não recebi nenhum
tipo de contato. A ação me impedia de associar o meu nome Roberto Carlos a
qualquer atividade comercial, imobiliária em sites e redes sociais. Além disso,
exigia que eu retirasse o site do ar, meus cartões de visitas, placas dos
imóveis que eu estava comercializando”, explicou.
Roberto Carlos
disse que resolveu acatar a decisão da Justiça e foi obrigado fechar o
escritório. “Se eu não respeitasse a decisão e teria que pagar R$ 1 mil por
dia. Não tinha condições para isso e nem para pagar um advogado”, contou.
O corretor
disse que após a liminar teve que compartilhar um espaço com outros corretores.
“Fui de proprietário a empregado em dias. Me senti humilhado, constrangido e
revoltado. Não cometi nada errado, apenas trabalhava dignamente. Depois disso,
não tive condições de manter minha filha, de 19 anos, na faculdade, isso acabou
comigo. Tive que trocar meus filhos de escola, por causa da questão financeira
mesmo. Tenho problemas de insônia. Estou perdendo tudo o que conquistei. Meu
padrão de vida mudou”, disse.
Não estou concorrendo com os ramos e
interesses das atividades do cantor. Quero ganhar a minha vida
tranquilamente"
Roberto Carlos,
corretor
corretor
O corretor
disse que sempre admirou o cantor, mas se surpreendeu com o processo. “Não
posso dizer que já fui fã, mas sempre respeitei o trabalho dele. Ele é
reconhecido como 'rei' e não duvido. Não estou concorrendo com os ramos e
interesses das atividades do cantor. Quero ganhar a minha vida tranquilamente.
Não quero denegrir a imagem dele, mas o Brasil está cheio de absurdos e
semideuses”, disse.
Recurso
O advogado do corretor, Sebastião Aroni Colombo, disse ao G1 que já entrou com recurso na Justiça de São Paulo, onde a ação foi ajuizada, mas ainda não foi julgada.
O advogado do corretor, Sebastião Aroni Colombo, disse ao G1 que já entrou com recurso na Justiça de São Paulo, onde a ação foi ajuizada, mas ainda não foi julgada.
“Já contestamos
a liminar e acreditamos que esta ação é descabida. Primeiro de tudo é que eles
deveriam entrar com a ação na cidade do réu. Ainda não entendi como eles
conseguiram ajuizar de lá”, disse.
Colombo disse
que mantém contado com os advogados do cantor Roberto Carlos e a empresa que é
proprietário, a Editora Musical Amigos LTDA que moveu a ação.
“Eles estão
dizendo que o meu cliente está denegrindo a imagem do cantor e vão pedir
segredo de justiça no caso para não atrapalhar a vida pessoal do cantor”,
explicou Colombo.
Advogado de Roberto Carlos falou com o G1
(Foto: Arte Produções/G1/Divulgação)
(Foto: Arte Produções/G1/Divulgação)
Cantor Roberto Carlos
Por telefone, um dos advogados da Editora Musical Amigos LTDA, cujo Roberto Carlos é sócio majoritário e Erasmo Carlos também é sócio, Celino Bento de Souza conversou com oG1.
Por telefone, um dos advogados da Editora Musical Amigos LTDA, cujo Roberto Carlos é sócio majoritário e Erasmo Carlos também é sócio, Celino Bento de Souza conversou com oG1.
O advogado
disse que o processo é uma ação ordinária para abstenção de uso de marca que
culmina com indenização.
Segundo Celino,
foi conseguida uma tutela antecipada para que o réu deixasse de usar, por meio
de uma liminar, a marca Roberto Carlos.
Celino explicou
que é responsável por cuidar da proteção dos direitos autorais da marca Roberto
Carlos que está registrada há mais de 20 anos. “A Editora Musical Amigos LTDA
tem a marca registrada para classe de comércio, bens e imóveis em geral”,
disse.
O advogado do
cantor Roberto Carlos disse que tentou notificar o corretor de forma amigável,
mas Roberto Carlos Vieira não retornou as tentativas de contato.
“O corretor de
imóveis de Vila Velha não está impedido de usar o seu nome civil, o nome
completo dele. A ação não aceita que ele use a marca, que 'Roberto Carlos'. O
nome completo, não teria problemas. Não estamos interessados no dinheiro da
multa diária que foi imposta, apenas queremos preservar a marca registrada.
Queremos que o corretor tenha sucesso na área, mas que use o próprio nome e não
a expressão de marca”, explicou.
Sobre a ação
ter sido impetrada em São Paulo e não em Vila Velha, o advogado de Roberto
Carlos disse que a lei permite entrar com ação de indenização no domicílio do
autor.
Disse ainda que
a filosofia do escritório é fazer sempre acordos, mas que não obteve sucesso
neste caso. “Estaremos sempre abertos para negociação. Trabalhamos com pessoas
idôneas e tranquilas, não podemos permitir que imagens delas sejam denegridas”,
disse o advogado da empresa do cantor Roberto Carlos.
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