Pinga-fogo / JC
Deputado Daniel Coelho. Foto: Gustavo
Lima/ Câmara dos Deputados
Pré-candidato à Prefeitura do Recife, o deputado federal Daniel Coelho
(PSDB) deu mostras de que a Operação Turbulência será sim tema de discussão das
eleições 2016. Em debate, ele associou a Turbulência, que fecha o cerco sobre o
PSB do prefeito Geraldo Julio, à necessidade do cidadão ajudar a fiscalizar
recursos ilegais e Caixa 2 nas eleições 2016. “E inclusive é o que está sendo
investigado com essas cinco prisões e a morte que aconteceu aqui no Estado de
Pernambuco na semana passada”, afirmou, em referência à Turbulência, que
investiga um esquema de lavagem de dinheiro de R$ 600 milhões, com recursos
ilegais para as campanhas de Eduardo Campos (PSB) de 2010 e 2014. E que pode
prejudicar muito a campanha à reeleição de Geraldo Julio.
O discurso de Daniel Coelho ocorreu na noite desta segunda (27), durante
jantar-debate do LIDE Futuro. Além do tucano, foram convidados a participar a
pré-candidata no Recife pelo DEM, Priscila Krause, e Silvio Costa Filho (PRB),
também pré-candidato na capital. Cada um teve 20 minutos para falar, além do
debate. Em novembro, o LIDE promoveu uma noite exclusivamente com Geraldo
Julio.
Daniel Coelho foi questionado para falar sobre a menção a seu nome,
entre 16 políticos pernambucanos, no famoso “listão da Odebrecht”, revelado na
Operação Lava Jato. “Quero que a Lava Jato avance”, afirmou. E disse que como a
lei permitia, era comum todos receberem recursos de empresas como a Odebrecht.
“Não sei Priscila, Silvio… Geraldo com certeza”, disse. “A campanha dele
[Geraldo Julio] foi uma das campanhas mais ricas do Brasil, na comparação voto
por habitante. Chega a ser um escândalo. Mas, se você for fazer uma avaliação,
doação legal, registrada, era regra do jogo”, afirma.
Em seguida, o tucano citou diretamente a Odebrecht, contra a qual, diz,
tem “centenas” de declarações públicas contestando o contrato entre a Compesa e
a empreiteira, na PPP do Saneamento, e a Arena Pernambuco. “Então, os dois
assuntos de maior interesse da empresa [em Pernambuco] eu sempre contestei.
Recebi doação, através do partido, como manda a legislação”, discursou.
“Eu gostaria que a população do Recife este ano fiscalizasse os recursos
públicos e o Caixa 2. Isso é o que me preocupa. Porque se até a eleição passada
fazia parte da regra a doação legal de empresas, agora é ilegal e é crime. Nós
vamos fazer uma campanha estritamente financiada pelo fundo partidário e pelas
pessoas físicas. E queremos, junto com a população e os demais candidatos,
fiscalizar. Porque não dá para pintar uma cidade toda de amarelo com o recurso
no limite que está colocado para este ano”, afirmou.
“Você não pode ter 50, 80 carros de som se você tem um limite orçamentário”, disse. “Então, eu espero que a população fiscalize para que não haja um desequilíbrio através de financiamento ilegal e de Caixa 2. E inclusive é o que está sendo investigado com essas cinco prisões e a morte que aconteceu aqui no Estado de Pernambuco na semana passada. A acusação e a investigação ali é da utilização de dinheiro ilegal em campanha. A gente espera que isso não ocorra este ano”, afirmou.
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