Um novo estudo descobriu
que pessoas que tendem a deixar tarefas e responsabilidades para depois também
têm mais dificuldade para dormir
Por Da redação
Os pesquisadores israelenses acreditam que
pessoas que procrastinam ficam pensando nas tarefas que deveriam ter feito, mas
não fizeram, antes de dormir. Isso, por sua vez, atrapalha o sono. (Getty
Images/VEJA/VEJA)
Procrastinadores – aqueles
que adiam as responsabilidades do cotidiano – também tendem a ter mais
problemas para dormir. De acordo com um estudo realizado por pesquisadores da
Academic College de Tel Aviv, em Israel, que será publicado na edição de
outubro da revista científica Personality and Individual
Differences, a insônia pode ser um resultado da procrastinação.
Segundo informações do
site especializado Live Science,
participaram do estudo 598 pessoas que completaram questionários online sobre
suas tendências para procrastinar, problemas para dormir e estado emocional. Os
questionários também avaliaram se os participantes tinham hábitos diurnos ou
noturnos, ou seja, se eles tendiam a ir para a cama cedo e acordar cedo ou ir
para a cama tarde e levantar tarde.
Os resultados mostraram que aqueles que procrastinam também relataram
mais problemas para dormir, em comparação com pessoas que não deixam tarefas
para depois. Além disso, pessoas com hábitos diurnos – que dormem e acordam
cedo – procrastinam menos e têm menos problemas de sono, em comparação com
aqueles que têm hábitos noturnos.
Embora não possam afirmar, uma das possíveis explicações para a
associação, segundo os autores, é que as pessoas que procrastinam ficam
pensando, antes de dormir, nas tarefas que deveriam ter feito, mas não fizeram.
Isso, por sua vez, atrapalha o sono. “Os resultados mostram que problemas de
sono podem ser um resultado importante e negligenciado da procrastinação”,
disseram os autores.
Ainda de acordo com os pesquisadores, a conclusão de que pessoas com
hábitos noturnos tendem a procrastinar mais do que as de hábito diurno não é
novidade pois já havia aparecido em outros estudos. Mas, neste caso, eles foram
além e descobriram associações entre as preferências de sono e a personalidade
das pessoas. Por exemplo, pessoas diurnas tendem a serem mais conscientes,
emocionalmente estáveis e socialmente desejáveis, enquanto as noturnas tendem a
ser mais neuróticas e mais propensas a procurar novidades.
Os resultados mostraram também que pessoas da noite são mais propensas
a ter problemas de autocontrole, o que, por sua vez, pode gerar dificuldades de
planejamento que podem levar à procrastinação. Além disso, é provável que essas
pessoas, por terem hábitos noturnos, comecem determinadas tarefas só no final
do dia e, em seguida, se sintam mal com este atraso. O que, como em uma reação em
cadeia, pode levá-las a adiar ainda mais a finalização das tarefas.
Apesar das evidências, os autores ressaltam que o novo estudo não prova
que a procrastinação provoca insônia. Pode ser que o perfeccionismo seja a base
dessa associação ou a procrastinação pode ser um resultado da insônia – já que
a falta de sono prejudica o funcionamento de uma pessoa.
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