Decorridos 60 dias da posse,
pesquisa revela que a população entendeu que, sim, tem gente em casa. Ou seja,
depoisde muito tempo, há um governo
RETOMADA As medidas adotadas pelo presidente Michel Temer
começam a fazer efeito e ganham o reconhecimento da população (Crédito:
Frederic Jean/Ag. Istoé)
Mel Bleil Gallo
Uma pesquisa interna entregue pelo Ibope ao Palácio do Planalto,
na última semana, fez transbordar o ânimo dos integrantes do governo de Michel
Temer. Os dados, guardados a sete chaves pelo ministro da Casa Civil, Eliseu
Padilha, revelam uma melhora em pelo menos parte dos índices. O parâmetro é a
sondagem realizada pelo mesmo instituto no início deste mês, a pedido da
Confederação Nacional da Indústria (CNI). Segundo o levantamento, a parcela da
população que avalia o governo de Michel Temer como bom e ótimo subiu de 13
para 15%. Já entre os que consideram a gestão regular, o apoio passou de 35
para 39% dos brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais. O
discreto, mas importante aumento na popularidade ocorreu na semana em que o
peemedebista completou seu segundo mês no poder. Retrata os primeiros
resultados positivos da gestão, depois de alguns percalços no início do mandato
na seara política, que fizeram com que o presidente tivesse de promover
mudanças pontuais na Esplanada dos Ministérios.
No balanço divulgado pelo próprio Planalto com as consideradas
conquistas dos primeiros 60 dias, predomina o discurso de austeridade e a
retórica de eficiência “para colocar o Brasil de volta aos trilhos do
desenvolvimento econômico e social”. São citados como exemplo a aprovação da
Lei das Estatais e a redução de nove ministérios com o congelamento de 4,3 mil
cargos comissionados, que deve trazer uma economia de R$ 230 milhões anuais. O
envio da Proposta de Emenda Constitucional que limita o aumento dos gastos
públicos à inflação do ano anterior é outro ponto ressaltado. O governo
trabalha para conseguir aprovar a PEC rapidamente, até outubro, mas a tendência
é que leve mais tempo, uma vez que a medida precisa ser analisada pela Câmara
dos Deputados e pelo Senado.
Paralelamente, Temer comemorou a aprovação do aumento
na meta de déficit fiscal de R$ 98 para R$ 170 bilhões, que seria o pior índice
já observado no País desde 1997. Há ainda caminhos importantes a trilhar, como
o envio ao Congresso de matérias que, embora mais impopulares, são
determinantes para a realização do ajuste fiscal. A mais emblemática é a
reforma da previdência, sobre a qual o governo e as centrais sindicais estão
longe de chegar a um acordo. Postergada para o final do ano, ela estava
inicialmente prevista para este mês, dado o crescente déficit da Previdência
Social. Somente neste ano, o rombo das aposentadorias deve ultrapassar R$ 130
bilhões. Há também na lista de prioridades a proposta de reforma trabalhista,
anunciada para atender ao clamor do setor empresarial. A defesa de mais terceirizações
e de mudanças na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), entretanto, alarmou
sindicalistas e os partidos, que devem evitar o assunto em ano eleitoral,
deixando a discussão para depois da votação final do impeachment.
No campo social, houve o reajuste de 12,5% nos
benefícios do Bolsa Família e a retomada da construção de 4,2 mil moradias do
programa habitacional Minha Casa, Minha Vida. Investimentos de R$ 1,6 bilhão em
educação e a criação de 75 mil novas vagas no FIES foram outros pontos
comemorados no balanço do Planalto, bem como a retomada de obras na integração
do Rio São Francisco. Embora representem impactos orçamentários significativos,
as medidas são apresentadas pelo presidente Temer como fatores por trás dos
índices de retomada de confiança do consumidor (10,7%), da indústria (7,5%),
dos serviços (4,5%) e do comércio (10,7%). Segundo o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, são esses alguns dos sinais que possibilitarão ao Brasil
atingir a meta de 4,5% de inflação em 2017, bem como outros índices
estratégicos para a retomada do crescimento. É o que todos aqueles que não
jogam contra o País anseiam.
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