Um estudo italiano
sugere que um subtipo do vírus da herpes, que pode ser transmitido pelo beijo,
pode estar associado à dificuldade de engravidar
Por Da redação / Veja
O vírus HHV-6A, um subtipo da
herpes humana, foi encontrado em 43% das participantes com infertilidade
primária sem causa conhecida. (iStockphoto/Getty Images)
Infertilidade pode ser
transmitida pelo beijo? Cientistas italianos acreditam que sim. De acordo com
um estudo publicado recentemente no periódico científicoPLoS One, um vírus possivelmente transmitido pela
saliva pode ser a explicação para a infertilidade sem causa diagnosticada
de muitas mulheres.
Para chegar a essa conclusão, pesquisadores da Universidade de Ferrara,
na Itália, examinaram o útero de 66 mulheres – 30 com infertilidade primária –
que nunca tiveram um filho – sem causa definida e 36 férteis. Em 43% das
pacientes inférteis, os cientistas encontraram a presença do vírus HHV-6A. O
vírus é um subtipo da herpes humana e não foi encontrado em nenhuma mulher com
fertilidade normal.
Em tese, acreditam os pesquisadores, o vírus se esconde no revestimento
do útero e afeta proteínas que ajudam a preparar o corpo para a
gravidez. Todas as participantes infectadas com o HHV-6A também
apresentavam níveis anormais de citoquinas, proteínas que desempenham um papel
importante na fertilização dos óvulos e no desenvolvimento fetal.
As mulheres também tinham níveis elevados de estradiol, hormônio que é
alterado durante o ciclo menstrual e pode desencadear uma infecção por
HHV-6A.
Como o vírus não é detectável no sangue nem na saliva, sua prevalência
é desconhecida. Entretanto, ele se replica nas glândulas salivares e pesquisas
anteriores sugerem que ele pode ser transmitido pelo beijo.
O vírus da herpes já foi associado à infertilidade em homens, mas , até então,
nenhum vírus específico havia sido associado ao problema em mulheres. “Essa é
uma descoberta surpreendente. Se confirmada, tem o potencial de melhorar a vida
de várias mulheres inférteis”, disse Anthony Komaroff, professor de Harvard,
nos Estados Unidos, que estudou o vírus.
Apesar dos resultados, os autores afirmam que ainda não necessárias
mais pesquisas para determinar se um tratamento antiviral poderia ser efetivo
contra essa infecção intrauterina.
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