Ivan Richard - Repórter da Agência
Brasil
O governo do
Uruguai, que exerce a presidência do Mercosul, informou hoje (7) que pretende
transferir o comando do bloco para a Venezuela. A sucessão é alvo de críticas
internas, principalmente do Paraguai, por causa da crise instalada no país
bolivariano presidido por Nicolás Maduro.
Em comunicado oficial, o
Ministério de Relações Exteriores uruguaio reiterou sua posição “no sentido de
prosseguir com a transferência [da presidência pro
tempore], em conformidade com as disposições das normas vigentes do
Mercosul”.
“A este respeito, no
cumprimento das responsabilidades inerentes a sua função e tendo em conta as
diferenças, vamos trabalhar a fim de analisar e procurar formas de reunião que,
através do diálogo respeitoso e profundo, levando a superar os principais
problemas enfrentados neste momento, o processo de integração regional”, diz o
documento da chancelaria uruguaia.
A troca da presidência pro
tempore do Mercosul é
feita a cada seis meses e deveria ocorrer na próxima Cúpula de Presidentes do
bloco, que estava prevista para a próxima terça-feira (12), em Montevidéu, mas
foi cancelada.
Diante do impasse, na
segunda-feira (11), os chanceleres do Brasil, Paraguai, Uruguai e da Argentina
vão se reunir para discutir a situação da Venezuela.
Cláusula
democrática
Entre os integrantes do
bloco regional, o Paraguai é o maior crítico da Venezuela. O chanceler
paraguaio, Eladio Loizaga, defende inclusive a aplicação da chamada cláusula democrática
do Mercosul, que prevê sanções a um país do bloco em caso de ruptura
democrática. O próprio Paraguai foi suspenso, em 2012, após o afastamento do
então presidente Fernando Lugo.
Na época, com a ausência do
Paraguai, os demais países do bloco aprovaram a entrada da Venezuela no
Mercosul, que estava travada pelo Senado paraguaio.
O ministro das Relações
Exteriores do Brasil, José Serra, tem criticado o governo de Nicolás Maduro,
dizendo que não existe democracia no país, referindo-se aos opositores detidos,
considerados “presos políticos”. Brasil e Argentina acusam o governo
Maduro de dificultar a organização de um referendo por parte da oposição
venezuelana que pode tirá-lo do poder.
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