quarta-feira, setembro 14, 2016

OPINIÃO: UM DEBATE SEM MUITAS PROPOSTAS


S
empre perdemos a oportunidade para mostrar que estamos evoluindo e amadurecendo democraticamente, que precisamos urgentemente se envolver com o sentimento de transformação para fomentar as mudanças necessárias para atender as necessidades mais corriqueiras de um coletivo. Lutas de classes sociais são perfeitamente compreensíveis e negociáveis quando se reivindicam melhorias nos ganhos salariais e buscam garantias de melhores condições de trabalho para os trabalhadores.

É mister, um candidato ou postulante a uma prefeitura levantar a bandeira de melhores salários para os professores, os agentes de saúde (incluem-se no pacote os ACS e os ACE), enfermeiros, médicos, enfim, para todas as categorias de servidores, e nesse embalo, as escolas, o transporte escolar, a merenda escolar, o calendário escolar, o ano letivo, as unidades de saúde (ESFs), o combate as pragas, as ruas, o atendimento as pessoas que precisam de assistência social, devem estar em consonância e equilíbrio com as vantagens que serão concedidas para as classes de trabalhadores e em ordem para atender a população como um todo, para aí sim, afirmar, que todos serão os beneficiários da gestão municipal.

Isso é República. Isso é democracia.

Num debate político em que a população deseja ouvir as propostas dos candidatos, não seria interessante as torcidas organizadas para aplaudir qualquer bobagem. Isso só mensura que os “favores” para a consolidação dos empregos já oferecidos não tem interesse algum em ouvir propostas para a saúde, a educação, a infraestrutura, o meio ambiente, o esporte, a cultura...

Poderíamos aqui exemplificar para não se alongar na articulação, três problemas corriqueiros que mais castiga a nossa população e, baseado em análise e fatos, nós não vimos serem amplamente discutidos num debate que reuniu na terça-feira (13) dois postulantes ao cargo de prefeito de Araripina, a saúde (que virou um caos), a educação e a segurança (apesar de ser da alçada do governo do Estado).

A saúde é o principal problema citado em todas as capitais do país, segundo o Ibope, e essa transferência de problemas migram para as cidades principalmente do interior como de certo, é uma realidade em Araripina. Então porque não discutir a saúde ao invés de se criar factoide para animar plateia?

Por que não falar o que pretendemos implantar de novo e o que temos como proposta para melhorar a assistência aos pacientes que vão fazer Tratamento Fora do Domicílio e são tratados como bichos em uma casa de apoio desconfortável e sem o mínimo de decência na capital?

E o Centro de Hemodíalise? Como vai funcionar se ainda não temos uma equipe preparada para tornar realidade esse centro? E a emergência e urgência do Hospital, como vai ser a parceria do Município com a instituição para atender a demanda e a procura dos usuários do SUS? Como melhorar o atendimento às comunidades nas Estratégias de Saúde da Família e o que temos de projeto para que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) funcione, já que a maioria que foi implantada no país está desativada e não funciona direito?

Essa semana foi apresentado o Índice de Desenvolvimento da Educação (IDEB) do Sertão do Araripe no ano de 2015. Araripina nos anos iniciais saiu de 4.1 (2013) para 4.2 (2015) (cresceu +0,1 em relação ao IDEB 2013) e nos anos finais atingiu em 2013 4.0 e agora em 2015 caiu para 3.4. -0,6 em relação ao IDEB de 2013.

Isso não serviu de discussão no debate, assim como os anos de 2015 e 2016 que foram os mais prejudicados pela gestão atual, por conta de atraso de pagamento dos professores, falta de transporte escolar, falta de merenda escolar... Mas também seria o momento de procurar soluções para que esses mesmos problemas com planejamento e racionalidade não voltassem a se repetir. O debate era imprescindível para abrir essa discussão, já que Pernambuco tem a melhor “educação no ranking nacional do Ensino Médio” do país com avanços “glamourosos” no IDEB de 3,6 em 2013 para 3,9 em 2014.

E a segurança? Que apesar de ser uma área de alcance do Estado, muitas outras saídas, como a guarda municipal, instalações de câmaras de monitoramento, poderiam ter sido abordadas e vistas de possibilidades distintas, para que o araripinense entendesse que as prioridades são preocupações que estão na agenda dos candidatos e que deveriam ter sido temas do debate.

O que pude perceber foram dois candidatos que podiam muito bem provar que estão preparados principalmente emocionalmente para gerir os destinos de nossa querida Araripina, mas que talvez pelo momento tenso e de querer demonstrar para as suas militâncias (ladeados pelos seus marqueteiros) quem seria o mais ovacionado pela aquela plateia ávida por poder.

Podemos chamar atenção pelas particularidades de cada candidato: Um que estava nervoso e o outro que se valeu da velha “cola” para responder aos questionamentos.

Para os aliados de ambos, os seus candidatos venceram o debate, mas quem perdeu mesmo foi o povo, que não tem muito que comemorar.

Faltaram discutir propostas coletivas, propostas que beneficiam o povo em geral.

P.S. O debate que aconteceu no dia 13 de setembro de 2016, foi promovido pelo Sindicato dos Servidores Municipais – SIMA. Participam como convidados os candidatos a prefeito Raimundo Pimentel (PSL) e Aluízio Coelho (PP). O candidato Tião do Gesso do Solidariedade não compareceu ao evento.




Alunos de Escola Estadual que estavam no debate (Foto: Everaldo)










Fotos das militâncias (Por: Everaldo Paixão)

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