quinta-feira, outubro 13, 2016

OPINIÃO: NÃO SOMOS UMA COLMEIA


Foto: Internet
A
s abelhas sempre exerceram um enorme fascínio sobre a humanidade. Não tanto por produzirem o mel, uma das delícias da natureza, mas, principalmente, pela organização que rege a vida das colmeias. Nelas, a abelha rainha é alimentada por 50.000 abelhas operárias e voa uma única vez na vida para copular com uma dúzia de zangões, cujo esperma retém por várias semanas e que serve para fertilizar 15 000 ovos. As operárias, por sua vez, se dividem entre vários serviços ao longo da vida – desde recolher o pólen nas flores até cobrir as larvas com cera para mantê-las aquecidas – sem que ninguém lhes precise dizer que é hora de mudar de tarefa. Essas e muitas outras atividades que uma colmeia envolve se sucedem com tanta precisão que é inevitável comparar a faina das abelhas com a dos seres humanos. As sociedades ocidentais desde a Grécia antiga enxergaram a colmeia como microcosmo de si próprias, como espelhos – ou utopias – de suas formas de governo, de sua política, de sua economia e das relações entre os sexos em suas organizações familiares.

Na Idade Média, a colmeia foi definida pelos apologistas do feudalismo como uma comunidade regida por um rei a que todos os trabalhadores admiravam, um rei tão misericordioso que, mesmo possuindo um ferrão, jamais o usava para subjugar seus súditos. Até então, pensava-se que a abelha rainha era um macho.

Poderíamos associar a abelha rainha a um presidente, governador, prefeito, vereador, deputado, senador, mas seria injusto com a própria natureza das abelhas uma comparação tão esdrúxula, porque uma autoridade fecunda não pode ser assemelhada a uma maioria usurpadora que ao invés de produzir para alimentar a sua sociedade, tiram desta, para se manter com as benesses, e a velha metáfora quando comparava os seres humanos a esses insetos magníficos e exemplo de organização, é simplesmente, ridícula.

Uma abelha visita dez flores por minuto em busca de grãos (pólen) e de solução doce néctar), para em conjunto produzir o mel. Um senador, um deputado, visitam poucas vezes ás casas que deviam defender os interesses do povo brasileiro para pelos menos produzir algo de interessante e importante, até que aparecem por lá, para aprovar leis, regras, manutenção de regalias, que se não são dos seus demônios pessoais, e não lhes dizem muito respeito, as lacunas são frequentes.

Essas e muitas outras atividades que uma colmeia envolve se sucedem com tanta precisão que é inevitável comparar a faina das abelhas com a dos seres humanos. A historiadora inglesa Bee Wilson, da Universidade de Cambridge, nota que essa comparação tem sido feita exaustivamente através dos séculos.

As observações de Bee Wilson encontram-se em seu livro lançado na Inglaterra, The Hive: the Story of the Honeybee and Us (A Colmeia: a História das Abelhas e de Nós), um passeio delicioso pelo fascínio da humanidade por aquilo que o poeta romano Virgílio definiu como "pequenas repúblicas de grandes líderes".

E quando falamos de líderes principalmente uma “ABELHA RAINHA” estendendo o sentido nobre da palavra para ambos os sexos, no Brasil, a carência a cada dia que passa, a cada eleição, a cada novo nome que surge na política brasileira, os emissários que deviam ser os portas-vozes do povo, são corruptos, desonestos, infiéis, tiranos e, não representam aquilo que o país tanto precisa para sair do momento crítico e lamentável, porque, além de eles mesmos, terem criado esse espetáculo de retrato caótico que afeta especialmente os mais pobres, não existe um nome que possa liderar essa colmeia desorganizada e á beira do abismo.

O Brasil dos Aécios, dos Lulas, dos Renans, dos Cunhas, das Martas, dos Sarney, dos Collor, dos Campos, dos mais de 500 picaretas que estão a circular no Congresso Nacional com seus ternos Armani, Ermenegildo Zegna, William Fioravanti, Desmond Merrion, enfim, não é mesmo uma colmeia, ou no sentido mais justo da palavra, para não desrespeitar uma sociedade tão estruturada e harmônica como a das abelhas, esse senhores bem vestidos e bem pagos forma uma verdadeira quadrilha que todo dia assalto o povo brasileiro.

Por Everaldo
Matéria de O Grande Jornal – Mês de Setembro

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