Presidente do Senado é
acusado de destinar parte da verba para despesas de gabinete para uma locadora
de veículos, que não teria prestado serviço, segundo a PGR.
Por
Renan Ramalho, G1, Brasília
Maioria dos ministros do STF
vota para que Renan Calheiros vire réu
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) votou nesta quinta-feira (1º) em favor da abertura de uma ação penal
contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), pelo crime de
peculato (desvio de dinheiro público).
Até a última atualização desta reportagem, 6 dos 11
ministros da Corte já haviam votado para aceitar a denúncia. Caso nenhum deles
mude o voto até o final do julgamento, o senador se tornará réu.
A decisão não significa que o senador seja culpado,
conclusão que só poderá ser feita ao final do processo, após coleta de novas
provas, depoimento de testemunhas e manifestações da defesa.
O peemedebista é acusado de destinar parte da verba
indenizatória do Senado (destinada a despesas de gabinete) para uma locadora de
veículos que, segundo a PGR, não prestou os serviços. No total, o senador pagou
R$ 44,8 mil à Costa Dourada Veículos, de Maceió, entre janeiro e julho de 2005.
Em agosto daquele ano, a empresa emprestou R$ 178,1 mil ao senador.
Na sessão desta quinta, os ministros analisam uma
denúncia de 2013 na qual Renan é acusado de prestar informações falsas ao
Senado em 2007, ao tentar comprovar ter recursos suficientes para pagar a
pensão de uma filha que teve com a jornalista Mônica Veloso. À época, havia a
suspeita de que a despesa era paga por um lobista da construtora Mendes Júnior.
No julgamento, porém, a maioria dos ministros
rejeitou outras duas acusações contra Renan relacionadas a esse caso: por
falsidade ideológica e uso de documento falso, cujas penas são de até 5 anos.
Restou a acusação de peculato (desvio), cuja punição varia de 2 a 12 anos de
prisão.
Se ao final do julgamento desta quinta, o STF
tornar Renan réu numa ação penal, ele não precisará se afastar da presidência
do Senado. No mês passado, a Corte chegou a analisar a questão e, embora tenha
sido formada maioria para impedir que um réu integre a linha sucessória da
Presidência da República, a decisão final foi adiada a pedido do ministro Dias
Toffoli.
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