Segundo nota enviada pela pasta, neste sábado (17), o óbito sob suspeita tem relação com doença de Creutzfeldt-Jakob, conhecida como doença priônica.
Morte de homem está sob investigação (Foto: Arte TV Globo)
A Secretaria
Estadual de Saúde (SES) informou, neste sábado (17), por meio de nota, que
investiga a morte de um homem de 58 anos no Hospital Universitário Oswaldo Cruz
(Huoc), na área central do Recife. O óbito sob suspeita teria sido causado pela
doença de Creutzfeldt-Jakob (DCJ), conhecida como doença priônica. De acordo
com o Ministério da Saúde, a moléstia, que atinge o sistema nervoso central, é
rara e não infecciosa, na maioria das vezes. A incidência é de um a dois casos
para cada um milhão de habitantes.
Em todo o
mundo, uma variante dessa doença ficou conhecida popularmente como ‘Mal da Vaca
Louca’. Caso seja confirmada a suspeita, será o sétimo caso de doença priônica
desde 2005, em Pernambuco, segundo dados do Ministério da Saúde. No mesmo
período, ocorreram 14 notificações no estado. É o primeiro caso investigado em
quatro anos.
A suposta
vítima é Gabriel Bráz da Silva. Ele estava internado na unidade de saúde desde
agosto deste ano, segundo a família, e morreu na noite da sexta-feira (16).
Conforme a secretaria, o corpo foi encaminhado para o Serviço de Verificação de
Óbito (SVO), centro com capacidade de realizar a retirada das vísceras
cerebrais, única forma de investigação da doença.
De acordo com o
sobrinho dele, Márcio Batista, o homem sofria com os sintomas da doença há dois
anos. Porém, só foi internado pela primeira vez há nove meses, em Goiana, na
Mata Norte. “Ele começou sentindo as pernas fracas e com dificuldade para
mastigar”, relembrou. O quadro, no entanto, evoluiu rápido. Logo em seguida,
Gabriel não andava nem falava mais.
Márcio diz que
os médicos não sabem como o tio contraiu a doença. Entretanto, a família
comenta que ele costumava comprar carnes na feira livre de Goiana, onde morava.
“Mandaram a gente queimar as roupas dele e cremar o corpo, mas enterramos no
município por falta de orientações”.
A SES garante
que a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) foi acionada para
explicar as medidas de segurança para manipulação do corpo. A moléstia atinge o
sistema nervoso central. Ela se manifesta de várias formas. Os sintomas são
demência progressiva associada a tremores musculares de extremidades.
Ainda segundo a
pasta, a transmissão da doença pode ser prevenida ao evitar ingestão de carne.
Principalmente, o cérebro ou outro tecido nervoso de animais doentes. Há ainda
a contaminação por transfusão de sangue ou transplante de órgãos.
Explicações
Segundo a nota de Secretaria Estadual de Saúde, as doenças priônicas constituem um grupo de patologias crônicas, progressivas, de ocorrência imprevisível, invariavelmente fatais e afetam principalmente o sistema nervoso central, que acomete tanto homens como animais.
Segundo a nota de Secretaria Estadual de Saúde, as doenças priônicas constituem um grupo de patologias crônicas, progressivas, de ocorrência imprevisível, invariavelmente fatais e afetam principalmente o sistema nervoso central, que acomete tanto homens como animais.
Na maioria dos
casos registrados no Brasil, a doença não tem origem infecciosa, ocorrendo
normalmente num padrão espontâneo (sem antecedentes na familia) ou familiar
(quando há relatos de casos entre parentes).
Nos anos 80, a
partir de um surto de doença ocorrido no rebanho bovino da Inglaterra, foi
amplamente divulgado nos meios científicos que a existência de um agente transmissível
como causa da moléstia e de outras doenças priônicas.
Esse agente
causador não é um vírus ou qualquer organismo conhecido naquela época, e sim um
novo agente. O príon é uma partícula proteinácea com capacidade infectante. A
secretaria ressalta que que a expressão 'Mal da Vaca Louca' é utilizada, de
forma equivocada, como sinônimo de Doença de Creutzfeldt-Jakob. "Nenhum
caso dessa variante foi notificado no Brasil", informa a nota.
Estatísticas
A vigilância epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde captou, de 2005 a 2014, 439 notificações de casos suspeitos de DCJ, dos quais 38 (8,6%) foram confirmados definitivamente pelo exame neuropatológico, 15 (3,4 %) foram classificados como DCJ possível, 54 (12,3%) se enquadram como DCJ provável, 38 (8,6%) foram descartados e 294 (67%) não possuem dados complementares suficientes para definição de caso ou ainda aguardam informações.
A vigilância epidemiológica da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde captou, de 2005 a 2014, 439 notificações de casos suspeitos de DCJ, dos quais 38 (8,6%) foram confirmados definitivamente pelo exame neuropatológico, 15 (3,4 %) foram classificados como DCJ possível, 54 (12,3%) se enquadram como DCJ provável, 38 (8,6%) foram descartados e 294 (67%) não possuem dados complementares suficientes para definição de caso ou ainda aguardam informações.
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