© Foto: Márcio Silva/A Crítica/Agência O Globo Cúpula
da segurança nacional anuncia medidas para sistema prisional no Amazonas.
A cúpula da segurança nacional
desembarcou, em Manaus, um dia após a morte de 60 detentos do Sistema Prisional
do Amazonas. Cinquenta e seis foram mortos durante rebelião no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) iniciada no domingo, e encerrada na manhã
desta terça-feira. Outros quatro presidiários foram mortos no final da tarde na
Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), também na capital.
A comitiva, que chegou à cidade
por volta de 20h, é composta pelo ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de
Moraes, pelo diretor do Departamento Penitenciário Nacional, Marco Antônio
Severo, e pelos secretários Nacional de Segurança Pública, Celso Perioli, e de
Justiça, Gustavo Marrone.
Antes de conceder coletiva à
imprensa a comitiva se reuniu com o governador do Amazonas, José Melo, e com
membros do Comitê de Crise do Estado, coordenado pelo secretário de Segurança
Pública, Sérgio Fontes.
Além da liberação dos recursos
do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen) na última quinta-feira, o ministro
anunciou, ainda, ajuda na transferência de presos do sistema prisional do
Amazonas para outros estados brasileiros.
— Para os líderes que
participaram haverá o pedido de transferência para presídios federais. Aqui
colocamos à disposição para a transferência das lideranças e ainda para a
identificação dessas lideranças. Colocamos também à disposição do Instituto
Médico Legal (IML) todo o apoio técnico e pessoal necessário para acelerar a
identificação dos corpos. Vamos reforçar o apoio a segurança pública. Estamos
aqui para auxiliar o estado para que o mesmo possa voltar a normalidade —
destacou Moraes.
REFORÇO NACIONAL
O ministro destacou ainda que o
envio da Força Nacional é uma das alternativas disponibilizadas ao Estado. No
entanto, o governador José Melo e o secretário de Segurança Pública, Sérgio
Fontes descartaram a necessidade de uso dessa estrutura. Para Melo a situação
está controlada e todas as medidas cabíveis já foram tomadas.
— A palavra de ordem é a
integração entre os sistemas e as forças. Diversas medidas já foram tomadas.
Vamos melhorar os procedimentos de revista nos presídios e a fiscalização
interna. A introdução da polícia militar no sistema prisional será um reforço.
Este é uma fato que não tinha e agora vamos ter também a participação da PM
nesta área que estará presente com sua estrutura. Faremos um trabalho integrado
de segurança — reforçou Melo.
O ministro Alexandre de Moraes
também descartou a movimentação de membros de facções criminosas em outros
estados e considerou a situação no Amazonas isolada.
Pela manhã Moraes já havia
externado preocupação e disponibilizado ajuda ao governo do Amazonas. O
ministro destacou que a situação das penitenciarias no país é prioridade para o
governo de Michel Temer e a liberação dos recursos para os estados para a
segurança pública será ampliado.
— Pela primeira vez liberamos
recursos fundo a fundo. O dinheiro já está em caixa. São R$ 45 milhões para
cada estado e desse valor R$ 32 milhões é destinado para a construção de
presídios. No Amazonas esse valor vai possibilitar a construção de 1.200 novas
vagas em duas penitenciarias somadas às 3.600 vagas que estarão disponíveis
ainda este ano. Isso deve solucionar o problema de superlotação que há em todos
os estados, não só no Amazonas — reforçou Moraes.
REBELIÃO E FUGA
Além da rebelião foram
registradas 184 fugas no sistema prisional. No Instituto Penal Antônio Trindade
(Ipat), 72 presos fugiram, e no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj),
112. Até às 17h de segunda-feira, 40 presos foram recapturados.
No início da tarde cerca de 130
detentos ligados a uma facção criminosa de São Paulo começaram a ser
transferidos, na noite desta segunda-feira, para a Cadeia Pública Desembargador
Raimundo Vidal Pessoa (CPDRVP), no centro de Manaus. A unidade havia sido
desativada em outubro de 2016, mas precisou ser utilizada para abrigar esses
presos que estão recebendo ameaças de morte.
Blog do Paixão