Estatísticas da
Secretaria de Defesa Social só levam em consideração dados de janeiro a
novembro. Foram 3.541 homicídios em 11 meses de 2015, que subiram para 4.007 em
2016.
Cúpula da Polícia Civil de Pernambuco apresentou balanço das operações
de 2016 (Foto: Thays Estarque/G1)
Indo na contramão da meta estabelecida pelo Pacto Pela Vida, que é
reduzir, anualmente, em 12% o número de homicídios no estado, Pernambuco
registou crescimento de mais de 13% de crimes contra a vida em 2016. Segundo a
Secretaria de Defesa Social, de janeiro a novembro de 2015 foram 3.541
homicídios. Em 2016, esse número subiu para 4.007, levando em conta o mesmo
período do ano.
Durante coletiva na manhã desta segunda-feira (2), a Polícia Civil
divulgou um balanço das Operações de Repressão Qualificada. Dentro dessas
investigações, 32% dos presos estavam ligados à crimes de homicídios. Para o
chefe da corporação, Antônio Barros, 2016 passado foi um ano difícil que
refletiu, também, numa crise na segurança publica no estado.
"São muitos fatores que levam a isso [ao aumento no número de
homicídios]. É importante que a polícia sempre pegue o Pacto Pela Vida, fazendo
recordes e reflexões, sempre procurando otimizar suas ações. Nós estamos sendo
cobrados pelo governador e pelo secretário de Defesa Social semanalmente. É
preciso rever o que estamos fazendo certo para fazer melhor e o que a gente fez
de errado que podemos corrigir. Eu tenho certeza que em 2017 estaremos
melhores", pontuou Barros.
Ainda no dia 22 de novembro de 2016 o número de
homicídios já havia superado o total registrado em 2015.
Foram 3.902 em contrapartida dos 3.888 em 2015. O ano de 2016 terminou, segundo
o chefe da Polícia Civil, com um total de 2.579 inquéritos de homicídios e
tentativas do crime concluídos. Um aumento de 9% em relação a 2015.
Segundo balanço da Polícia Civil, o ano de 2016 teve 44 operações
realizadas - maior número desde 2014 (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Balanço anual
O ano de 2016 também apresentou crescimento de Operações de Repressão
Qualificada (ORQ). De acordo com a Polícia Civil, o dado de 44 operações é o
maior desde 2014, quando Pernambuco registrou 37 ORQ. Com 580 prisões
decorrentes dessas investigações, Antônio Barros garante que o número não tem
ligação com o aumento no índice de violência no estado.
"Isso é reflexo de ações que a Polícia Civil tem incrementado com
esse olhar voltado para a área de inteligência. Nós tivemos um aumento no
número de atividade criminosa, mas a polícia não pode esmorecer diante
disso", explicou ao comentar a autorização de um concurso público para
acréscimo de efetivo.
"Teremos incremento de efetivo já no segundo semestre de 2017.
Conseguimos aprovar, recentemente, uma Lei Complementar para a contratação de
inativos [aposentados], no qual poderemos substituir polícias que hoje tomam
conta de prédio, que fazem Boletins de Ocorrência e atendem ao público. Esses
polícias serão substituídos por inativos e irão para a área de
investigação", anunciou.
Dos presos em operações comandadas pela Polícia Civil, 32% estavam
envolvidos em homicídios (Foto: Aldo Carneiro/Pernambuco Press)
Levanto em consideração as pessoas presas durante as operações de
repressão qualificadas, 32% estavam envolvidas em homicídios, 23% com tráfico,
14% com crimes contra a administração pública, 11% roubo, 9% furto e 11% com
outros delitos como fraudes em concursos e intolerância esportiva. Desses
presos, apenas 16% voltou para as ruas.
"A Polícia Civil teve um olhar especial para o crime contra a
administração pública. É um dano muito grande social. É uma ação criminosa
também e a Polícia Civil não pode perder o olhar para isso", destacou
Barros ao mencionar as 10 operações contra corrupção no estado. Até então, a
última operação do tipo ocorreu em 2013.
Quanto aos constantes assalto a bancos, o coordenador da força tarefa
contra roubos a unidades bancárias, Darlison Macedo, adiantou que a corporação
já monitora quadrilhas suspeitas de arquitetar e executar as ações. No entanto,
preferiu não se aprofundar nas explicações.
"Muitas delas são interestaduais. O secretário de Defesa Social
também chamou o Exército porque o Exército tem a responsabilidade de fazer a
fiscalização desses produtos controlados. Principalmente, explosivos. A gente
tem cobrado das instituições financeiras porque os bancos precisam investir em
segurança orgânica porque percebemos que os bancos que investem mais em
segurança orgânica, não vou citar quais, quase não têm ocorrências",
apontou Macedo.
Blog do Paixão