Grupo encapuzado invadiu a área rural em Colniza na quinta-feira (20) e atirou contra famílias. A suspeita é que os autores do crime sejam capangas de fazendeiros da região.
Subiu para nove o número de mortes
confirmadas em uma área rural no município de Colniza, a 1.065 km de Cuiabá,
durante um ataque por disputa de terras na quinta-feira (20). As mortes foram
confirmadas pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp-MT). Um
grupo encapuzado invadiu a área e atirou contra as famílias que moram no local.
Três peritos da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) foram
enviados nesta sexta-feira (21) para ajudar na identificação dos corpos.
Segundo a
Comissão Pastoral da Terra (CPT), o local do crime é um assentamento rural. Em
nota, a entidade lamentou as mortes e lembrou que algumas famílias foram
expulsas da área por homens fortemente armados em 2004. O governo não confirma
a informção de que a área é um assentamento rural.
As vítimas da
chacina, segundo o governo, são todas do sexo masculino e não há crianças entre
os mortos. A confirmação do número de mortos foi feito após a chegada de forças
policiais no local do crime. De acordo com o governo, a suspeita é que os
autores do crime sejam capangas de fazendeiros da região.
Na quinta-feira
(20), a CPT afirmou que dez pessoas haviam sido asssassinadas entre adultos,
idosos e crianças. O governo, no entanto, negou haver crianças entre as
vítimas. O G1 tenta
contato novamente com representantes da instituição.
A área chamada
de Taquaruçu do Norte, segundo a Sesp-MT, fica a 250 km da cidade e é de
difícil acesso. Para chegar ao local, os policiais devem seguir em barcos pelo
Rio Roosevelt.
A área não
possui sinal de telefone e internet. Equipes da Polícia Militar e da Polícia
Civil foram deslocadas para o local do crime.
Os peritos
enviados ao local partiram em um helicóptero que saiu do Centro Integrado de
Operações Aéreas (Ciopaer) em Cuiabá com destino ao local do crime. Lá
eles devem ajudar na identificação das vítimas.O local do crime fica em uma área de conflito agrário e, de acordo com a
Sesp-MT, abriga cerca de 100 famílias.
Famílias em áreas de conflito
Um levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que 6.601 famílias de Mato Grosso moram em áreas de conflitos agrários. Os dados colocam o estado na 1º posição no ranking do Centro-Oeste e em 6º lugar no ranking nacional. Os números fazem referência aos casos ocorridos em 2016.
Um levantamento realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que 6.601 famílias de Mato Grosso moram em áreas de conflitos agrários. Os dados colocam o estado na 1º posição no ranking do Centro-Oeste e em 6º lugar no ranking nacional. Os números fazem referência aos casos ocorridos em 2016.
O maior número
de famílias em locais de conflito em Mato Grosso, segundo a CPT, pertencem ao
Parque Nacional do Xingu, nos municípios de Querência, Canarana e São Félix do
Araguaia. São ao todo, 1.522 mil famílias.
De acordo com o
coordenador da CPT Thiago Valentim, as áreas em disputa são em suas maiorias
comunidades quilombolas ou áreas indígenas que perderam espaço para o
latifúndio. "Historicamente, essas famílias e comunidades tiveram perda da
terra para grandes produtores e fazendeiros", afirmou.
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